Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆

1-𝙾 𝚎𝚗𝚌𝚘𝚗𝚝𝚛𝚘

( Uma música para deixar a história um pouco mais empolgante🎶)

Oymyakon -Rússia.

8:00 am.

Departamento de investigação.

Hoje, o dia está um pouco diferente do habitual. Embora eu seja desastrado por natureza, derrubar café nas calças duas vezes é demais até para mim; é um sinal que não posso ignorar. Para ser sincero, espero por um sinal ou que algo diferente aconteça desde o momento em que tomei consciência da vida e de quão esmagadora ela pode ser. Ao analisar meus pensamentos, tento conter as risadas provocadas pelos meus devaneios.

Algo chuta minha cadeira duas vezes. Embora eu saiba quem é, prefiro ignorar qualquer ser humano que fale comigo pela manhã.

— Jake, Jake... — sussurra.

Como admiro e amo trabalhar com Brian, mas seu temperamento pela manhã é um tanto irritante; ele está sempre tão feliz e radiante, cheio de energia. Dou de ombros e me inclino para trás, decidindo ouvi-lo depois de tanta insistência, que foram exatamente duas vezes.

— É algo que eu realmente queira saber? — respondo sussurrando, ainda de costas para ele. Solto um sorriso de canto, e ele retribui com uma risada baixa. Ele conhece todas as minhas expressões e não precisa olhar para saber sobre meus sorrisos bobos, que revelam meu comportamento brincalhão e despreocupado.

— Acho que o acidente com o café não esquentou esse seu coraçãozinho. Essa cidade já tem pessoas deprimentes demais. — Sua voz soa desapontada, mas com um toque de fingimento.

— Você sabe o quanto é estúpido um homem da sua idade usar palavras no diminutivo... — Antes que eu termine, reparo em uma movimentação diferente do lado de fora do prédio. Nossas mesas ficam de frente para as janelas, e o que chama minha atenção é uma mulher que não aparenta ser muito velha, nem tão nova. O termo "senhora" parece inadequado, mas também não posso chamá-la de "menina". Ela corre desesperadamente em direção ao nosso prédio. Mesmo prestando atenção a cada passo e corrida que ela faz para alcançar a entrada, percebo que Brian me observa atentamente, sem se dar conta dos fatos que estão se desenrolando à sua frente.

— Sabia que hoje ia acontecer algo. — falo comigo mesmo, acompanhando-a com os olhos. Embora ainda tenha os olhos fixos lá fora, sinto o olhar de Brian sobre mim.

— Acho que deveríamos ir ajudá-la. — diz ele calmamente, como se estivesse recapitulando algo ou apenas acabando de perceber o que estava acontecendo enquanto observava minhas expressões.

— Relaxa, ela já conseguiu correr até aqui. Não estrague meu entretenimento do dia. — continuamos parados, observando a maratona.

— Jakeeeeeeeeee. — Com esse grito, ele adiciona uns 10 "E" a mais ao meu nome. Ambos nos assustamos com o chamado e saltamos da cadeira. Essa doce voz estridente era do nosso chefe do departamento de investigações, o Sr. Helman, que estava bem atrás de nós todo esse tempo.

— Sim, senhor. Já estávamos indo conferir, quer dizer, ajudar a senhora, mas o Brian estava enrolando. — uma mão pesada esmurra minhas costas, e seguro a risada por saber de quem veio.

— Se eu não te conhecesse bem... — diz desconfiado, pronto para despejar suas broncas. Levanto rapidamente, arrastando Brian comigo, antes que ele tenha a chance de me corrigir com suas minuciosas palavras. Enquanto Brian, puxado desajeitadamente, acena para o Helman.

— Deixa com a gente, senhor. — faz um sinal de continência, o que me faz revirar os olhos e arrastá-lo com mais força. Ele tenta se soltar, fazendo cócegas embaixo do meu braço.