SUPER-HOMEM

299 49 1
                                    

- O que meu irmão falou de mim? Ele exagera todas as vezes.

Estou em um banheiro de uma boate luxuosa, tentando convencer uma garota a sair porque seu irmão não está com paciência para suas birras. Seguro seus cabelos roxos para que lave o rosto, após vomitar.

- Você o conhece, se demorar mais um pouco é capaz de invadir e te levar a força - Sorrindo, confirma com um sonoro sim. Perdendo a paciência prendo seus cabelos. - Eu pedi que ele comprasse água.

- Ele simpatizou com você, deu até o blazer - fala enquanto pego papel para secar o rosto. - Olhe no bolso interno, tem o selo dele impresso. Ele encomenda no mesmo lugar há anos.

Foi por isso que ele me deu, sua irmã aceitar minha ajuda e não duvidar que eu o conheço.

- Acho que você está pior do que eu! - ela aponta para o rasgo da minha blusa. - Não precisa explicar.

Entrego lenço para limpar o rosto e amenize o efeito da maquiagem borrada. Diferente do irmão que no carro só falou o nome dela e a cor dos cabelos, ela não para de falar.

- Brenda, está sentindo alguma coisa? - pergunto quando vejo lágrimas descerem silenciosas, e reclama das bebidas, colocando culpa nelas pelo seu estado.

- Porque está me abraçando, estou bem...

- Mas eu não estou, não vou conseguir esperar chegar em casa e pedir aos meu pais para me abraçar - ela me abraça de volta. - Pela minha blusa, deve imaginar que passei por mal momento, se não fosse seu irmão poderia estar pior.

Ela suspira e vai se acalmando, acho que eu estava precisando mais do que ela.

- É difícil imaginar meu querido irmãozinho - ela fala se afastando de mim. - ,ajudando alguém que não conhece, embora seja para mim o super-homem, acho que ainda existe salvação para ele.

"Não, ele me usou para não ter que enfrentar a situação. Ele é só lindo quanto o super-homem."

Escutamos batidas na porta e o nome da irmã sendo pronunciado.

- A paciência dele se esgotou -disse Brenda. - Vamos antes que ele invada e me leve nos ombros, amanhã falo com minhas amigas.

Ela segura minha mão e saímos, que espécie de amigas que deixaram ela sozinha neste estado?

Ele me olha e indica que o siga, abrindo caminho entre as pessoas, no certo momento uma mulher se agarra em seu pescoço, ele fala alguma coisa e se livra dela facilmente. Brenda não larga minha mão, se agarrou no meu braço, quando alcançamos a rua.

- Agora você está bem, me despeço aqui, vou pedir um carro...

-Não, senhorita, não vamos abandoná-la neste lugar a esta hora, é perigoso pegar um carro sozinha. Meu super-homem veio nos salvar.

Ela saiu me puxando para o veículo do irmão.

- Brenda, eu posso ficar...

- Entrem e me passe seu endereço.

Brenda se joga no banco, sem me dar chance de questionar. Aperto o blazer com tanta força que de novo seu perfume invade meu nariz. Olho para ele no canto de olho, para ver o nível do seu aborrecimento por ter que dirigir mais de uma hora para me deixar em casa. E eu ter sua presença silenciosa ao meu lado.

- Isa, tem namorado? - Brenda não aguentou nem dez minutos sem falar. - Você é linda, deve ter muitos homens querendo te conquistar...

- Não tenho namorado e nem uma fila deles querendo me conquistar - Viro para trás, ela já está sentada colado ao banco. - Tenho outros planos para minha vida, você tem quantos anos?

Amor ValiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora