𝟓𝟗| 𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨

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• 𝐌𝐚𝐲𝐚 𝐊𝐫𝐚𝐦𝐞𝐫 •

A corrida no Canadá não correu como esperado, e Mick ficou muito frustrado com isso, porque podia ter sido desta que ele tinha conseguido pontos. E com as batalhas que ele estava a ter, eu estava com o coração nas mãos.

E agora tínhamos duas semanas até ao próximo GP, que desta vez era em casa, Silverstone. O que significava que não havia hotéis para ninguém, pelo menos para mim. Mick era outro caso.

Com a sua presença tão perto podemos dizer que não nos largamos por muito tempo. Quando eu saia do trabalho, lá estava ele, o meu príncipe de olhos azuis à minha espera para me levar a passear, a jantar ou simplesmente a fazer carinhos uma noite inteira. Todo o tipo de carinhos.

Mas Silverstone estava aí e com ele muitas emoções e muitas coisas para fazer, acho que nunca tive tanto trabalho. Sebastian tinha a sua agenda cheia, nem sequer uma pausa havia. Até ao dia da qualificação não tive muito tempo livre, fazendo com que o meu tempo com Mick diminuísse.

Enquanto Seb estava na esplanada da Aston Martin eu revia com ele os planos para hoje. E o mesmo apenas assentia.

– Bom dia! – A voz de Mick apanha-me de surpresa.

– Bom dia! – Eu e Seb respondemos ao mesmo tempo.

– Hoje não recebi a minha mensagem. – O piloto continua e cumprimenta Seb virando depois a sua atenção para mim.

– Ainda não tive tempo. – Respondo ajeitando os meus óculos de sol que cobriam as minhas olheiras.

– Como está a correr? – Ele senta-se do meu lado e por instinto deixo a minha cabeça cair sobre o seu ombro. – Assim tão mal?

– Eu só preciso de uma sesta para equilibrar. – Respondo fechando os meus olhos por breves momentos e sinto Mick depositar um beijo no topo da minha cabeça.

– Logo à noite sempre consegues vir ao jantar?

– Não sei, depende da hora que sair, mas muito provavelmente não. – Falo elevando a minha cabeça e olhando o piloto. – Pede desculpa a elas por mim.

– Não faz mal, fica para a próxima. Elas percebem. – Mick responde. – Tenho que ir. Adeus Seb, falamos depois. – Ele despede-se de mim com um beijo na bochecha e vai-se embora

A qualificação chega, mas Mick não consegue o resultado que queria nem Sebastian que acabam por sair ambos em Q1. Vou ter com Sebastian para o levar para as suas entrevistas e depois para uma reunião com os engenheiros.

Com o meu pouco tempo livre sento-me na esplanada da Aston Martin de mais cedo a beber uma água enquanto via alguns vídeos no Youtube.

– Maya!! – Ouço uma voz familiar chamar o meu nome.

– Olá Gina. – Respondo assim que ela se senta na minha frente.

– Ouvi dizer que não vais conseguir jantar connosco hoje. – Gina fala um pouco tristonha.

– Sim, com muita pena mesmo. Desculpem.

– Não faz mal, faz parte do trabalho. Estás a fazer alguma coisa agora? – Um sorriso toma conta dos seus lábios.

– Não, estou só à espera de que o Sebastian saía de uma reunião.

– Perfeito, então vais vir comigo. – Ela levanta-se e agarra na minha mão puxando-me para longe até à garagem da Haas.

Não demoramos muito até chegarmos e posso dizer que estava um pouco confusa com o que estava a acontecer.

– Preciso que me faças um favor.

– Ok. – Olho-a curiosa.

– Quero que me introduzas ao teu irmão. – Ela fala um pouco tímida fazendo-me esbugalhar os meus olhos.

– Desculpa, acho que não te ouvi bem. Tu queres o quê? – Pergunto para saber se tinha a ouvido bem.

– O teu irmão Maya, quero que me introduzas a ele. – Ela reforça a ideia fazendo-me abrir a boca de surpresa.

– Porquê? – Olho-a confusa.

– Porque é que começaste a falar com o meu irmão? – Sinto a minha cara arder com a pergunta. – Exato. Por favor, faz me esse favorzinho.

– Mas vou te já avisar que ele pode ser um bocado parvo às vezes. – Tento fazê-la desfazer-se da ideia, mas ela não desiste. – Ok.

Entro na garagem e Gina vai para o outro canto enquanto eu encontro o meu irmão e Mick juntos a falarem.

– Maya o que estás aqui a fazer? – O meu irmão pergunta e Mick apenas sorri.

– Vim ver como o meu alemão favorito estava.

– Qual deles? – Hugo provoca e por breves momentos sinto o seu olhar desviar para outro sítio.

Mhm, isto vai ser interessante.

– Claro que és tu maninho. – Falo e Mick olha-me quase ofendido, mas ele não consegue suster a expressão séria por muito tempo rindo-se em seguida.

– Do que é que precisas?

– Não me mates. – Sussurro para Mick que me olha confuso. – Então eu estava aqui a pensar, no outro dia fui jantar com a Gina a irmã do Mick e advinha só o que é que ela gosta?

– O quê? – Ele olha-me suspeito.

– Aquela banda que tu não te calas, como é que ela se chama? – Continuo

– The Byrds? – Os seus olhos brilham assim que assinto com a informação. – A sério?

– Sim, ela adora as músicas deles, e claro que, lembrei-me logo de ti. – Olho à volta da garagem e encontro Gina a falar com algumas pessoas. – Gina, vem aqui. – Chamo-a.

– Olá. – Ela fala assim que chega perto de nós.

– Gina este é o meu irmão Hugo, Hugo esta é a Gina a irmã do Mick, acho que vocês nunca se conheceram oficialmente.

– Acho que não. – Gina fala.

– Também acho que não, prazer. – Hugo aproxima-se da alemã para a cumprimentar, que corresponde de imediato. – A Maya disse que gostas do The Byrds.

– Sim, imenso.

– O que é que está a acontecer? – Mick pergunta confuso e Gina dá-me um olhar para os deixar sozinhos.

– Mick amor, acho que a tua mãe estava à tua procura. – Falo levando-o para longe.

– A sério? Mas eu acabei de falar com ela. – Mick pergunta confuso mais uma vez.

– Não tonto, era só uma forma de te tirar dali para eles poderem falar. – Confesso e o mesmo olha-me surpreso.

– Espera o quê? O que é que acabou de acontecer?

– Nada com que tu te tenhas de preocupar.

– Tu acabaste de os "apresentar" um ao outro, eu tenho quase a certeza que tenho que... – Não o deixo terminar juntando os nossos lábios para que ele se cale. – Ok não me vou preocupar.

– Lindo menino. Agora daqui a uns 10 minutos podes voltar a entrar. – Falo afastando-me e ele segue-me.

– Mas eu preciso de falar com o Gary.

– Falas mais tarde. Agora tenho que ir, porta-te bem.

– Só se me deres mais um beijo. – Ele negocia e olho à nossa volta para saber se alguém nos estava a ver.

Aproximo os nossos lábios e dou-lhe um leve beijo, que se eu deixasse, Mick torná-lo-ia em outra coisa. Separo-nos mesmo que o piloto não me quisesse deixar ir e volto para a Motorhome da Aston esperando que Sebastian estivesse pronto.

Pick-up Lines || 𝐌𝐢𝐜𝐤 𝐒𝐜𝐡𝐮𝐦𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora