Lost - Sooshu

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Falta um mês para que a peça seja realizada e as aulas acabam junto com o ano letivo.

Nunca pensei que fosse acabar tão rápido assim, também nem passou pela minha cabeça que eu pudesse conhecer pessoas tão incríveis que me completam de uma maneira extraordinária.

Bom, sem sombra de dúvidas esse foi o período mais puxado de todos, ensaios de segunda a sexta, finalização das músicas, encenação no palco e tirar medidas para figurinos. Sem contar com as provas da minha escola e a mudança.

Me mudei a duas semanas atrás, estamos morando em um duplex que fica no bairro ao lado do de Soojin, quanto a escola? Ainda estamos pesquisando algumas já que a da minha garota é muito cara.

Yuqi e Soyeon jogam juntas todos os dias, sério mesmo! A grande diferença é que Yuqi sabe separar o seu tempo e consegue estudar comigo para não perder conteúdo enquanto não está na escola, íamos fazer sua matrícula mês passado mas seus pais disseram que era melhor Yuqi ter aulas particulares em casa pelo menos até o começo do próximo ano letivo já que está acabando e quase nenhuma escola está aceitando alunos novos.

Mas pulando para a parte que interessa, estou completamente apaixonada em Seo Soojin.

Passamos praticamente todos os fins de semana juntas com Haku e Mata em seu apartamento.

Também trocamos todas as fotos de Minnie e Miyeon por fotos nossas, criamos memórias únicas e incríveis junto com Yeri que aprendeu a gostar de mim, agora Jihyo chora mais ainda ao saber que Yeri ri para mim mas não ri para ela.

Ainda não tenho toda a confiança da criança para poder pegá-la no colo ou lhe dar um abraço, mas é compreensível, além de ser pequena e desconfiada, Yeri é autista e contato físico não é um dos seus fortes com pessoas que ela ainda não está acostumada a ver o rosto diariamente.

Eu consegui entrar no quarto de Minnie novamente, dessa vez com Soojin, deixei livre para que fizesse suas últimas vontades antes de liberar Minnie de vez.

— Ela costumava jogar isso em mim quando eu entrava sem avisar. — Seu riso parece forçado quando segurou a pequena bolinha verde.

— Talvez porquê Miyeon poderia estar aqui dentro. Não seria legal você entrar e se da de cara com uma cena inapropriada. — Sai andando pelo quarto observando cada coisinha. — Se entrassem no nosso quarto sem avisar... Não sei quem estaria mais fodido.

Soojin não conteve a gargalhada.

Ela é a coisa mais linda rindo, que mulher meus amigos.

— Você tem razão. — Guardou a bolinha. — Na maioria das vezes a porta sempre estava trancada na verdade. — Se dirigiu até o memorial.

É agora.

— Como se sente? — Me ajoelhei ao seu lado, fazendo questão de entrelaçar nossos braços.

— Estranha. — Levou uma mão ao pescoço. — Achei que iria sentir mais dor fazendo isso, mas parece tão libertador.

— Mas é. — Se possível, me aproximei mais ainda de Soojin. — Tanto pra você quanto pra Minnie.

Se Yuqi estivesse aqui com certeza iria fazer a piada " É libertador mesmo, liberta a dor, sacou? " Mas como sou eu e tenho um pingo de consciência ainda, prefiro levar a sério e deixar JinJin confortável.

— Significa que eu vou ter que destruir isso? — Encarou o memorial.

— Não exatamente, só vai ter que tirar essas velas e fotos. — Meu maxilar travou. — É, vai ter que destruir sim.

— Não posso fazer nem outra homenagem? Alguma que não prenda Minnie aqui. — Me olhou esperançosa.

Foi ai que lembrei.

— Você pode oferecer comida para ela em um certo período do ano, como forma de agradecimento.

Soojin ficou em silêncio por um tempo enquanto pensava, balançando a cabeça devagar para dizer sim conforme os pensamentos iam passando por toda sua mente.

— É uma boa. — Deu sua consideração final.

Na próxima etapa, eu me afastei para que ela pudesse fazer tudo sozinha, desde apagar as velinhas até guardar cada foto em uma caixa. A família de Soojin gosta muito de fotos.

Era o mesmo ritual que mamãe seguia, apagando as velinhas de olhos fechados e fazendo alguma oração, não sei bem o que era já que nunca passei por uma situação dessa antes.

Quanto Soojin apagou a última das velinhas, senti um peso em meu peito ir embora, junto com meu suspiro de alívio.

— Acabou? — Deu um sorriso sereno. — Minnie está em paz agora.

Me aproximei da garota de volta sentindo muito orgulho, não era fácil, ainda mais com uma história tão dura assim.

— Obrigada. — Sussurrou. — Tudo isso foi graças a você, darling.

E novamente as borboletas voltavam com tudo.

— Você também foi extremamente importante. — Beijei sua bochecha. — Se não tivesse se aberto para mim, nunca teríamos chegado aqui.

Pude sentir em Soojin o jeito que Miyeon se sentia com Minnie, não se tem palavra específica para descrever a quantidade de sentimentos e emoções.

É tudo calmo e agitado, silencioso mas ao mesmo tempo barulhento, uma montanha-russa cheia de curvas e descidas perigosas.

— Eu te amo tanto. — Soltou me encarando.

— Você nem deve saber o que é o amor. — Sorri sem graça.

— Você tem razão. — Senti um Déjà vu. — O amor é uma coisa desconhecida para mim, não sei como descrever e muito menos como faz para sentir esse sentimento. Acho que para cada um tem algum significado diferente, no meu caso amor tem nome e sobrenome, é Yeh Shuhua.

Senti minhas bochechas corarem com tudo, foi impossível segurar o impulso de sentar em seu colo e lhe encher de selinhos.

— Se isso que sentimos uma pela outra não for amor, então eu nem quero saber o que é amar. — Colei nossas testas. — Eu te amo, Seo Soojin.

— Eu te amo, Yeh Shuhua.

A brisa forte entrou pela janela aberta, fazendo nosso cabelo balançar em conjunto.

Ouvi pela última vez a voz de Minnie, em uma risada feliz seguida de outra menina.

— Muito obrigada Shuhua. — O vento levava sua voz.

— Obrigada. — A voz de Miyeon era um pouco mais baixa, ainda sim era possível ouvir. — Obrigada por trazer minha darling para mim.

E então meu coração acelerou, "darling", com os olhos de Soojin fechados, aproveitando o contato comigo, eu finalmente tive a conclusão completa.

Somos a nova versão de Minnie e Miyeon

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Seguinte meus amores, último capítulo é o próximo...