Natalie
— Natalie! — Nathan bate na porta do meu carro. — Natalie!!
— Oi. — Levanto da cama num pulo. — Pode entrar.
— Tenho que sair agora. — Ele enfia as mãos no bolso procurando as chaves. — Tranca a porta.
— Aconteceu alguma coisa? — Digo preocupada com a agitação dele.
— Pedri tá tendo uma crise de pânico. — Ele diz procurando as chaves na cozinha agora. — Vou buscar ele.
Automaticamente fico preocupada. Isso é uma das piores coisas que pode acontecer. Você fica sem ar, imóvel, o peito dói, tudo dói. Já aconteceu diversas vezes comigo e sempre Nathan e Emi estiveram comigo... Quero fazer o mesmo com Pedro.
— Vou com você.
— O que? Não. Já tá tarde.
— Eu vou com você. — Digo pegando somente um capote do barcelona. — Ele não pode dirigir, você me leva e na volta eu o levo e você vem atrás.
— Você não tem carteira.
— Mas eu sei dirigir.
Ele sabe que não vai conseguir vencer essa então assente.
Chegando na estrada, praticamente eu salto do carro assim como Nathan e vemos Pedro imóvel com a cabeça escorada no volante.
Nathan passa na frente. — Ei amigão, vem aqui, vem. — Nathan levanta ele e o guia até a beirada do acostamento onde nós três nos sentamos.
Eu olho pra ele e é como se ele não estivesse ali. Os olhos estão vermelhos, suas mãos sob o joelho ainda trêmulas.
— Só respira. — Nathan fala ao seu lado. — respira fundo.
Percebo que isso não é a primeira vez que acontece pela forma que Nathan tá instruindo ele. E aí me cai a ficha daquele dia que Nathan perguntou várias vezes se ele estava bem e pediu pra ele vim pra casa.
Eu só apenas pego uma de suas mãos e entrelaço com a minha.
— Vai ficar tudo bem.
Ele continua imóvel com seu olhar vazio.
Nathan se levanta. — Vem, vamos embora.
Com minha mão entrelaçada a dele eu o puxo o levando até o carro. Nathan abre a porta e ele entra.
— Você leva ele. — Ele entrega as chaves. — Vou estar logo atrás de vocês.
Concordo e entro no carro. Coloco o cinto já que ele sempre me lembrava. E oro porque eu dirigindo não é uma das melhores coisas.
Confiro se ele tá com o cinto certinho e dou partida no carro. Durante o caminho eu o olho algumas vezes. Ele está calado desde o momento que chegamos e com um olhar vazio.
— Você sabe que pode contar comigo, né? — Começo a falar. — Da mesma forma que você me ajudou aquele dia eu quero poder fazer o mesmo.
Ele me olha. Me viro rapidamente só pra ver sua expressão mas ainda é a mesma.
Solto uma mão do volante e pego a mão dele. — Eu tô aqui, com você. — Ergo a mão dele e largo um beijo.
Ele continua na dele durante todo o caminho até a casa dele.
Entrando eu fico encantada como a casa é grande e mora apenas ele.
— Vamos amigão, você vai dormir agora. — Nathan vai junto com ele enquanto eu os sigo bem atrás.
Pedro se joga na cama gigante dele. — Obrigado irmão.
Ele diz ainda sem aquele brilho nos olhos, perdido mas grato.
Nathan sorri.
— Eu vou dormir no quarto de hóspedes. — Ele me olha esperando que eu saia também.
— Eu vou ficar um pouco. — Aponto pro sofazinho. — Aqui.
Certeza que ele pensou em discordar mas assim que viu a situação de Pedro ele concordou. — Estou no quarto ao lado caso precisem.
Ele vem até mim, beija minha cabeça e sai.
Eu penso em 70 coisas que o meu eu não permitiria mas acabo indo fazer.
Subo na cama de Pedro, ele está de costas pra mim então eu o abraço fazendo conchinha, e ele permite segurando minhas mãos e beijando uma delas. — Obrigado a você também.
Eu vou e despejo beijinhos em seus ombros. — Você pode conversar comigo sempre que quiser.
Ele aperta minha mão de leve pra mostrar que entendeu o que eu quis dizer.
Minutos depois percebo que já estava dormindo e fico pensando. O que poderia ter ocasionado toda essa situação desgastante pra ele? Isso me dói tanto quanto nele. Ver ele assim, frágil... E o que tá acontecendo comigo por me preocupar tanto?
— Eu vou cuidar de você. — Sussurro pra ele mesmo sabendo que ele não está ouvindo. — Você tem a mim agora!
Acabo pegando no sono ali mesmo e acordo na madrugada com as mãos dormentes, eu tiro sem acordar ele e me viro para dormir de novo pois tô com muito sono pra levantar daqui e ir pro sofá.
Sinto ele se virando pra mim. — Posso? — Ele pergunta com a voz rouca.
Só balanço a cabeça confirmando. Ele me abraça e fica de conchinha comigo, entrelaça nossas mãos e beija o topo da minha cabeça.
Me sinto ótima assim com ele. Me sinto segura, protegida, me sinto importante pra alguém.
— Eu gosto tanto de você, Natalie. — Ele sussurra. — Você não faz ideia.
Permito soltar meus sentimentos uma vez na vida. — Eu gosto de você, Pedro.
E assim acabo pegando no sono novamente.
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Ambos os personagens tem ansiedade e tô desenvolvendo pouco a pouco, tomem cuidado com gatilhos assim como coloquei na sinopse. <3
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Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ
FanficPT/BR +18 - Qual o seu problema? inferno. - Você! Você é o problema, seu tosco. O destino reuni Pedro González, um jogador renomado e com uma legião de fãs ao redor do mundo, e Natalie Grayson, irmã de seu melhor amigo. Natalie não o suporta com...