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Natalie

Estou deitada no sofá assistindo The Vampire Diaries novamente quando meu celular volta a tocar.

— Eu não posso, Pedro. — Falo mentalmente vendo mais uma chamada dele.

Ontem foi um dos piores dias da minha vida. Perdi alguém que eu mal tive por completo, Pedro. Meu irmão fala comigo, mas sinto que ele ficou chateado pela situação que estava, trabalhando numa boate, e depois daquela cena de ontem, talvez estivesse certo. E ainda tenho que lidar com as milhares mensagens de ódio e críticas.

Meu celular toca mais uma vez, só que agora não é Pedro.

— Oi, Emi.

— Como você tá? — Eu só respiro fundo e ela volta a falar. — Não, espera, óbvio que você não tá bem.

— É, não tô. — Caio no choro e começo a rir junto.

— Você tá rindo ou chorando?

— É o término de stelena. — Abafo o som, soando o nariz. — Eu não posso, não mais. — Repito a fala do Stefan. — Eu também não posso, Emi. — Volto a chorar.

2x05

Stefan: Hoje, quando eu disser: Eu não posso mais fazer isso Elena. Eu vou querer dizer Eu te amo."

Elena: E quando eu disser: Tudo bem Stefan, tanto fez, eu vou estar dizendo que também te amo.

4x05

Stefan: Eu não posso fazer isso Elena, não mais.

Elena: Eu sei

— Ah, eu entendi a referência. — Ela fica em silêncio assim como eu.

A referência foi a mim e a Pedro, eu não posso mais.

— Tenham uma última conversa Natalie, você não pode ir embora assim.

— Eu só preciso de coragem, eu só não quero cogitar em voltar atrás na minha decisão.

— Você não vai, infelizmente. — Ela comenta com insatisfação pois ela disse que eu não deveria sair assim. — Quando você coloca algo na cabeça, ninguém tira a não ser você mesma.

Fico em silêncio pensativa.

— Te amo.

— Eu também te amo. — Ela desliga.

Aproveitando minha melancolia, o embalo da minha tristeza. Vou e entro no meu Spotify e coloco a música de término de stelena.
Walking Blind.

Acabo dormindo no sofá e acordo com Nathan me chamando.

— Vamos jantar fora hoje!

— Não estou com ânimo. — Me embrulho na coberta. — Podemos comer miojo aqui e assistir um filme.

Ele puxa minha coberta. — Eu estou te chamando pra jantar fora, e não pra ficarmos aqui com seu baixo astral comendo miojo.

— Ei, não fala assim do miojo. — Jogo o travesseiro nele.

— Quando você perceber o quanto isso faz mal, vai me agradecer.

— E o que vamos comer?

— O que você quiser.

— Ótimo. — Me levanto. — Vamos em algum restaurante com pratos típicos brasileiros então.

Ele assente e fica mexendo no celular, enquanto eu vou pro banheiro tomar um banho.

Após meu banho, coloco um cropped branco de manga, peludo que tem gola alta, por cima coloco minha jaqueta de couro preta. E coloco uma calça preta apertadinha. Por fim, passo meu batom vermelho e coloco meu tênis branco. Solto meus cabelos e me olho no espelho reparando o quanto meu cabelo está enorme, sempre costumo deixar ele preso num coque, solto só em saídas importantes, talvez eu devesse deixar ele mais livre as vezes.

Tá pronta? — Nathan bate na porta. — Já vou descendo pra tirar o carro da garagem.

— Tô indo já.

Puxo minha medalinha pra fora da blusa e a beijo.

— Sinto sua falta, mãe. — Falo sozinha.

Enquanto pensávamos em qual restaurante ir, decidimos ir num rodízio, eu amo.

— Isso tá uma delícia. — Falo com Nathan mostrando a carne que o garçom acabou de cortar aqui na mesa.

— Tenho que concordar.

— Eu te falei, churrasco é a melhor coisa. — Sorrio. — Um arroz, carne mal passada, vinagrete e feijão tropeiro.

Ele só ri.

— Sabe... — Decido tocar no assunto. — Você não precisa agir como se não estivesse chateado comigo só porque eu vou embora.

Ele me olha. — Eu não tô chateada com você. — Ele para de comer. — Quer dizer, tô sim, porra Natalie, esses lugares sempre tem um cara pervertido.

— Eu sei me defender. — Falo baixinho.

— Percebi ontem. — Ele ri. — Belo soco.

Sorrio. — Obrigada.

— Me desculpe. — Começo a falar novamente. — Por não ter te contado.

Ele puxa minha mão e a beija. — Eu sou seu irmão, seu sangue, sempre fomos nós dois, então você pode contar sempre comigo.

— Eu sei que posso. — Aperto a mão dele. — E você também.

Sorrimos juntos.

Durante nossa volta pra casa, conecto meu Spotify no carro dele e coloco Birdy - Wings e começo a cantar junto pensativa olhando pra janela.

— Sunlight comes creeping in, illuminates our skin, we watched the day go by, stories of all we did, it made me think of you. — Canto baixinho pensando em Pedro. — It made me think of you.

— O que você vai fazer em relação a ele?

Me desperto do meu pensamento.  — O que?

— Qual é, Natalie. — Ele balança a cabeça. — Eu sei inglês.

— É só uma música!

— It made me think of you? jura.

Decido ser mais aberta com meu irmão.

— Irei conversar com ele, apenas. — Fecho os olhos. — Mas nada que vai alterar a minha escolha.

— Eu pediria pra você ficar mas acho que o melhor por agora é você realmente ir, ou vocês dois vão sair machucados de qualquer jeito.

Meu irmão está certo. Tanto eu quanto Pedro estamos nos machucando, nossa vida particular nunca seria particular com essas notícias. Eu nunca seria a garota certa pra ele.

Sim. — Susurro baixinho e escoro a cabeça na janela focando na música novamente.







Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora