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Pedro

QUE DOR DE CABEÇA DA PORRA. Me sento na cama tentando abrir meus olhos.

— Bom dia, bebê!

Me viro ao mesmo instante vendo uma mulher que não me recordo deitada na cama.

— O que você tá fazendo aqui?

Ela vem por trás e passa as mãos pelas minhas costas, me acariciando, e dando beijos no meu pescoço.

— Não. — Falo calmamente.

Ela continua a me dar beijos se posicionando sobre meu colo.

Não faço ideia de quem seja.

Seguro suas mãos de leve interrompendo- a. — Você é?

— Mary. — Ela bufa soltando as mãos e voltando a me acariciar e beijar meu pescoço.

— Mary, não.

Ela nem dá ouvidos.

— Não sei como eu te conheci, o que é estranho já que sempre quando bebo lembro de tudo. — Me levanto a descendo do meu colo a deixando na cama. — Seja lá o que aconteceu ontem, acabou!

Que não tenha acontecido nada por favor.

Ela me olha emburrada. — Tá.

Ela se levanta, pegando suas roupas e saindo do quarto. Passo a mão na minha cabeça tentando lembrar o que aconteceu.

— Merda. — Murmuro pra mim mesmo.

Uma hora depois estou tomando meu banho quando meu celular começa a tocar. Enxugo minha mão e puxo a seta pra atender Nathan deixando no balcão no viva-voz.

— Caralho, Pedro.

— O que?

— Desde quando você tá namorando?

QUE PORRA ELE TA FALANDO.

Enxugo minha mão de novo e pego o celular. Entro no Instagram que ainda não tinha usado hoje e vejo várias postagens.

— Tá de sacanagem.

— É meu amigo, ou você controla sua bebida ou ela te controla.

Vejo em um site de fofoca a seguinte publicação.

A influencer Mary Th acaba de publicar nos seus stories um relacionamento sério com Pedri González. Isso mesmo, nosso camisa 8 está namorando. Nessa foto podemos ver claramente ele dormindo na mesma cama que ela.

Saio do banheiro com a toalha enrolada no colo e me jogo na cama fechando os meus olhos.

— Tá aí ainda?

— Cara, você estava ontem comigo, quem é ela?

— Não conheço, só sei que você começou a conversar com ela e depois de umas doses estávamos nós quatro indo embora.

— Quatro?

— Tina também estava, eu a levei em casa. — Ele para de falar um pouco e depois retorna. — E você... Como ela disse que estava sem beber, se ofereceu pra te levar em casa, eu disse que te levaria mas você aceitou ela.

— Eu nunca esqueço de nada quando bebo.

— Você estava bebendo umas bebidas diferentes quando cheguei lá. — Ele continua. — Um líquido azul e se não me engano foi ela que ofereceu o shot.

— Ah. — Começo a rir.

— Qual é a graça?

— Nunca confie em bebidas coloridas...

— Quando alguém que você não conhece te oferece. — Ele completou.

Jura? Bebida batizada?!

— Vou resolver isso.

— Beleza irmão. — Ele desliga.

Um dia depois.

Já era umas sete horas da noite, tinha acabado de resolver esse B.O.
Eu meio que conversei com meu acessor que rapidinho fez ela confessar a verdade e disse também que não tinha acontecido nada, eu apaguei. Eu disse que não denunciaria ela por ter batizado minha bebida. Ela tinha dito que só queria ter um engajamento, é mole!

— Pela madrugada. — Saio do meu carro murmurando sozinho. — Eu só queria aumentar meu engajamento. — Imito o que ela disse.

Eu tive que entrar numa live, coisa que nunca faço e falar que aquilo era tudo mentira, e ela teve que confirmar que mentiu no próprio stories.

Estou entrando num hotel onde um patrocinador queria conversar comigo. Estou usando um casaco preto, capuz sobre a cabeça para não me reconhecerem tão fácil.

Passo pela saguão e vou até a recepção.

— Boa noite. — Digo a atendente, e mostro o cartão que o patrocinador tinha me dado. — Ele disse pra procurar ele aqui.

— Sim. — Ela pega o telefone. — Ele já tinha nos avisado, só preciso confirmar se ele pode te receber agora. — Ela aponta pra uns bancos de espera. — Pode aguardar, por favor.

— Sim. — Vou em direção ao banco e me sento, abro umas revistas entediado mas depois perco o foco.

Natalie?

Vejo ela entrando pelo saguão, indo em direção a recepção sem me ver.

Como? O que ela tá fazendo aqui depois de tanto tempo?

Olho de relance a recepcionista apontando pra ela também esperar aqui. MERDA.

— Pedro? — Ela diz chegando perto de mim.

Não respondo, apenas a olho.

Ela totalmente diferente, cabelos ruivos, o que deixou ela mil vezes mais linda e atraente, que porra. Não vejo os brilhos nos olhos que ela tinha, parece esgotada. Mas ainda sim, ela tem aquele maldito sorriso.

— Quanto tempo! — Ela sorri se sentando no outro banco.

— Um ano e quatorze dias. — Pisco pra ela e saio em direção a recepção a deixando sozinha.

EU NÃO VOU AGUENTAR ISSO DE NOVO NÃO. Nunca a superei, mas tinha dado o meu jeito de esquecer dia após dia.

Ele te aguarda lá em cima, quarto 87. — A atendente me diz.

— Aquela moça... — Aponto escondido pra Natalie. — Ela está hospedada aqui?

— Está se hospedando. — Ela tampa a boca. — Não posso dar essas informações.

Só concordo com a cabeça rindo por dentro dessa situação. Entro no elevador mas a consigo ver me encarando. Seu olhar por mim acelera o meu coração.

Aperto o botão do andar vendo o elevador se fechar com nós dois se encarando.

Natalie. Natalie. Natalie.
Minha cabeça só estava martelando esse nome agora.




Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora