PedroAcordo no meio da madrugada e pego o celular pra ver as horas. Quatro horas.
Vejo uma chamada perdida de Natalie e começo a lembrar do que eu fiz e falei.
— Merda! — Murmuro sozinho.
EU REALMENTE DEIXEI AQUELE RECADO PRA ELA?
Tantos momentos pra me declarar pra ela e faço isso em um recado da caixa postal? porra.
Meu celular vibra com uma notificação do calendário.
3 de junho.
Meu semblante muda totalmente. Perco o meu ar. Minhas mãos ficam trêmulas.
3 de junho. Hoje completa três anos do acidente. 3 anos que perdi a Lex. Três anos que meu irmão nunca mais foi o mesmo comigo. Três anos da culpa que carrego até hoje.
Me levanto e vou no banheiro, lavo meu rosto numa tentativa de se acalmar. Eu tenho que me manter ocupado hoje.
Visto minha calça moletom, e meu capote preto. Coloco o capuz sob a cabeça, e calço meu tênis.
Saio na rua do meu condomínio e começo a fazer uma corrida matinal.
— Tá maluco? — Zac, o segurança toma um susto comigo quando bato no vidro da janela. — São quatro da manhã, Pedri.
— Abre, por favor! — Digo, sem querer prolongar a conversa.
Ele me encara dos pés a cabeça. — Tá tudo bem?
— Sim.
Ele percebe meu desconforto e aperta o botão que abre o portão.
— Obrigado. — Saio correndo sem rumo pela rua que ainda está escura.
Paro numa esquina e coloco meu fone iniciando minha playlist. Penduro meu celular no meu braço naqueles aparelho próprios pra corrida.
— Tá de brincadeira! — Falo sozinho ao ouvir a primeira música tocar. ARCTIC MONKEYS - I wanna be yours
Lex tinha adicionado essa música na minha playlist.
Ergo meus olhos para o céu. — Sério isso, Lex?
Sorrio dolorosamente e começo a correr de volta. Tudo clareando pouco a pouco.
Corri praticamente uma hora dando diversas pausas pra respirar fundo.
O que não te mata, te deixa mais forte. Lembro da consolação que meu pai tentou usar quando perdi a Lex.
ACONTECE QUE ESSA DOR JÁ ME MATOU POR DENTRO VÁRIAS VEZES.
Meu celular toca, e atendo pelo fone mesmo sem saber quem era.
— Oi?
— Oi, você tá bem?
— Nathan? — Paro de correr, colocando as mãos sob o joelho, e respiro fundo. — Por que você tá me ligando 5 horas da manhã?
— Seu porteiro...
— Segurança.
— Enfim, seu porteiro barra segurança me disse que você estava estranho. Achei melhor conferir, você tá mesmo bem?
— Você odeia acordar cedo. Não era pra eu ter dado seu número como chamada de emergência.
— Qual é cara. — Ele bufa. — Fala comigo.
— Eu tô bem. — Tento mentalizar pra mim mesmo também. — Pode ficar tranquilo.
Ele fica em silêncio por segundos e depois volta a falar. — Certeza absoluta, irmão?
— Por que eu não estaria bem hoje?
Porque hoje completa três anos que você perdeu sua melhor amiga. Penso.
— Não sei, me diz você.
— Tô bem. — Pigarreio. — Vou desligar, tenho que fazer algumas coisas.
— Beleza, mas você... — Desligo antes.
Nathan sempre lembrava desse dia, nunca esquecia. Hoje foi excessão. Ele não raciocina muito bem tão cedo.
Mais tarde vai cair a ficha dele e ele vai aparecer lá em casa assim como as outras vezes. A diferença é que hoje não vou estar em casa.
Voltando pro condomínio, já vejo Zac na portaria.
— Corrida profunda, né? — Ele sorri.
Não quero ser rude novamente, então o máximo que faço é assentir, e dar um bom dia enquanto ele abre o portão.
— Um bom dia pra você também! — Ele retribui.
Em casa, tomo uma ducha e separo uma mochila onde coloco duas mudas de roupas e algumas coisas que preciso.
Saio novamente e aviso Zac que se Nathan viesse aqui era pra avisar que não tem ninguém em casa.
— Você quer deixar o endereço? — Ele pergunta.
— Não. — Coço a cabeça. — Sem endereço.
— Tudo bem.
Saio com meu carro preto para não me acharem, já que poucas pessoas já me viram usando ele.
Passo numa floricultura e compro as flores preferidas de Lexie. Tulipas.
Coloco as flores no banco do passageiro e sigo meu caminho. Paro no cemitério da cidade onde ela foi enterrada. Ela morou por um longo tempo em Londres, e foi onde conheceu Juan. Mas sua cidade sempre foi aqui.
— Oi, Lex. — Me sento ao chão, de frente pro túmulo dela onde coloco as tulipas. — Sabe, só hoje eu sentir sua falta umas trezentas vezes. — Rio dolorosamente. — Eu nunca vou conseguir aceitar o fato que te perdemos pra sempre....
Tô com um nó na garganta. Meus olhos lutam pra não lacrimejar. — É... Eu finalmente encontrei a garota, Lex. — Sorrio, com lágrimas descendo sob meu rosto. — Você adoraria conhecer ela. Ela é incrível, assim como você também foi...
— Ela me faz feliz. — Coço a cabeça. — Na maioria das vezes quando não estamos brigando. — Sorrio, lembrando. — Eu amo ela, Lex. E não sei o que fazer pra não perder ela.
Ouço passos se aproximando perto de mim e me viro.
— Juan?
— Pedri. — Ele assente. — Posso?
Ele está usando um óculos de sol preto, imagino que pra esconder a cara de choro. Ambos amávamos ela. Ele não implicou comigo, e ainda está pedindo por algo. É Lex, você conseguiu.
Não respondo, apenas confirmo com a cabeça. E ele se senta no chão, do meu lado. Joga tulipas sob o túmulo.
Ele suspira. — Isso dói. — Ele abaixa a cabeça. — Dói muito.
Fico em silêncio. Não sei realmente o que dizer. Apenas confirmo com a cabeça de novo.
Ouço mais passos e dessa vez eu e Juan viramos na mesma hora.
Luke.
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●Que dor ver eles assim pela Lexie. :(
Próximo capítulo será postado até domingo assim como disse antes tentarei postar dois capítulos por semana.
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Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ
FanfictionPT/BR +18 - Qual o seu problema? inferno. - Você! Você é o problema, seu tosco. O destino reuni Pedro González, um jogador renomado e com uma legião de fãs ao redor do mundo, e Natalie Grayson, irmã de seu melhor amigo. Natalie não o suporta com...