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                                   Natalie

Acabo de agradecer Pedro pelo seu gesto. E cada vez que tento afastá-lo de mim parece que é aí que ele não desiste.

— Natalie?

Aí meu Deus. Vejo Luke vindo na minha direção.

— Ahn... Oi? — Fiquei surpresa ao vê-lo pela segunda vez hoje. — O quê faz aqui?

— Vim ver o jogo, sou amante do futebol também.

— Ahh.

— E você, também é?

— Sou. Mas vim pra ver meu irmão, ele entrou pro barça.

— Uau. Qual o nome dele?

— É o... — Fui interrompida por alguém.

— Você veio!

Olho para o meu lado e está Pedro.

Que diabos.

— Não por você. Tenho amigos.

— Alguém pode me explicar o que tá acontecendo aqui?

— Ele é meu irmão. — Pedro aponta pra Luke.

— Era.

— Qual é cara.

Olho o semblante de Pedro e consigo ver o vazio aparecendo e sinto o aperto no peito que logo desaparece quando ele direciona a pergunta a mim. — Como vocês se conhecem?

— Ahn... — Faço um sinal de não pra Luke que estava tentando falar algo. — Nos conhecemos por acaso, num restaurante.

Luke me olha confuso e assim que me viro pra Pedro, ele assente.

— E agora são muito amigos?

Quando ia responder que não chegava a ser isso, Luke responde. — Sim, somos! — Luke me puxa para o seu lado. — Temos várias coisas em comum.

Fico sem reação. QUE COISA TA ACONTECENDO AQUI? Olho para Pedro e vejo ele endurecendo sua mandíbula, os olhos que estavam fixos em seu irmão se dirigem a mim agora.

— Acho que seu irmão pediu para você esperar no carro.

— Eu estava in.. — Me irrito com essa troca de olhares deles. — Vou indo.

Saio dos braços de Luke e passo pelo meio dos dois.

— Eu te acompanho. — Luke diz.

— Não precisa não.

— Não tem problema nenhum eu te acompanhar, é meu caminho mesmo.

— Ela disse que não precisa. — Pedro entra na conversa. — Deixe ela ir.

AHHHHHH. Esses dois estão me estressando. Quando estava perto de dar um chega pra lá nos dois ouço Nathan me gritar vindo na minha direção.

— Era pra você tá no carro.

— Eu estava indo.

Nathan olha para os dois, e volta o olhar pra mim me guiando. — Vamos.

O acompanho e olho pra trás vendo Pedro me olhando enquanto Luke começar a sair de lá.

— Qual é a dos dois? — Falo baixo pra Luke não ouvir. — O quê aconteceu?

— Longa história. Mas não cabe a mim te contar.

Sim. Ele está certo. Não sei nem porque eu estou me importando.

Já dentro do carro vejo Nathan discando o número de alguém e colocando o celular preso ao painel enquanto a ligação fica chamando no viva-voz.

— E aí cara. — Reconheço a voz, Pedro.

Nathan começa a manobrar o carro para sairmos do estacionamento enquanto fala. — Você tá bem?

Pedro respira fundo.

— Tô sim.

— Você tá dirigindo?

— Eu tô bem.

— Você já disse isso. — Eu fico olhando pro lado agindo como se não estivesse prestando atenção. — Vem aqui pra casa.

É aí que me viro no mesmo instante pra Nathan. — O quê? — Sussuro.

Nathan faz o gesto pra eu ficar quieta.

— Vem aqui pra casa cara. — Nathan repete novamente após não ouvir nenhuma resposta de Pedro.

— Melhor não. Vou pra casa.

— Tem certeza?

— Sim.

— Não vai atrás dele, pelo menos não agora, ele ainda tá de cabeça quente.

Ele tá falando do Luke?

— Não vou. Vou pra casa mesmo.

                     2 horas depois

Tinha acabado de tomar meu banho quando ouço umas batidas na porta. Nathan já estava capotado, aquele ali não acorda por nada, tem um sono pesadíssimo. Vou em direção a porta mas antes pego a primeira coisa que vejo e pergunto — Quem é?

Nenhuma resposta. Estendo a frigideira e abro a porta, no mesmo instante sinto alguém segurar meu tornozelo e com o susto eu caio sobre.

Levanto a cabeça pra ver quem é.

— Pedro?

Ele abre os olhos lentamente e abre um pequeno sorriso.

— Oi amor. — Sinto o cheiro de álcool e me levanto. — O quê tá fazendo aqui?

Ele continua jogado no chão.

— Eu... — Mesmo bêbado vejo tristeza em em seus olhos. — Posso ficar aqui?

Ele fecha os olhos novamente.

Passa pela minha cabeça mil vezes não. Mas não consigo deixá-lo ir, não nesse estado.

— Vamos, levanta. — Tento ajudar ele a se levantar. — Sofá.  — Indico.

Ele deita no sofá enquanto vou no meu quarto pegar uma coberta pra ele.

Assim que tento jogar a coberta por cima dele, ele me puxa pra si. Caio sentada sobre ele.

— Por que você não gosta de mim?

Ele fica com os olhos entreabertos, não tão focados.

— Eu, ahn. — Gaguejo tentando procurar palavras certas.

— Por que você não gosta de mim? — Agora ele se ergue ficando sentado com os olhos fixos aos meus.

Ele coloca uma mão sob a minha nuca e me puxa lentamente, e é quando nossos lábios se roçam, e ele parece evitar por um momento até que eu o empurro de volta ao sofá o deixando deitado e coloco minha mão sob seu peito.

— Você quer isso? Então pegue.

Eu acabei o atiçando e agora ele puxa meu pescoço para si, afundando sua boca na minha e me beijando profundamente. Sua língua mergulhou e fez meu coração acelerar. Segui seu ritmo e cravei as unhas levemente em seus ombros enquanto ele segurava a parte de trás do meu cabelo.

— Minha pequena . — Ele suspirou deslizando uma de suas mãos sob a minha perna e a apertando.

Consciência bateu em mim e me afastei dos seus lábios.

— Eu não posso. — Me levantei e antes mesmo dele conseguir falar algo sair correndo pro meu quarto e bati a porta.

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Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora