VINHO E AMEAÇAS

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- Allegra, o que...

- Talvez eu faça -Interrompo Vinícius, exibindo a bolsa. -Estou precisando de uma nova. Amo bolsas. Mas não vou começar por Milão.

Argumento como se não fosse algo importante. Aprendi a esconder as emoções, os Borges com maestria as usam contra mim. Nem essa peituda vai me deixar vulnerável como no passado

- Heloísa, faça antes que assuma a diretoria da Roval - fala Alberto, uma voz calma e com um sorriso acolhedor. - Guedes comentou que tem planos para você.

- Estou me preparando, ainda tenho dois anos - Jogo os cabelos de lado arrumando a franja. - Allegra tem razão, Tenho dinheiro, só me falta tempo.

- Vamos conhecer meus designers que vou exibir na feira.

Alberto convida enquanto Vinícius se afasta com a noiva. Eu aceito e fujo do olhar da Virgínia. Essa mulher pode me deixar indefesa. No escritório ele mostra como trabalha e gargalha quando Carina fala que prefere os desenhos do pai. Falo do que o pai fez para ela.

- Se o meu filho não fosse tão duro com ele mesmo, seria um grande artista.

-A morte do avô - Alberto faz expressão de surpresa. - Ele me falou após um pesadelo.

- Vinícius é um tolo, ele...

- O almoço vai ser servido - Vinícius entra no escritório, fujo do seu olhar. - Mamãe não quer esperar Brenda.

- Leve Estrela para lavar as mãos, iremos em seguida.

Ele sai com Carina, finjo examinar os desenhos de Alberto. Ele me dar uma sacola de sua ótica.

- Acho que nunca usou um da minha loja - aceno com a cabeça. - Eu faria o mesmo.

- Obrigada. Este é o último lugar que desejei está.

- Um dia conversamos sobre isso. Aguente firme, está indo bem. - Abaixo a cabeça envergonhada. - Vamos, antes que Virgínia grite. Se necessitar de ajuda à mesa, olhe para mim.

Ele pede que experimente o óculos de sol, ao entrar na sala encontro os pares de olhos. Guardo o presente junto com os de Carina.

- A irresponsável da sua filha, não virá - Reclama Virgínia. - Vamos logo a esse almoço.

Alberto me leva até a mesa.

- Heloísa, sente aqui. -Allegra aponta meu lugar. Ficando a sua frente à mesa.

- Quero Carina ao meu lado. - Exige Alberto, sentado à cabeceira, Virgínia ao seu lado, o filho ao lado da nora.

Vinícius fala algo fingindo ciúmes da filha. Olho a arrumação da mesa, com vários copos e talheres. Peço que Estrela não toque em nada, mas o avô avisa que está de olho nela.

- Estrela, é igual brincar de casinha, o vovô ensina.

Ele pisca para mim. Olho para Allegra que sorri. Virgínia ordena que sirvam.

- Querido, escolhi um dos seus vinhos preferidos. Eu...

- Isa, troque de lugar comigo. - pede Vinícius levantando - Quero ajudar Estrela com os talheres.

- Sei usar, papai. Não vou tomar vinho.

- Não, vai tomar suco com vovô

- Ouviu seu avô. Pegue o guardanapo como uma mocinha. - respondo ignorando Vinicius. A funcionária colocando suco, Carina toca minha mão quando o avô pega o copo para ela.

-Não quer o suco?

- Ela não gosta do suco de uva. - respondo.

- Tome água. - fala Virgínia. - Pobre não têm luxo.

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