Pedro.— Eu não quero conversar agora!
— Qual é, Natalie? — Digo entre a porta. — Não iremos fazer nada que você não queira. Por favor, vamos conversar.
Em meio ao silêncio, ela abre a porta.
Tenta abaixar o rosto mas percebo seu rosto avermelhado. Ela estava chorando, e não é primeira vez.
Decido ficar em silêncio e me sento na beirada da cama dela, enquanto ela fica no outro canto, encostada na parede.
— Não vai falar nada?
— Estou esperando você!
— Eu? — Ela me olha confusa, com os olhos vermelhos. — Eu não tenho nada pra falar!
— Certeza? — A encaro.
Ela desvia o olhar. — Claro. O que eu tenho que falar?
— Que tal o que está acontecendo?
— Do que você tá falando? — Ela sai, e vai em direção ao banheiro.
A sigo, e fico atrás dela, um pouco distante, nós dois se olhando pelo espelho.
— Roupas de frio, mesmo estando fora de época. — Começo, apontando pra ela. — Sem toques? Sua linguagem do amor sempre foi toque físico.
S I L Ê N C I O.
Ela continua me encarando pelo espelho, e depois abaixa a cabeça pra jogar água no rosto. — Você tá vendo coisas !
— Natalie! — Chamo sua atenção, sério. — O que fizeram com você?
Eu tentei dizer pra mim mesmo desde o primeiro dia que a reencontrei que não tinha acontecido nada, mas, algo não está certo.
Seus olhos começam a lacrimejar, e ela disfarça pegando uma toalha pra enxugar o rosto.
— Pedro, não aconteceu nada. — Ela sai do banheiro. — E eu não tô afim de conversar, tô cansada, você pode ir embora?
Por favor Natalie, não se feche pra mim novamente.
— Natalie...
— Por favor. — Ela aponta pra porta. — Vai embora!
— Não tenho mais o que fazer por nós. — Falo sem perceber, irritado por ela não se abrir comigo ou até mesmo por eu tê-la perdido.
— Nós? — Ela agora me encara. — O nós que você abandonou um ano atrás? — Ela ri, irritada. — Você não tem esse direito!
— Você age como se só eu tivesse deixado de mão essa relação! — Sorrio sarcasticamente. — O que você fez por nós quando foi embora, Natalie?
É melhor eu realmente ir embora.
— Eu te disse desde o início que meus sonhos eram minhas prioridades... — Ela aponta pra mim. — E você entrou na minha vida, me fez acreditar em tantas coisas, e ...
— E? — Olho bem nos olhos dela. — Fala Natalie.
— E olhe aonde nós estamos. — Ela grita. — Você, álcool, festas, garotas desconhecidas, qual é o seu problema?
— Muita coisa mudou! — Vou em direção a porta. — Talvez eu seja grato por isso.
Ela para em frente a porta me impedindo de passar. — E por que você está aqui? — Ela grita. — Se você está grato com sua nova vida... para de tentar fazer eu sentir tudo aquilo de novo.
— Pode deixar, Natalie. — Meu coração está ardendo. Não quero fazer isso mas talvez seja melhor colocar um ponto final. — Não há nenhuma possibilidade de chance de ficarmos juntos. — Tiro a pulseira que ela me deu, e coloco sob a mão dela.
— O que? — Seus olhos enchem de água pegando a pulseira.
— Isso acaba aqui!
Eu te amo Natalie, te amo.
Ela apenas me observa, com um olhar triste mas não diz uma palavra.
E assim ela sai da frente da porta, me deixando passar e eu entendo o recado, e quando abro a porta...
— Pedri?
— Juan? — Olho pra ele, e depois dirijo o olhar a ela.
— Oi, o que você tá fazendo aqui? — Ela pergunta.
— Só queria ter certeza que está tudo bem.
— Estou bem, obrigada. — Seu semblante muda para um sorriso de gratidão.
— Tá de brincadeira, né? — Olho pra ela. — Isso não é sobre mim e você, é sobre vocês dois! — Sorrio, me sentindo enganado.
— O que? — Ela dá um passo na minha direção. — Pedro?
Me afasto. — Com ele você se abre, deixa te dar carona, o recebe aqui. — Estou falando muita merda mas não consigo parar. — E comigo...
— Cara, você tá viajando... — Juan entra na conversa.
— Cala a boca.
— Pedro!! — Ela grita.
— O que? Também vai defender ele?
Ela respira fundo. — Você tá sendo ridículo!
— Ridículo né? — Sinto mil facadas no meu peito. — Ridículo foi ele com você.
— Você ama lembrar o passado né? — Juan fica na minha frente. — Onde você tava quando ela precisou de ajuda? Bebendo? Saindo com outras? Entrando em polêmicas?
— Juan, não! — Agora Natalie grita.
— Precisando de ajuda? Mas que porra você tá falando?
Ele fica quieto.
Pego ele pela blusa. — Do que você tá falando caralho???
— Solta ele! — Natalie grita.
Ele me encara, e me da um soco na cara, o que faz eu cair no chão.
— Não. — Natalie vem na minha direção. — Deixa eu ver. — Ela olha meu nariz sangrando.
— Você não a merece! — Ele diz.
Me ergo e vou pra cima dele, dando um soco também. — Quem é você para dizer isso?
Natalie entra no nosso meio, e acaba se destabilizando e caindo no chão. Rapidamente paramos, e olho pra ela. Sua gola desceu toda, e percebo marcas roxas no pescoço.
— Natalie? — Me ajoelho no chão ficando de frente pra ela. — O que foi isso?
Ela olha pro próprio pescoço e tenta tampar novamente, mas a gola estava frouxa.
Ela olha pra Juan, com lágrimas derramando.
— Vai embora, Pedri. — Juan começa. — Você já fez de mais.
— Natalie? — Ela se recusa a olhar pra mim, chorando ela se levanta e se tranca no banheiro.
Vou atrás e bato na porta. — Quem fez isso com você? — Estou com a mão na cabeça, nervoso. — Quem?
Ela não diz nada. Só consigo ouvir seu choro, cada vez mais intenso.
— Pedri. — Juan toca meu ombro. — Depois vocês conversam.
Apoio uma mão na porta, fechando os olhos por segundos imaginando tudo que ela passou, e saio, com um ódio dentro de mim.
●
●
●Eles separados dói tanto :(
Votem e comentem, e lembrem de menções em capítulos anteriores, pois muitas vezes cito fatos que já aconteceram.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ
FanfictionPT/BR +18 - Qual o seu problema? inferno. - Você! Você é o problema, seu tosco. O destino reuni Pedro González, um jogador renomado e com uma legião de fãs ao redor do mundo, e Natalie Grayson, irmã de seu melhor amigo. Natalie não o suporta com...