𝟒𝟔| 𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨

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• 𝐌𝐚𝐲𝐚 𝐊𝐫𝐚𝐦𝐞𝐫 •

Mick ajeita o meu roupão prendendo-o bem com um nó e afasta-se criando alguma distância entre nós. Eu ainda estava a digerir o que ele tinha dito, e a forma como me afetou, eu nunca fico sem resposta. Olho o piloto que estava sentado num lado da cama a ver TV e eu não sabia o que fazer.

Uma claridade tira-me dos meus pensamentos fazendo-me olhar pela janela. O sol estava a nascer. Vejo onde Mick tinha colocado a garrafa de champanhe e agarro nela discretamente seguindo até à varanda que tinha alguns sofás para me sentar.

Abro a garrafa e sento-me no sofá vendo, pela primeira vez, o sol nascer, e devo admitir estava a fazê-lo com a melhor paisagem de sempre. A luz dourada preenchia o espaço como nunca tinha visto antes.

Por breves momentos fez-me esquecer do que tinha acabado de acontecer, claro que foi breve pois Mick decide juntar-se a mim, sentando-se do meu lado e tirando a garrafa das minhas mãos onde ele a leva aos seus lábios bebendo alguns golos.

– Desculpa. – Ele volta a entregar-me a garrafa e eu bebo mais um pouco.

– A que te referes? A teres-me roubado a garrafa ou da rejeição que me deste? – Pergunto sarcasticamente.

– Talvez de tudo e não foi bem uma rejeição.

– Conta como rejeição.

– Maya.

– Shiu estou a tentar ver o nascer do sol. – Interrompo-o focando na paisagem à minha frente.

Ficamos em silêncio por alguns momentos, o suficiente para eu acabar a garrafa. Levanto-me um pouco zonza e recusando a ajuda de Mick vou na direção da casa de banho onde visto a minha roupa que já não estava tão molhada como antes.

– Quero me ir embora. – Falo saindo já vestida da casa de banho atirando para o piloto as suas roupas.

Olho o meu telemóvel para ver se tinha alguma mensagem do meu pai ou irmão, mas nada até agora. Mick não demora muito a vestir-se, e como a sua camisa ainda não estava completamente seca, ela ainda se agarrava definindo muito bem o seu corpo. Controlo-me para não olhar e saímos do quarto.

Despedimo-nos de algumas pessoas e apanhamos um Uber até aos nossos hotéis, assim que chegamos ao meu eu saio e agradeço ao motorista sem dizer mais nada a Mick.

Caminho o mais rápido possível até ao meu quarto fechando a porta assim que entro, algumas lágrimas tomam conta de mim. Toda esta noite tinha sido uma montanha-russa de emoções, eu tinha o beijado e ele tinha correspondido, mas ele não queria nada mais, desculpando-se que ele queria que eu me lembrasse?

Tomo um banho frio para me acordar porque daqui algumas horas tinha um voo para apanhar, e o meu pai dentro de algum tempo já ia estar na minha porta à espera de que eu saísse.

Visto a farda habitual da Aston Martin e tento disfarçar as minhas olheiras com uns óculos de sol, mesmo sabendo que não ia dar muito resultado.

Abro a porta de casa e deixo as minhas malas na sala, ignorando completamente o que o meu irmão e pai estavam a falar, e indo diretamente para o meu quarto. Não tinha conseguido dormir grande coisa no avião por causa da turbulência, daí a minha urgência para chegar à minha cama.

O meu telemóvel não parava de vibrar desde que o liguei no caminho do aeroporto até casa. Era Mick a querer saber se eu tinha chegado bem e se a viagem tinha corrido bem, como ele perguntava sempre depois de uma corrida. Não respondo e apenas adormeço enrolada nos meus lençóis.

Pick-up Lines || 𝐌𝐢𝐜𝐤 𝐒𝐜𝐡𝐮𝐦𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora