𝟐𝟗| 𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨

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• 𝐌𝐚𝐲𝐚 𝐊𝐫𝐚𝐦𝐞𝐫 •

Despeço-me do meu pai, porque a noite ia ser longa para ele. Aparentemente estava a ter algum problema em alguns números do carro de Lance, e eles tinham que descobrir o que era antes da corrida amanhã.

Saio do Motorhome da Aston e vou até ao da Alpine. Ao longe conseguia ver os cabelos loiros de Mick a procurar alguém, assim que me vê faz-me um pequeno sinal que eu devolvo discretamente.

– Vamos sair por aqui. – O loiro fala agarrando subtilmente na minha mão.

Não saímos pela porta principal, para evitar fãs e câmaras, em vez disso, vamos em direção às traseiras usadas por alguns funcionários. Passamos os nossos cartões de acessos na máquina e saímos sem problema.

– Parabéns na qualificação. – Falo andando do seu lado.

– Obrigada e parabéns para ti sobre a proposta. – Ele retrucou voltando ao assunto de mais cedo.

– Eu não acredito que ontem tivemos aquele tempo todos juntos e tu não me disseste nada. – Dou um leve tapa no seu ombro que o faz soltar uma gargalhada.

– Se soubesses por mim, pessoas iam começar a fazer perguntas, preferi poupar-te esse trabalho. – Os seus olhos cruzam com os meus, fazendo-me perder-me neles por breves momentos.

– Claro. – Juntando os nossos ombros fazendo com que o meu corpo ficasse colado no dele.

Chegamos ao carro, que era o mesmo da noite anterior e entramos nele. Enquanto Mick ligava-o eu escolhia uma estação de rádio. Desde a pista até ao hotel eram cerca de 10 minutos de caminho, e os nossos hotéis ficavam muito pertos um do outro.

– Já jantaste? – Ele pergunta no meio da nossa conversa.

– Não, quando chegasse ao hotel ia pedir serviço de quartos. Porquê? Espera o hotel não é para aquele lado? – Pergunto confusa.

– Sim, mas vamos comer algo primeiro. – Ele fala continuando o caminho.

Depois de 5 minutos Mick para o carro na frente de um restaurante chamado Rizzios. Fico no carro à espera enquanto ele tira o cap da Haas e a sua camisola, substituído por um gorro e uma sweat preta simples que condizia com o restante do seu outfit.

Depois de alguns minutos ele entra no carro, entregando-me alguns sacos que me deixaram com água na boca imediatamente.

– Cheiram tão bem! O que pediste? – Pergunto olhando o loiro rir-se e voltar a ligar o carro.

– Já vais ver.

– E onde vai ser isso? – Pergunto completamente alheia a onde iriamos depois.

– Já vais ver. – Ele repete-se.

Pareceu uma eternidade até Mick parar o carro de novo, porque eu estava com muita fome e o cheiro que saia dos sacos que eu carregava no meu colo fazia o meu estômago roncar.

Paramos em frente de um parque que tinha algumas luzes a iluminá-lo. Parecia estar a haver algum evento, ou festival. Não tinha muitas pessoas, um palco estava montado na relva que se expandia por alguns metros.

Mick agarra nos sacos e depois na minha mão levando-nos até um lugar com vista sobre o palco, mas longe o suficiente para ninguém nos ver e interromper. Sentamo-nos no chão e o piloto tira de dentro do saco algumas caixas abrindo-as.

Umas tinham uns salgados que assim que se dava uma dentada o queijo escorria, também tinha pizza e outros salgados que eu não reconhecia, mas que tinham muito bom aspeto.

– Se me continuas a tratar assim com jantares e surpresas, eu vou ficar muito mal-habituada. – Falo enquanto como um dos salgados.

– Não faz mal, já sentia falta de momentos assim, espontâneos, sem preocupar das coisas à nossa volta. Eu é que vou ficar mal-habituado. – Ele fala olhando para o palco onde estava uma banda a cantar músicas calmas.

– Mal-habituados, porém felizes.

O seu sorriso era contagiante e fazia-me esquecer de tudo à minha volta. Durante todo o tempo que estivemos ali não vi as horas, muito menos mexi no meu telemóvel, até que o sono bate deixando um bocejo escapar dos meus lábios.

– Que horas são? – Pergunto levantando a minha cabeça do ombro de Mick.

– 23:54. – Ele diz calmamente.

– Já é tão tarde, nem dei pelo tempo passar. – Confesso e sinto o meu coração começar a bater rapidamente. – O meu pai. Temos que ir. Ele vai me matar.

Levanto-me vendo se tenho tudo comigo olhando em volta para ver se não me tinha esquecido de nada. Felizmente já tínhamos deitado as caixas e guardanapos que tínhamos utilizado no lixo.

– Calma, tu disseste que ele tinha ficado no Paddock por causa de uns assuntos e que ia demorar, pode ser que ele ainda não tenha chegado. – Mick levanta-se acalmando-me.

– E também é tarde para ti, não devias estar já a dormir? Amanhã é dia de corrida! AHH. Sou uma péssima influência.

– Maya. – Ele puxa-me para si envolvendo-me nos seus braços. – Não te preocupes, vai correr tudo bem e tu és uma ótima influência.

O seu abraço acalma-me, desfazemos lentamente o contacto e vamos para o carro. Alguns minutos depois ele deixa-me no meu hotel onde eu corro até ao meu quarto. Entro cuidadosamente e sem barulho, mas logo apercebo-me que o meu pai ainda não tinha chegado. Ainda bem.

Pick-up Lines || 𝐌𝐢𝐜𝐤 𝐒𝐜𝐡𝐮𝐦𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora