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Natalie

Desapareço por um bom tempo da festa até que Emi me encontra no sótão.

— Ei, o que aconteceu? — Ela me envolve num abraço, e começa a passar a mão sobre os meus cabelos.

Começo a chorar mais ainda.

— Fala comigo Nat.

— E- eu... — Começo a gaguejar. — Eu não aguento mais.

— O quê houve?

Estamos sentadas no chão, estou deitada sobre seu ombro enquanto ela acaricia os meus cabelos.

— Eu tô cansada dos meus segredos, de tudo que tenho feito pra chegar aonde eu quero.

— Não se envergonhe do que você faz, não tem nada demais nisso.

Só Emi sabe que eu trabalho em boates. Não é nada errado, eu meio que só danço num palco fantasiada. Mas eu tô tão esgotada de guardar isso de todos ao meu redor. De ter que relembrar aquela noite sempre quando vejo Pedro.

— Pedro não me reconheceu. — Digo olhando nos olhos de Emi. — Ele me magoou naquela noite, mas nem sequer lembra dos meus olhos.

— Você ainda não contou? — Ela revira os olhos em insatisfação. — Ele tem saber o quanto palavras podem machucar alguém.

— Nunca conte isso a ele, tá bom? Até porque não quero a pena dele depois de tudo.

Ela só assente com a cabeça.

— Me desculpe, é seu aniversário e eu estou te prendendo aqui.

— Você sempre pode contar comigo, sempre.

— Always and forever. — Junto meu dedo mindinho ao dela assim como ela.

— Always and forever.

Eu e Emi nos conhecemos graças a série The Vampire Diaries. Ambas fazíamos parte de um grupo de fãs da série, mas nunca chegamos a nos conhecer, até que num evento onde os atores Ian ( Damon) e Paul (Stefan) estariam, nos encontramos, éramos as únicas do grupo que tinha conseguido ir, e nos juntamos para não ficarmos sozinhas. Tiramos fotos e choramos juntas, desde esse dia, nunca mais nos separamos, e usamos o always and forever dos irmãos originais como símbolo da nossa amizade.

                       2 horas depois

Estou fazendo de tudo pra passar desapercebida por Pedro, até que chega a hora dos parabéns...

Começamos a cantar os parabéns, fico ao redor, de um lado está Nathan gravando tudo, e do outro Pedro. Fixo meus olhos somente em Emi na minha frente quando ela me puxa pro meio com ela.
Após os parabéns, Emi se pronuncia.

— Agradeço a todos vocês, de coração. — Ela me olha com orgulho. — Mas principalmente a minha melhor amiga Nat por tudo que fez por mim.

— Não precisa agradecer, eu amo você. — Digo quase num sussurro.

— E eu te amo. — Ela diz. — Agora, DJ, solta o som.

— Não tem DJ.

— Eu sei.

Começamos a rir.

Coloco Starboy de The Weeknd e puxo Emi pro centro da festa, e me movimento segurando sua cintura, nós duas dançando uma com a outra, enquanto sinto alguns olhos sobre nós, foco minha atenção somente nela.

We don't pray for love, we just pray for cars — Gritamos nessa parte .

— Ah. — Emi grita quando a música termina. — Isso foi incrível.

Já respirando com dificuldade faço que sim com a cabeça.

— Preciso de água, você quer?

— Não não, vou dançar mais.

Sorrio e vou pra cozinha quando sinto alguém me puxando pelo braço

— Me solta. — Olho pra ver quem é. — Agora.

Pedro acaba me soltando e abre a porta do banheiro nos prendendo lá.

— Qual é o seu problema. — Grito com ele. — Tá maluco? abre a porta.

— Depois que a gente conversar. — Ele cruza os braços escorado na porta.

— Não tenho nada pra falar com você.

— Qual é Natalie? abre o jogo.

— Eu simplesmente não gosto de você.

— O quê eu te fiz?

— Você é um tosco, idiota, galanteador, e isso é irritante.

Ele dispara na minha frente e me puxa pela cintura, colando nossos corpos.

— E por que você fica tão nervosa assim perto de mim?

Tento manter minha respiração calma mas sinto as batidas do meu coração cada vez mais rápida.

— É só impressão sua.

Ele pega em uma das minhas mãos.

— E por que sua mão tá tão suada ?

Raciocina Natalie.

— Por- porque... — Gaguejo. — Estou com calor, esse banheiro é um forno.

Respira, respira.

Ele sussurra no meu ouvido e sem intenção fecho os meus olhos.

— Você não me quer? — Fala roucamente. — Certeza?

— Não. — meu Deus, eu sou uma idiota, penso comigo mesma — Sim, tenho certeza.

Vejo um sorriso malicioso aparecendo em seu rosto depois desse meu deslize.

— Nem quando eu posso fazer isso?

Ele desce devagar até meu pescoço, e deposita beijos lá, e eu em instito, arqueio o pescoço.

Depois ele tira uma de suas mãos que estão na minha cintura, e posiciona sobre o meu cabelo, e o puxa levemente, fazendo eu arquear mais ainda, dando mais acesso a ele.

— Eu não faria nada que você realmente não queira, eu posso te beijar?

Não tô conseguindo raciocinar com ele assim comigo. Preciso sair daqui urgentemente.

Tento pensar, e penso mal, porque a ideia que eu tive não é nada agradável pra ele, mas é a única opção.

Ergo a cabeça, e finjo que vou beija-lo, e é quando chuto suas partes íntimas fazendo com que ele me solte e eu consigo abrir o banheiro e correr.

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Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora