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Pedro

Voltei pro hotel horas depois de ajudar Natalie, e me mantive tranquilo e silencioso durante esse tempo perto dela. Ela me deixava louco e eu não queria que ela se afastasse de mim por meus devaneios. Sendo sincero, eu realmente estou atraído por ela, não sei definir se é mais que isso, ela só não sai da minha cabeça desde quando a vi.

Saio do banho e coloco uma blusa branca com uma calça jeans clara. Passo meu perfume e recebo uma mensagem de Nathan.

               Nathan  

            "cadê você cara?"

Respondo: "Estou indo, mas acho que Natalie não vai gostar disso."

              Nathan

            "relaxa, minha irmã é dura assim mas tem um coração gigante."

           "ela não te expulsaria daqui, eu acho;) "

"ajudou muito parça" envio a mensagem rindo comigo mesmo.

            Nathan

            " de nada :) "

penso comigo mesmo se ele sabe o que é ironia enquanto desço pra pegar meu carro.

Nathan e eu somos amigos há 3 anos, considero que dividimos os mesmos neurônios já que nos conhecemos aprontando.
Foi numa festa anônima em Catalunya, eu estava super entediado e comecei a andar pela festa quando vi os pés de alguém debaixo de uma mesa, puxei a toalha da mesa disfarçadamente e o vi com bombinhas tracks na mão, não exitei ao entrar debaixo da mesa e pedir algumas, logo começamos jogar ao redor da pista de dança e ríamos o bastante quando a galera começou a sair pulando sem saber que era só estalos das bombinhas.
Não durou muito porque fomos puxados pelos pés por dois seguranças que nos botaram pra fora, nos entreolhamos e começamos a rir e logo se tornou uma grande amizade.

— Oi. — Digo a Natalie quando ela atende a porta. — Antes de mais nada, foi seu irmão que me convidou.

— Como se fosse justificativa. —Ela fala quase num sussurro mas a consigo ouvir. — Entre.

Eu a observo desaparecer na galera. Ela está tão linda. Com seus cabelos loiros presos num coque solto, uma blusa preta do 2pac que ela amarrou acima de sua cintura e uma calça branca que mostra como seu corpo é definido ... E aqueles lábios, malditos lábios vermelhos que eu queria tomá-los para mim.

— Ei cara. — Nathan me grita aparecendo com dois copos na mão. — Toma, sem álcool algum.

— Valeu cara.

— Não vou beber um álcool sequer de hoje em diante até o fim da temporada.

— E eu nem tenho a opção de dizer sim pro álcool. — Tento brincar com a situação mais difícil que passei mas Nathan me conhece o bastante pra saber isso não cola.

— Qual é cara! Eu tô aqui, você pode desabafar comigo sobre isso.

— Não quero falar sobre.

Ele assente mas ainda sinto que ele quer falar algo.

— Eu tô bem Nathan, isso foi a dois anos, eu seguir a minha vida.

Ele me encara e depois da umas batidinhas nas minhas costas. — Hoje a noite é nossa. Ele estende o copo pra brindar. — Sem estresse.

Natalie passa entre a gente com uma bandeja de gelatinas.

— Gelatina?

Pego só pra provocá-la. — Você que fez? devo me preocupar?

— Talvez eu tenha colocado algum veneno.
Ela sorri e sai.

Essa garota.

Entrego a gelatina a Nathan e vou atrás dela na cozinha.

— Quer dançar?

— Tá maluco? Ela se vira pra mim no balcão que está entre nós. — Não, obrigada. Eu não danço .

— Qual é, uma música e nada mais.

— Você vai me deixar em paz o resto da noite?

— Sim.
Digo sorrindo.

— Me espera na varanda em 1 minuto apareço.

— Não vai me dar bolo não né?

— Se manca. Vai logo.

Ela manda e eu obedeço direitinho.

Fico sentado num degrau da varanda quando ela aparece.

— Achei que tu tinha me enganado.

— Estou aqui.

Desapercebida a puxo para perto de mim e a conduzo pro centro da varanda.
Ela tenta olhar pra tudo quanto é canto menos para mim.

— Olhe pra mim, apenas hoje.

Não sei o que deu nela mas ela aceitou dançar comigo e agora está olhando fixamente nos meus olhos.

Ao fundo começa a tocar uma música internacional.

— Você conhece essa música? — Ela me pergunta olhando nos meus olhos enquanto a puxo mais pra perto de mim. — Quer dizer, já a ouviu?

— Nunca parei pra ouvir mas conheço a cantora, Rihanna.

— Stay, dela mesmo.

— Você gosta?

— Sim, acho a letra profunda.

A giro lentamente e a puxo de volta aos meus braços, ela sorri.

— O quê diz a letra?

— Eu acho que é sobre um amor tão grande que mesmo querendo que a pessoa fique, nós a deixamos ir pois esse amor não se pode pegar, tem que ser dado...

— Profunda mesmo. — Eu concordo com ela. — Alguma parte da sua vida se encaixa nessa música?

Ela desvia o olhar para o lado.

— Não.

Eu puxo lentamente seu pescoço para o meu peito, e ela se mantém encostada.

— Eu quero você. — Solto instantaneamente essa frase. — Mas o que você quer talvez você não veja em mim.

Ela ergue o rosto para me olhar.

— O quê?

— Eu quero você!

— Não. — Ela se solta do meu abraço. — De jeito nenhum.

— Não?

— Você pode ser uma pessoa incrível, sério mesmo, mas não tente nada comigo, nada.

— Por que? — Fico confuso pois achei que ela sentia algo por mim. — Por que você se nega tanto a mim?

— Porque você me magoou ! — Ela grita. — Não quero mais te ver.

E ela some pra dentro da festa antes mesmo de eu dizer algo.

Eu a machuquei? penso comigo mesmo. Como a magoei se eu nem conheço ela?

Entro na festa e tento procurar ela mas não encontro de jeito nenhum.
   

                                 ●●●

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Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora