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Pedro

Estou deitado aqui no sofá, sem conseguir parar de pensar nela. Ainda mais sabendo que ela está quarto ao lado. Maldita hora que aceitei dormir aqui hoje.

Me levanto na ponta dos pés pra não fazer barulho e vou na cozinha beber água, e quando eu me viro tomo um susto com Natalie parada me olhando.

— Porra. — Solto naturalmente.

Ela ri. — Estava com sede também. — Ela já responde antes mesmo de eu perguntar.

Ela passa por mim e pega a garrafinha dela pra beber, e eu reparo no pijama dela, que é fofo, é uma calça larga com várias figurinhas do barcelona e um top, que não é nada fofo e sim sexy. Ela se senta no balcão enquanto eu me escoro também na frente dela.

— Sem sono? — Ela pergunta.

— Sim, e você?

— Eu costumo acordar na madrugada pra beber água.

— Sério?

— Não né. — Ela ri. — Não conseguir dormir então levantei e vim aqui.

Será que ela estava pensando em mim assim como eu estava pensando nela?

— Olha... — Ela começa a falar colocando as mãos sob a cabeça. — O que estamos fazendo?

— Natalie...

— Não. — Ela se levanta e vem até a mim. — Eu entendo cara, eu entendo que isso pode ser um ciclo sem fim de uma atração mas eu...

A interrompo. — Não é só uma atração Natalie, você sabe.

— Tem que ser só atração. Senão ambos vamos sair machucados.

— Por que não tentar? — Vou até ela e recosto minha testa na dela, respirando fundo. — Eu não estou mentindo quando digo que gosto de você.

Ela me olha. — Olha ao redor, somos totalmente diferentes.

— Eu sou um jogador famoso e você tem um irmão que tá crescendo mundialmente, não tem nada de diferente.

— Tem sim. — Ainda continuamos na mesma posição. — Você é um jogador famoso e eu só sou uma irmã de um jogador que está ficando famoso, eu não quero isso.

— Por favor Natalie!

O que ela está fazendo comigo?

— Eu quero você. — Ela adianta. — Mas não posso estar com você, não ainda.

— Por que Natalie? — Respiro fundo. — Por que?

— Porque eu quero ser alguém na vida, eu quero realizar meu sonho. — Ela também respira fundo. — Mas não quero que esse sonho se realize com eu tendo a fama de estar com um jogador famoso. — Ela olha pra mim. — Você viu os comentários? Todos ao redor achariam que estou com você pelo dinheiro, eu não quero isso pra cima de mim.

— Eu faria de tudo pra mudar essa percepção.

— Pedro. — Ela levanta meu queixo nos colocando pra olharmos um nos olhos do outro. — Eu não posso.

E então coloquei minha mão em seu rosto e ao meu toque, ela estremeceu.
Nossos lábios se encontrando enquanto eu encarava sua boca.

— Pedro. Eu... — Ela sussurrou.

A interrompi.

Enfiei uma das minhas mãos no seu cabelo e puxei sua cabeça um pouco pra trás, bem devagar, afundei meus lábios no seu pescoço, mordiscando de leve.

Ela suspirou e fechou os olhos.

— Posso? — Pergunto.

Ela se inclinou, abriu os lábios e eu mergulhei, capturando- os. ELA ESTAVA ME DEIXANDO LOUCO. A calidez, eu a beijava suavemente por mais que meu corpo agora estivesse gritando por mais. Ouço um gemido sufocado e percebo que veio de mim.

Ela se solta do nosso beijo. — Não faz isso!

Pergunto confuso. — O quê?

— Isso. — Ela aponta pra nós dois. — Não quero ter a necessidade de ter você pra mim.

Pois eu já tenho isso. Eu quero você só pra mim, Natalie.

— Eu posso ser só seu!

— Você só me deseja. — Ela fala quase como num sussurro. — Depois que conseguir o que deseja, isso passa.

Eu não sei mais o que fazer pra essa mulher parar de ser desconfiada.

— Eu não sou como eles, Natalie.

— Quem?

— Esses que conseguem o que quer e cai fora.

Ela suspira. — Eu não posso.

E assim ela passa por mim entrando no seu quarto, e eu não faço nada, apenas fico parado. SOU UM COMPLETO IDIOTA. Seu primeiro beijo foi comigo eu nem sequer falei o quanto gostei disso, tudo tá sendo eu na vida dela e eu não enxerguei de como isso tá sendo novo pra ela, e por isso ela esteja com um pé atrás. Preciso mudar isso.

Amanheceu.

Quando eu me levantei ela nem estava mais em casa, talvez tenha fugido pra não me encontrar. Tomei café com Nathan e fomos pro treino. Quando estávamos no estacionamento, Nathan em direção ao seu carro e eu ao meu, ele grita. — Ah, você ficou sabendo?

— O que?

— Vai ter uma festa hoje na boate. — Ele entra no carro dele. — E como estamos de folga hoje, vamos ir.

DROGA. Ele não sabe que Natalie trabalha lá.

— E é a fantasia.

Rapidamente me recordo da festa que fui no Brasil numa boate no dia do acidente, e também era a fantasia.

— Te vejo lá? — Ele pergunta.

— Não vamos não cara. — Tento fazer ele mudar de ideia. — Vamos pra outro lugar.

— Que nada cara. — Ele buzina. — Nos vemos lá, e eu quero ver Tininha, não há vejo faz tempo.

Ele e seu amor pela Tina. Nunca entendi porque ela nunca quis ele.

E antes mesmo que eu responda, ele sai com o carro.

MERDA.

Disco o número de Natalie enquanto dirijo.

— Alô?

— Nathan vai nessa festa hoje. — Comento.

— O que??

— Por que você não me falou dessa festa? Esquece, não temos tempo pra isso.

Ela fica em silêncio, não sei se vai contar a verdade pra ele ou se vai se esconder.

— Tina... — Penso alto.

— O que tem ela?

— Seu irmão tem uma queda nela. Peça ela pra que o distraia.

— Não brinca.

Revelando os sentimentos do melhor amigo, parabéns Pedro.

— Enfim, tenta isso ou conte a verdade.

— Eu tenho outro plano.

— Ah, é?

— É a fantasia. — Ela bufa. — Ele nunca me viu de fantasia, não vai me reconhecer, além do mais, vou fazer outro trabalho hoje, não vou servir.

— Que trabalho?

Ela suspira. — Enfim, obrigada por me avisar.

E ela desliga. Mas que trabalho? droga.



Mil desculpas por não postar capítulos novos nesses dois dias. Estive ocupada e mal tive tempo de concluir esses capítulos. Espero que gostem desse e até o próximo <3

Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora