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Natalie

QUE DIABOS ACABOU DE ACONTECER AQUI?

— Senhorita, quarto 89. — A atendente me desperta dos meus pensamentos.

— Obrigada. — Pego o cartão da mão dela. — Bom trabalho pra você.

Ela sorri.

Entro no elevador e disco o andar. Vejo uma parte do meu pulso mostrando, então vou e tampo de novo com o casaco. Ao mesmo tempo que conquistei muitas coisas, acabei perdendo outras também, inclusive o meu brilho.

Entro no quarto e me jogo na cama.

— Você já passou por coisa pior. — Falo pra mim mesma com os olhos lacrimejando. — Ser ignorada por alguém não vale suas lágrimas.

NÃO ERA UM ALGUÉM. ERA PEDRO.

Entro no banheiro e me preparo para meu banho. Tiro as roupas e me olho pelo espelho. Passo as mãos sobre as marcas que antes eu não tinha, agora estou cheia.

BABACA. Não aguento e começo a chorar.

Não sei quanto tempo dura pra essas marcas desaparecer!

2 dias antes

— Você vai embora?

— Sim, vou. — Estou sentada no meu apê encarando o cara que eu estava ficando em Londres. — Por isso quis te avisar antes de ir.

— Simples assim? — Ele muda o olhar dele de apreensão para um olhar que desconheço, raiva. Seus olhos estão totalmente dilatados.  — A gente ficou de beijinho dois meses inteiro e agora é só dizer adeus e acabou?

— Estávamos somente ficando Randall. — Me levanto me dirigindo a abrir a porta pra ele ir embora já que a atitude dele está muito estranha. — Eu te disse desde o início que não seria nada sério, e você aceitou.

Randall foi um cara que atuou comigo em um comercial e depois começamos a nos encontrar. Ele era muito misterioso, o que causava curiosidade em mim. Nós só ficávamos, não passava disso, e quando ele tentava algo, eu dizia não e ele ia embora. E eu achava normal isso, até hoje...

Ele se levanta vindo até mim e bate a porta que eu tinha acabado de abrir.

— Qual o seu problema? — Ele tranca a porta e tira a chave antes mesmo de eu conseguir pegar. Sinto um cheiro estranho vindo dele. — Não tô gostando disso, Randall.

Ele estava usando drogas?

— Ah, não tá gostando? — Ele passa a mão pelos fios do meu cabelo e eu fico trêmula.

— Vai embora, Randall. — Ele coloca a chave dentro de sua cueca. — Por favor.

Ele vem e me joga contra parede, me prendendo lá com suas mãos.

— Você vai ser minha!

— Me solta! — Grito, e ele agora usa uma das suas mãos para tapar minha boca.

Ele me vira e um dos braços segura meu pescoço forte, e vai me levando até meu quarto enquanto fico me debatendo em vão, tento morder a mão que está tampando minha boca mas não adianta.

Ele me joga na cama e quando tento gritar sinto um dor imensa no meu rosto. Ele me deu um tapa.

— Cala a boca. — Eu não sei o que está acontecendo comigo, meu rosto está ardendo agora, minha vista ficou escura. — Fica caladinha.

Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora