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Pedro

E num instante, tudo mudou. O ar pesou, meu coração acelerou, e sentir tristeza no ar. Foi como se eu revivesse aquela noite, a festa, o acidente, tudo.

Deixo Natalie depositar toda a raiva que ela está de mim. Agora eu finalmente posso entender todo aquele alvoroço pra se manter afastada de mim, eu a magoei, não foi por querer mas a magoei de qualquer jeito.

Ela começa a chorar mas logo de levanta.

— Não mais. — Ela diz enxugando as lágrimas. — Nunca mais vou chorar por alguém.

— Natalie, eu posso te explicar...

Alguém bate na porta. QUE PORRA.

— Natalie??? — Reconheço a voz do meu irmão. — Tá tudo bem aí?

Ela se move pra porta antes mesmo de eu falar algo e abre.

— Sim!

Luke passa pela porta e me encara. — Hum, vi vocês entrando aqui e ...

Natalie interrompe. — Já estou indo trabalhar.

Luke assente e ambos saem por aquela porta me deixando. Meus pensamentos agora estavam me dominando. Passo as mãos pela cabeça. Como eu não a reconheci antes ?

Pedro - 2 anos atrás

— O que você tá fazendo aqui? — Pergunto pro meu irmão.

Ele aponta pra Lexie que estava passando vindo em nossa direção.

Lexie, minha melhor amiga.

— Ela! Ela quis te ver e eu não poderia deixá-la vir sozinha.

Luke sempre foi apaixonado em Lexie, mesmo ela afirmando que só queria a amizade dele, ele sempre esteve por ela.

— Ei. — Ela vem me abraçar. — Estava com saudades!

Beijo o topo de sua cabeça . — Eu também.

— E aí, já que estamos aqui vamos curtir a festa. — Ela sai pela multidão.

— Tem mais uma coisa... — Luke começa.

— O que?

— Juan veio com a gente!

— Como assim? — Reviro os olhos. — Por que?

— Cara, eu estava no treino quando lex invadiu dizendo que ia vir pro Brasil e ele ouviu e se ofereceu pra levar a gente.

— Cadê ele?

Pergunto já conhecendo a peça que Juan é, devia estar aprontando por aí, iludindo alguma garota.

— Tá por aí.

Começo a procurar por ele quando eu a vejo. Uma mulher linda dançando no palco da festa, sendo o centro das atenções, atraindo os olhares inclusive o meu. Ela estava com uma máscara de algum filme de terror, eu imagino. Chego mais perto e nos encaramos, posso notar o brilho naqueles olhos castanhos- mel...

Ela desce do palco se aproximando de mim e dançando em movimentos leves e eu a acompanho, queria poder tirar aquela máscara, não importa quem seja, só sei que nesse momento estou vidrado nela.

— Ora Ora. — Olho de relance e vejo Juan se aproximando de nós, com a máscara preta e o visual mesmo que o meu, calça preta, moletom preto e a máscara de devils night que Lexie deu pra mim, pro Luke e pra ele, ambas de cada personagem ... — O que temos por aqui.

Vejo ela o encarando.

— Posso te encontrar hoje mais tarde, aqui mesmo?

Ela só assente.

— E eu também? — Ele se intromete.

Pelo jeito que ele está se comportando, ele está bêbado, mil vezes pior do que o normal.

Ela passa entre a gente e não percebo pra aonde ela foi.

— Ui.

— Qual é o seu problema?

— Qual é o seu? — Ele dá tapinhas no meu ombro. — Quem divide multiplica.

— Cala a boca. — Seguro ele pelo fato de estar quase caindo. — Você calado é um poeta.

Vou levando ele até o balcão e ele logo se senta em um dos banquinhos.

— Eu quero aquela.

— Você não quer nada, tá bêbado.

— Eu tô ciente cara, ela vai ser minha.

Percebo a proporção que ele esta dizendo. Conheço Juan há anos e sei de que quando ele fala, ele não blefa, e é por isso que não somos amigos e sim apenas conhecidos que jogam na mesma equipe. Não simpatizo com suas atitudes.

— Uma água por favor. — Peço enquanto estou de costas pro balcão e de olho na multidão.

— E vai ser agora !

— O que?

— Que vou encontrá-la.

— Não vai não. — Me viro pra ele. — Deixa de ser babaca cara.

Ele revira os olhos e se vira de costas pro balcão também apenas olhando a multidão.

PROCURANDO ELA, certamente.

Preciso tirar isso da cabeça dele. Como eu disse ele não blefa.

— Ela é uma dançarina qualquer. — Digo com minha garganta rasgando com essas palavras ridículas. — Deve que fica com qualquer um.

Ele parece ficar pensativo e então continuo. — Você sempre diz que não gosta de mulheres oferecidas e ela é uma, você acha que porque ela dançou comigo?

— É verdade. — Ele para por um momento e bate no meu ombro. — Você tem razão, ela não é pra mim.

Ao mesmo tempo que estou comemorando mentalmente por ele ter desistido, meu coração se parte em outra parte quando me viro e a vejo segurando a água.

MERDA.



Já perceberam que sou fã de devils night né??
Enfim; Peço perdão novamente por não ter postado capítulos novos durante esses dias, mas é que tentando desenvolver com o máximo cuidado esses capítulos pois é os principais pelo fato de ter sido como ela o conheceu.
Votem e comentem <3

Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora