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Pedro
                              
Eu sou tosco? Penso sozinho.

Não vou mentir, estou me divertindo com ela me batendo e beliscando.

— Quer parar?

— Nãooo. — Ela grita me batendo . — Me põe no chão!

— Já estamos chegando, para de me bater!

A coloco no chão, e abro a porta pra ela entrar, ela fica parada, olha ao redor como se estivesse procurando por alguém por um momento mas depois cede, eu fecho a porta e dou a volta pra entrar no banco do motorista.

Assim que começo a ligar o motor, olho pra ela.

Ela vira no mesmo instante irritada. — O que é?

— O cinto!

— Que? Ela olha pra mim por segundos. — Ah... o cinto.

Ela coloca o cinto de segurança e dou partida no carro.

Digo a olhando por segundos e volto a atenção a estrada. — Você me conhece?

— Quem não? — ela revira os olhos. — E não faz diferença se te conheço ou não.

Que pestinha !

Freio o carro, e encosto o carro numa área livre.

— O que você tá fazendo? — Ela olha pra trás, pros lados, e finalmente pra mim. — Liga o carro.

— Eu já te fiz alguma coisa?

— Que? — Ela continua me encarando pela primeira vez. — Por que isso agora?

— Tô tentando entender o porquê de você ser grossa assim comigo se acabamos de nos conhecer.

— Exato, acabamos de nos conhecer... — Ela faz um gesto com as mãos indicando o carro, a estrada. — E olhe onde eu vim parar.

Eu a olho e ela rapidamente desvia o olhar.

— Cara, me leva pra casa ou eu vou andando. — Ela olha pra mim. — Estou falando sério.

Começo a sair do acostamento.

Sou um idiota. idiota. i d i o t a.

Continuo dirigindo, e a olho algumas vezes, ela acabou adormecendo, ela está com uma calça preta, uma blusa curta branca, que da pra mostrar seu piercing no umbigo, com uma jaqueta preta de couro, e um batom vermelho nos lábios, juro, aquilo tá me matando.

Chegamos, tento não acordar ela, mas é impossível.

— Chegamos. 

Ela fica parada por segundos com a mão na boca.

— Você tá bem?

— Acho que vou vomitar. — Num movimento rápido ela abre a porta do carro e sai correndo.

Saio também e a vejo ajoelhada numa moita em frente a sua casa, vomitando.
Chego perto dela mas ela acena pra eu sair dali, eu me afasto, e ela volta a vomitar repetidas vezes.

Ela tenta levantar, mas falha. E eu a pego no colo.

— Só não vou reclamar porque não tenho mais forças.

Eu gargalho.

— Idiota. — Ela simula um sorriso. — Comi pela primeira vez sushi hoje mais cedo e acho que meu estômago não aceitou muito bem.

— Você ainda acha? — Começo a rir com peso na consciência.

Abro a porta da casa, e subo com ela, ela indica onde é o quarto dela.

— Você está bem? Pergunto.

Ela vai engatinhando ao banheiro, e fecha a porta na minha cara antes mesmo de eu falar algo. Ela começa a vomitar.

— Vou entrar.

— Não, não entra. Ela berra.

Mais uma vez começa a vomitar. Não consigo, quando me vejo já estou lá dentro, segurando o cabelo dela. Há uma pausa, aproveito e a puxo pro box, ligo o chuveiro.

— Ahhh.. Tá fria. — Ela grita. — Seu tosco.

Tô começando a acreditar que sou tosco.

— Vai me agradecer amanhã.

Aponto para sua roupa. — Isso é com você. Tira a roupa senão vai ficar resfriada. — Fecho a porta do banheiro e saio.

Fico esperando na escada. Ela grita do quarto que pode entrar. Entro e ela já está embaixo das cobertas.

— Obrigada. Ela vira de costas pra mim. — Mas espero não te ver mais.

— De nada. — Sorrio. — Esse é só o começo de uma grande história.

Em fração de segundos ela pega seu travesseiro e joga em mim, rindo. — Idiota.

Saio correndo satisfeito que conseguir tirar um sorriso dela. E agora sentindo que estou sorrindo por um longo tempo eu realmente acho que estou interessado por ela desde o instante que a vi.

Dirigindo de volta a festa, não consigo tirar ela da minha mente.

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Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora