Natalie
Hoje é um péssimo dia pra acordar com os olhos inchados de tanto chorar, penso comigo me levantando.
— Não acredito. — Grito ao abrir meu guarda-roupa e ver uma caixa de presente. — Nathaaaan.
Ele abre a porta abruptamente. — O que aconteceu?
— O que é isso? — Pego a caixa na mão e me viro pra ele.
— Ah, isso? — Ele finge não ligar e sai com um sorriso no rosto. — Só um presente, de despedida.
Sorrio comigo mesma enquanto abro a caixa.
— No way. — Grito. — Não acredito.
— Gostou?
— Tá de brincadeira? — Saio pulando até ele. — É o melhor presente do mundo.
Dentro da caixa tinha um box de livros empacotados com meses anotados, ou seja, cada mês eu abro um e leio. PORRA, eu sempre quis fazer isso.
— Obrigada. — Abraço ele e ele retribui.
— Não tem de que. — Ele sorri e vai pra cozinha. — Preparada pra hoje?
— Eu mal conseguir dormir. — Começo a fazer um coque na cabeça enquanto vou pra cozinha também. — Tenho medo de travar na hora.
— Você não vai. — Ele entrega uma pêra pra mim. — Sempre foi um dos seus sonhos, e agora você vai realizar.
— Sim. — Mordo a pêra e vou em direção ao meu quarto. — Em breve você vai ver notícias minhas nas manchetes sendo conhecida como uma baita de uma atriz.
— Não duvido disso. — Ele grita.
Nem eu posso duvidar disso. Sonhos são as únicas coisas que me mantém de pé ainda.
Durante a tarde inteira ficamos ensaiando, repassando as cenas, conferindo os figurinos e os cenários. O dia foi bem produtivo. Eu mal sinto meu corpo quando entro no chuveiro. Com uma água bem gelada, eu mando todo o desânimo, cansaço, e tristeza embora.
— Hoje não. — Falo comigo me olhando no espelho. — Hoje você não tem tempo pra ficar triste, Natalie. — Aponto pra mim mesma. — Viva o hoje, sem medo nenhum.
Escolho minha roupa pra ir pro teatro. Dessa vez opto por algo diferente. Um vestido vermelho longo e justo, que realça as minhas curvas, com costa nua, e bem chamativo. Coloco um salto não tão grande e reafirmo o quanto EU ODEIO USAR SALTO.
— Nathan, você já tá pronto ? — Grito do meu quarto.
— Tô. — Ele grita do dele. — Vamos.
Ele aparece no meu quarto e fica parado na porta. — Uau.
— Tá bom assim?
— Você está linda!
— Obrigada, você também. — Brinco passando por ele.
Chegando pela entrada do teatro eu fico paralisada. — O que é isso?
Nathan ri. Me guiando com um de seus braços. — Isso são pessoas que vieram pra te ver, minha irmã.
— Você fez isso?
— Não. — Ele ri novamente. — Meu cérebro não funciona tão bem pra eu ter tido essa ideia.
Reconheço a maioria das pessoas enquanto vou adentrando no teatro. Os jogadores do time do barcelona, com suas famílias, eu advinho.
— Ele fez isso! — Nathan aponta pra ele, o reconheço mesmo de costas, ele está escorado em uma pilastra do canto externo do teatro.
— Pedro. — Falo num sussurro.
— Pedro! — Agora Nathan grita ao chegar perto do amigo.
Os dois se cumprimentam enquanto os olho.
— Eu vou tá te esperando ali Pedro. — Ele aponta pras poltronas.
Pedro só assente e direciona seu olhar a mim. Ele me olha de cima abaixo e de repente sinto sede.
— Você tá... — Ele endireita a postura. — Está muito linda.
— Obrigada. — O olho de cima abaixo também. — Você também na está nada mal.
Ele está diferente. Usa uma camisa branca social de manga, que realça seus músculos. Os botões abaixo do pescoço estão aberto deixando aquela vibe de arrumadinho mais desleixado. Ele está os próprios caras que vejo no meu pinterest, confesso. MERDA, péssima hora pra ser um gostoso, Pedro.
— Não acredito que você trouxe todos eles. — Me viro olhando pra frente onde estão todos sentados.
Ele se posiciona atrás de mim, consigo sentir sua respiração sob meu pescoço.
— Quando você estiver lá na frente... — Ele sussurra no meu ouvido. — Quero que se lembre que você merece a porra do mundo inteiro. — Ele pausa e começo a respirar fundo com ele tão perto de mim. — E que eu faria de tudo pra te dar...
EU NÃO CONSIGO RESPIRAR. ME CONCENTRAR.
— Mas isso não vai ser preciso. — Ele continua. — Você vai conquistar tudo que almeja sozinha, minha pequena. — Ele tira o cabelo delicadamente do meu ombro e deposita um pequeno beijo lá. — Você não precisa de mim, ou de qualquer homem pra brilhar. — Olho para ele enquanto ele se distancia. — Você é própria luz.
Sorrio. — Thank you, love. — Falo num sussurro e mesmo sem entender ele sorri desaparecendo pela galera.
Estamos na minha cena favorita agora. Onde Laurie confessa todo o amor que sente por Jô. EU TIVE UNS PEQUENOS SURTOS ANTES DE COMEÇAR A APRESENTAÇÃO, fui pra um canto e fiquei falando pra mim mesmo. — Você vai conseguir, só não pensar na quantidade de gente que vai estar te olhando. E então depois eu já estava fazendo todas as cenas tranquilamente. Eu nasci pra isso. Sempre foi meu sonho atuar.
— Eu acho que você está errada Jo.
— Não.
— Você vai se casar um dia. Vai achar um homem, vai ama-lo. Vai viver e morrer por ele... Porque você é assim, eu sei. — Pablo faz a mesma expressão do Timothée e eu me sinto no próprio filme. — E eu vou ficar vendo.
Fico parada lá enquanto ele vai embora. Tentando transmitir toda a dor e me lembro da música Watch da Billie Eilish.
"Eu vou sentar e observar você se apaixonar por outra pessoa, da mesma forma que você se apaixonou por mim. " MEU DEUS, SIM. MUITO JO E LAURIE.
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●MUITA ELITE SENHORAS E SENHORES.
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Um Destino Na Espanha - PEDRI GONZÁLEZ
FanfictionPT/BR +18 - Qual o seu problema? inferno. - Você! Você é o problema, seu tosco. O destino reuni Pedro González, um jogador renomado e com uma legião de fãs ao redor do mundo, e Natalie Grayson, irmã de seu melhor amigo. Natalie não o suporta com...