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Natalie - 2 anos atrás

Babaca de merda. Estou desacreditada no que eu acabei de ouvir. É sério isso??? Por eu dançar com ele sou uma oferecida?? Sou uma dançarina qualquer?

Eu sabia que era o Pedri, eu era uma super dele, acompanhava tudo. E sabia que a melhor amiga dele deu essa máscara pra ele e mais dois, nessa época os vídeos deles com as máscaras viralizou.

— Vai a merda. — Grito colocando a água no balcão.

— Ei. — O outro bêbado começa a falar comigo. — Você!

E nesse momento estou encarando o outro babaca que está tentando falar mas o interrompo.

— Eu quero que você e seu amigo vão a merda, babacas !

Passo pelo balcão e saio mesmo vendo a gerente me olhando de canto. Eu seria demitida, e por causa desses idiotas.

— Na minha sala, agora. — Âmbar comenta passando por mim.

DROGA.

Eu fui demitida minutos depois, ela disse que nunca se deve tratar clientes assim. PORRA, mas ela ouviu aquelas merdas que eles falaram? EU TENTEI EXPLICAR PRA ELA MAS SÓ OUVI UM "ASSUNTO ENCERRADO".

Estou sentada na calçada da boate quando disco o número de Emi.

— Emi?

— Hum? — Ela com certeza acabou de ser acordada por mim.

— Fui demitida!

— O quê? — Ela fica em alerta. — Aquela vaca.

Emi me disse desde meu primeiro dia de trabalho que não sentiu uma boa energia de Âmbar, ela disse que uma hora ou outra eu ia perceber também.

— Foi culpa dele!

— Quem?

— Pedro.

— Pedro? — Ela fica em silêncio. — Aquele que você é fã?

— Ele mesmo.

Eu não aguento e começo a chorar, tento não tremer a voz pra ela não perceber, e respiro fundo.

— Eu tenho que desligar, te amo ...

Desligo e libero todo o meu choro, minha raiva, minha frustração.

Começo a ir embora e eu vejo de relance ele colocando o amigo bêbado no carro e depois vem uma garota ruiva acompanhada com outro cara também estrando no carro.

Vou andando por um caminho enquanto vejo ele saindo de carro por outro.

Esse era o momento que eu ia esquecer que um dia fui dele. E nunca mais tocar no nome dele.

Natalie.  ATUALMENTE

Antes de voltar ao trabalho peço licença a Luke pra ir no banheiro. Entro em um e me tranco lá.

— Não chora. — Digo pra mim mesma me olhando no espelho.

Jogo uma água no meu rosto e respiro fundo colocando a máscara novamente.

Saio do banheiro e volto pro palco dançando.

— MARAVILHOSA. — Um cara na multidão grita. — Ô lá em casa.

Tento agir como se não estivesse desconfortável. Vejo meu irmão aparecendo no meio da multidão também e torço pra ele não reconhecer.

Faço uns movimentos e ouço um ... — Gostosa!

BABACA.

O palco tem uma pequena parte reta como se fosse pra desfilar, uso ele pra ampliar alguns passos quando sinto um toque.

— Faz por quantos?

— O quê?

— Qual é, uma noite... — O idiota fantasiado de fantasminha continua falando. — Pago o dobro do que eles te pagam.

No mesmo instante me solto do seu toque e largo um soco na cara dele.

— Aí. — Grito balançando minha mão que agora doía muito.

— Qual o seu problema sua maluca? — Ele grita passando a mão no próprio queixo.

Me viro deixando ele falando sozinho quando ele segura meu pulso.

— Me solta.

Ele só fica encarando com um sorriso cínico.

— Me solta, agora. — Movimento meu braço pra sair do seu agarre, mas tentativa falha.

— Solta ela. — Pedro aparece segurando o braço  do cara.

— E quem é você? — Diz em tom de deboche. — O namoradinho dela?

E agora meu irmão aparece. MEU DEUS.

— O que tá acontecendo aqui? — Nathan diz olhando ao redor.

— Eu mandei você soltar ela! — Pedro grita.

Eu fico imóvel. Percebo que todos estão olhando pra nós quatro agora.

Ele me solta e eu respiro fundo.

Pedro aponta pra saída e quando estou preste a sair ouço o idiota falando de novo. — Isso, leva sua vadia pra casa.

— Pedro, não. — Grito vendo Pedro correr em direção ao cara.

Os dois se embolam, mal consigo ver quem tá em cima dando socos quando a multidão se fecha, gravando.

MEU DEUS DO CÉU.

Saio empurrando e entro no meio, vejo Nathan tentando separar Pedro, e eu vou em direção ao outro cara pra puxar ele quando sinto algo atingir meu queixo com força, sinto a máscara voando do meu rosto.

— Natalie! — Vejo Nathan me gritando enquanto começo a cambalear de tontura.

— Foi sem querer. — Ouço o cara gritando enquanto Pedro também vem na minha direção.

Caio no chão de vez agora. Mas ainda estou acordada.

— Ei, você tá bem? — Nathan segura minha cabeça.

— An... — Tô meio lenta pra racionar. — Tô.

— Que merda você tá fazendo aqui?

O QUE EU TÔ FAZENDO AQUI? merda, A MÁSCARA.

Pedro chega. — Ela tá bem?

Vejo a expressão de raiva de Nathan e já tento me levantar. — Eu tô bem.

— Vamos pro hospital.  — Nathan me levanta.

— Mas...

— Agora.

— Eu levo vocês. — Pedro se intromete.

— Não! — Nathan me leva no colo e eu olho por cima do ombro dele Pedro erguendo o capuz dele e saindo também em direção oposta.

Que desastre de noite. Tinha que acontecer tudo isso no mesmo dia que aconteceu aquilo tudo dois anos atrás?



Natalie definitivamente não tem muita sorte, né? Votem e comentem <3

Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora