APÓLICES DO PASSADO

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- Leandro, está ocupado? - pergunto após vê-lo concentrado no computador.

- Estou editando um vídeo para o canal. - responde sem erguer a cabeça. - Controle de caixa. Não usar a grana que sobra.

- O meu está zerado - falo puxando um puff e sentando ao seu lado. - Ter filho é muito caro.

- Sua carteira de investimento está parada há dois meses. - Leandro é mais controlador do que o papai.

- Vai continuar assim. Não tenho dinheiro para investir.

Ele trabalha na Loja de materiais elétricos do papai, estuda para ser assessor de investimentos, adora as redes sociais, fala do cotidiano, seu namoro com Yuri que faz algumas participações ensinando a cozinhar, até a Carina participou, o que rendeu muitas visualizações. No momemto seu foco e ensinar investir na bolsa de valores,

- Eles não chegaram e que milagre você foi à academia?

Papai e a neta foram entregar umas lâmpadas para um morador do prédio.

- Estresse - respondo entre os dentes.

- E quando não está?

Finjo que vou puxar sua orelha.

- Vai para a casa do Yuri, quero uma carona.

- Esse plano de esconder do super-homem é uma tolice - confirmo com um aceno de cabeça. - se ele quiser pode ir na Roval.

- Ele decidiu se manter longe de mim por todos esses anos, pode bater a qualquer momento naquela porta, o conheço bem.

- Tão bem que não o esqueceu. AI!

Grita quando puxo sua orelha.

- Sou testemunha do quanto sofreu.

- Sou sua irmã mais velha, não insista.

"Para quem morava numa casa simples, este prédio é de luxo. Desfrute meu dinheiro, enquanto pode."

Foi a mensagem do Vinicius. Passei a ficar na casa dos meus pais, duas semanas nesta rotina. Não quero que descubra onde eu moro.

Levanto e examino a estante, além de mhitos livros, um porta retrato da sobrinha com um ano no seu colo, outro com os nossos pais e o terceiro com Yuri, ambos sorrindo, mesmo em algo inanimado é visível o brilho intenso em seus olhos.

- Yuri tem uma surpresa para mim e não é comida. - fala girando a cadeira.

Seu quarto era meu, o armário é a única coisa que me pertenceu, agora tem cama de casal, o que era impossível com um berço.

- Pode ser uma roupa.

- Nossa, que romântica. Quantos anos não namora? - pergunta guardando o material de gravação. - Quando foi a última vez que esta boca linda foi beijada?

- Não abuse, garoto. Tenho uma filha...

- Continua sendo mulher. Não precisa levar o homem para casa, sabia?

- Não faz muito tempo que estava me pedindo conselhos amorosos.

- Cresci, agora sei o que é o amor, tenho um homem lindo, não me esconde e me faz sentir amado, até quando me deixa ansioso - pede que eu sente na cama. - Isa, se falar com ele.

- Isso não vai acontecer.

- Cin⁰co anos e não conseguiu se envolver com outro homem.

- Nem sei quando vou conseguir. - Seguro sua mão. - Mamãe falou que está chateado com a minha situação, eu escolhi isso, e faria de novo se fosse preciso. Vinícius não me amava.

Amor ValiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora