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Natalie

O que ele pensa que está fazendo?

— Você se tornou um babaca, sabia?

Ele se senta no chão e levanta uma sobrancelha nem dando ligancia.

BABACA MIL VEZES.

As portas se abrem com dois funcionários nos olhando.

— Obrigada. — Passo por eles e puxo todo o ar que estava precisando.

Sigo meu caminho até o saguão e pego minha encomenda, assinando meu nome. Passo de novo pelo corredor e vejo ele parado lá, me olhando.

Passo por ele, não dando atenção.

— É assim? — Ele vem atrás de mim.

— Assim o que? — Olho em direção ao elevador e a escada.

Vou pela escada.

— Tá brincando né? — Ele para na minha frente o que faz eu ter que olhar nos olhos dele. — Você é asmática e vai arriscar subir escadas?

Sigo meu caminho pela escada — Eu sei controlar minha respiração.
Na verdade não sei não, pra piorar sou muito sedentária.

Começo a subir a escada e sinto seus passos atrás de mim, me viro ficando cara a cara a centímetros de distância.

— O que é? — Grito, já estressada com a forma que ele me tratou e agora mudando de novo.

Ele sequer responde, só fica olhando no fundo dos meus olhos.

QUE SE DANE. Continuo subindo e vejo que faltam dois lances de escada ainda.

— Merda. — Digo, ofegante.

Ouço sua risada por trás de mim.

— Qual é a graça? — Pergunto sem olhar pra ele, continuo subindo.

— Você. — Me viro o fulminando com os olhos. — Você se quer fazia uma caminhada e agora resolve subir 4 lances de escadas?

Reviro os olhos e volto a subir. — Como você já disse, as pessoas mudam.

O silêncio acaba dominando após minha frase.

Após subir os quatros lances de escada, chegamos no corredor do meu quarto. Me viro pra ele esperando que ele se despeça.

— Então...

— Então? — Ele se faz de desentendido.

— Você já pode ir!

— Ah. — Ele passa por mim parando lado a lado apenas para dizer perto do ouvido. — Não vim por você!

BABACAAAAA

— Ótimo. — Finjo não me importar com suas últimas palavras e vou em direção a porta do meu quarto, mas sinto sua mão segurando meu braço. Ele não é o Randall. Não surta, ele apenas tocou em você como sempre fez. Tarde demais, fui quebrada. — Não me toca. — Me solto do seu aperto, soltando a encomenda no chão e entro no quarto batendo a porta na cara dele, o interrompendo de falar algo.

Deslizo encostada na porta e começo a chorar, tentando não fazer barulho.

— Natalie! — Ele bate na porta.

— Vai embora. — Grito, em meio a soluços.

— Eu juro que você tá me deixando maluco em apenas um dia. — O som de sua voz soa como se ele também estivesse agora sentado encostado na porta também. — O que tá acontecendo?

— Por que você se importa? — Meu choro se intensifica agora.

— Porque eu... — Ele para de falar e depois retorna. —  Porque você é irmã do meu melhor amigo, que amigo eu seria se não me importasse com você ?

Meu coração se partiu em mil pedaços agora. O Pedro que eu conhecia diria que se importava porque gostava de mim.

Me levanto, enxugando minhas lágrimas e encarando a porta fechada. — Vai embora!

— Eu vou. Mas primeiro vem até aqui, pega a caixa que você derrubou.

— Pode deixar aí, vou pegar depois.

— Eu só vou embora depois que você abrir essa porta e pegar isso aqui.

Golpe baixo, Pedro.

Abro a porta com a cabeça baixa, olho pra caixa e me abaixo para pega- lá, mas ele ergue minha cabeça fazendo nos olharmos.

Imagino pela sua expressão que meu rosto está totalmente vermelho agora, os olhos talvez um pouco inchados.

— O que tá acontecendo, Natalie ? — Ele diz quase num sussurro.

Me sentir naquela noite de despedida na casa dele, quando ele limpou minhas lágrimas e me consolou. Era como se nesses segundos ele tivesse voltado a ser o mesmo.

Nada. — Minto, tentando controlar meus olhos que estão lacrimejando. — Me deixa ir. — Susurro. Eu iria desabar, e não queria ter que explicar a ele.

— Natalie...

— Por favor!

Ele me olha confuso com minhas palavras, talvez se dando conta que eu realmente precisava ficar sozinha.

Minha versão de antes teria dado um chute nos órgãos dele pra ele me deixar entrar. A de hoje, está cansada, e pediu por favor.

Ele está com sua mão ainda sob meu queixo, e seu dedo polegar está desenhando meus lábios, eu não entrei em pânico. Apenas fechei meus olhos, tentando lembrar de como fui feliz perto dele.

— Você pode ir quando quiser, Natalie. — Continuo de olhos fechados sentindo seu toque. — Eu nunca faria nada de mal a você.

Abro os meus olhos, fazendo o contato visual com ele.

Ele tira sua mão do meu rosto levemente, e balança a cabeça em direção ao meu quarto.

Eu apenas o olho uma última vez e entro no quarto.

Me desculpa, Pedro.



Mil desculpas por não ter postado nenhum capítulo nesses dias, foram dias corridos para mim. Mas, adianto que vou começar a postar dois ou três capítulos por semana, ok? não vou conseguir postar todos os dias como antes.

Votem, comentem, e aguardem os próximos capítulos, beijos <3

Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora