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Pedro.

— O que? — Ela se endireita.

Ela tá estranha. Na verdade desde quando nos encontramos no saguão. Reparei que ela estava usando um conjunto de moletom mesmo aqui não estando tão frio. Eu mesmo por exemplo estava usando o capote pra não ser reconhecido. Mas ela, ela sempre gostou de usar blusas curtas, que mostravam sua cintura. E agora está usando outro conjunto novamente.

— Por que você tá toda coberta?

— Mudei o estilo.

— Você tá suando, Natalie. — Tento não me preocupar. — Deixa disso.

Percebo que ela continua inquieta.

— Eu posso ficar virado. — Dou uma ideia.

— Eu tô bem, Pedro. — Percebo todo o suor, a respiração ofegante, as mãos trêmulas.

— Você não tá bem, Natalie. — Tento ir até ela novamente.

— Não chega perto de mim. — Ela grita se levantando.

Eu fico parado. O que acontecendo aqui?

— Por que você tá agindo assim? — Me viro de costas pra ela. — Se você quer passar mal de calor, tudo bem.

— Por que você se importa? — Ela grita. — Um ano inteiro sem falar comigo e agora quer agir como se estivesse preocupado comigo.

Agora me viro pra ela. — Não me importo, não mais. — Digo com frieza. — Só não quero você caída aí.

Minhas palavras provocam uma raiva nela, porque ela me fulmina só com o olhar. — Vai a merda, Pedro.

— Eu já estou, e graças a você. — Digo, mas logo me arrependo dessas palavras.

Ela me olha como se eu tivesse quebrado qualquer tipo de aproximação nossa.

Penso em voltar atrás no que eu disse mas não faço isso, apenas me viro de costas e fico mexendo nos botões novamente.

— Que porra de elevador. — Digo já sem paciência.

SILÊNCIO.

Ela não falou mais nada desde quando eu a culpei.

Eu tô suando. Parece que estou trabalhando com fogo.

— Se você não se importar... — Digo ainda de costas tirando minha camisa. — Não tô aguentando o calor.

SILÊNCIO. Ela não fala nada novamente.

Me viro pra ela estranhando o silêncio já que ela sempre retruca.

— Natalie?

Ela está sentada novamente mas agora com os olhos fechando, como se estivesse desmaiando.

Vou em direção a ela mas ela ainda consegue usar suas mãos pra me impedir de chegar perto.

— Fica aí. — Ela diz quase num sussurro.

— Qual é a merda do seu problema? — Fico a encarando enquanto ela tenta se erguer. — Eu tô tentando te ajudar!

— Não precisa. — Ela se levanta segurando nas paredes e indica para que eu saia da frente dela. — Socorro, socorro! — Ela começa a gritar batendo na porta.

— Não adianta gritar. — Digo do outro canto. — Eles não vão te ouvir.

Ela revira os olhos e começa a cambalear e é quando me levanto e a seguro pela cintura. Ela está quase desmaiando.

— Ei, ei. — Dou tapinhas no rosto dela pra ela alertar e não desmaiar. — Olha pra mim. — Ela tenta ficar com os olhos abertos. — Fica acordada!

Após uns segundos, ela usa toda a força que tem pra tirar minha mão de sua cintura e me empurrar. — Falei pra não me tocar.

Eu apenas a olho e a vejo paralisada se escorando na parede tentando se estabilizar.

— Que se dane. — Digo irritado.

— Isso, que se dane. — Ela retruca. — Volta há um ano atrás quando você nunca sequer falaria isso pra mim.

— As pessoas mudam. — Digo a olhando nos olhos, e ela também. — Te agradeço tanto por isso.

Sua ira agora é notável porque ela vem pra cima de mim e me empurra.

— Olha aqui. — Deixo ela ter o controle sobre mim, não a toco. Apenas fico parado enquanto ela fala essas coisas a centímetros de mim. — Se você quer destruir sua vida, se embebedando, entrando em várias polêmicas, o problema é seu...

Ela continua e eu gosto de como ela recuperou toda a força somente para jogar essas verdades na minha cara. — Mas não venha me culpar. Seja homem e assuma seus B.O.

Agora puxo sua cintura, a grudando no meu corpo. Ela tenta se soltar, mas não deixo. — Você pode agir como se não estivesse nem aí pra mim, mas olha isso. — Mostro nossa situação. — Eu sou o seu karma, Natalie. — Susurro no ouvido dela. — Aceite.

Ela se solta na mesma hora, com seus olhos cheios de ódio.

Ótimo, Natalie. Se não podemos nos amar, vamos nos odiar agora.



Eita poxa!
Aguardem os próximos capítulos, a coisa vai pegar 🔥
Galerinha nova que chegando, peço por favor que não votem nos capítulos recentes, votem desde o início, ajudaria muito <3

Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora