FLASHBACK.- Us.

107 5 4
                                    

writer's pov

Era janeiro, Victoria tinha acabado de chegar ao seu quarto mês de gestação. Tinha passado pouco tempo desde que ela tinha compartilhado isso com Dam, e desde esse dia os dois andavam radiantes. Ainda não se viam como um casal, Victoria pensava que ele só a via como a mãe da filha dele, mas ele pensava em muito mais do que isso. Os sentimentos sempre estiveram lá dentro, só não conseguiram sair durante muitos anos. Mas parece que no fundo, eles sempre souberam que esse era o seu destino. O destino mandava juntá-los, seja de que forma for. E se do amor deles resultou um pequeno rebento, também era por alguma razão. No final, somos nós mesmos que desenhamos o nosso destino, mas ele às vezes toma rumos que não esperamos. 

Um pequeno baby shower foi organizado por ambos na casa de Vic, recém-modelada, com uma nova decoração.  Apenas com família e amigos, Victoria arrebentou aquele típico balão escuro vestindo uma calça à boca de sino elástica e um cropped branco, do qual saltava o seu peito agora mais firme, e papéis roxos saíram de dentro dele. Uma menina. A menina deles. O seu maior tesouro. 

Muitos abraços, lágrimas e presentes depois, era quase meia noite. Damiano completava 26 anos naquela madrugada. De surpresa, Vic e a sua quase-sogra prepararam um bolo de aniversário dizendo "Tanti auguri pappa", e junto com isso estava uma caixa de papelão com um par de Dr Martens dentro. Assim que ele viu o bolo, beijou a testa de Vic e o seu umbigo, e desabou em emoção. Quem diria que essa realidade, ainda muito nova para ambos, iria os deixar tão harmoniosos, tão felizes. Parecia que eles tinham nascido para aquilo. 

Os papéis lilás e pingos de sumo de maçã estavam a ser limpos com um aspirador por Dami e Nica, que estava quase de saída. O relógio da sala apontava para as 3 da manhã, e Victoria, que já tinha mudado para um pijama de uma calça quadriculada vermelha e uma camisa oversize, comia o resto dos biscoitos de amêndoa que ninguém tinha tocado na festa. Esse era um dos seus prazeres, biscoitos de amêndoa feitos especificamente na padaria em que ela costumava lanchar todos os dias depois da escola. O seu segundo desejo de comida mais recente eram tangerinas, ou frutas cítricas em geral. Ele a observava, deitada no sofá, com a sua t-shirt amarrada pela sua costela, salientando a sua barriga, assistindo um episódio de Peaky Blinders. Em semanas, ela viu essa série inteira, e tinha começado The Umbrella Academy junto com ele. Ao acabar de arrumar tudo, Damiano entra no box e toma um banho rápido ao som de La Camisa Negra do Juanes em repetição na sua pequena coluna bluetooh, junto com mais outros artistas. Enquanto procurava algumas das suas roupas no meio das coisas de Vic, ele encontra um envelope daquele hospital austríaco. Lá dentro, estavam imagens da bebê, que ele já tinha visto antes, mas não se cansava de a observar.

—Como é que você imagina ela?— pergunta ele, caminhando até à sala.

— Ela quem? A bebê?— Vic confirma, enquanto abre uma garrafa de água.

— Sim... Como você acha que...— diz ele, chegando perto da barriga dela. —Ela, vai ser? Como você vai ser, bebê. Eu sei que pode não esperar essa notícia mas você é minha filha, e eu sou seu pai. Já viu o azar que você teve? Com uma mãe tão bonita, o seu pai poderia ser até o Shawn Mendes.— ele pausa, assim que ele ouve o riso incontrolável de Vic. —O que aconteceu?

— Você não sentiu?— ela pergunta, entre risos.

—O quê?

— Ela... ela se mexeu. Eu senti um movimento na minha costela. Viu?

GOLDWINGOnde histórias criam vida. Descubra agora