- Se o telefone da sua noiva não estivesse no viva voz não iria saber desta tragédia.
- Mãe, depois vou à sua casa. Allegra por que criou esta situação?
- Você, quando transou com aquela coisa, jogou o nome de sua família no esgoto.
Mamãe invadiu a sala de reunião, expulsou os funcionários e controlando a voz e não as palavras exigindo explicações por eu ser pai.
- Você não atende minhas ligações - fala Allegra magoada. - E quando liga é para falar que não vai me ver porque encontrou uma filha.
- De uma desgraçada que se vendeu por uma ninharia, - ela começa um novo ataque. - agora arrumou este golpe
- Chega, a senhora está se comportando como uma favelada.
- Esqueceu o que ela fez? - ela não para. - Quanto ela pediu pela bastarda?
- Nada, afirmou que vai cumprir o contrato que fez com a senhora.
Falo e passo as mãos nos cabelos, Allegra faz carinho nos meus braços.
- Querido, Virgínia explicou o que fez a faxineira.
- O assunto aqui é Carina.
- Você tem o meu apoio. - fala Allegra. - Virgínia está nervosa.
- Você não vai assumir a paternidade!
- Quando conhecê-la.
Bate na mesa e empurra a cadeira.
- Nunca aceitarei essa pirralha.
Coloco a cadeira no lugar.
- Se Heloísa não aceitar, vou exigir meus direitos.
- Depois de todo o sacrifício que eu fiz.
- O que fez além do que me falou? - pergunto.
- Acha que foi pouco ouvir que só se aproximou de você por causa de dinheiro - ela começa a chorar. - Que não passou de um investimento para sair da favela... tive que me controlar para não fazer nada com ela.
- Virgínia, acalme-se - Allegra faz ela se sentar.
- Perdoou a pilantra?
- O que ela fez não tem perdão. - respondo dando-lhe as costas e indo para a janela.
- Vá para o escritório - Allegra aproxima-se e faz um carinho no meu rosto. - Vou conversar com sua mãe.
Olho para mamãe, batendo as unhas na mesa.
- Desculpe por ter sido grosseiro, essa situação está mexendo comigo, nunca imaginei ser pai.
- Logo nos casamos e sua filha fará parte da família.
- Nunca, nem por cima do meu cadáver.
- Vá, querido.
Atendo seu pedido, dou-lhe um selinho e caminho para a saída.
- Não pergunte nada. - falo para Patrícia e busco refúgio na minha janela.
No celular, mensagens da Kiara, fotos da Carina, áudio dela perguntando se vou vê-la. Meu novo compromisso às noites, conversar com ela, ontem foi uma chamada de vídeo. Por um minuto vi Heloísa fazendo limpeza de pele e logo depois pedir para encerrar a ligação.
A porta é aberta, guardo o celular. Sento na cadeira de frente para elas no sofá.
- Não vai me ouvir? - pergunta mamãe.
- Carina é minha filha.
- Exijo exame de DNA, positivo, faça um contrato de sigilo, nossos amigos não podem saber que se envolveu com uma faxineira.
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Amor Valioso
RomanceVocê venderia o seu amor? Heloísa tem sua vida planejada: trabalhar numa empresa com um bom salário e ajudar a mudar a realidade da sua família. Com pais interracial, desde de criança sabe o que é preconceito e acredita que só quem possui dinheiro...