chapter 44

94 7 0
                                    

writer's pov

Os 15 dias que os dois tiveram em Santorini foram daqueles que estão gravados em fotos, vídeos, em memórias, com um fundo de um mar azul como os olhos de Victoria e casas brancas como a pele dela. Lá, eles foram a inúmeras festas e dançaram até ficar com os seus pés doendo, e depois chegavam ao hotel e se enfiavam no chuveiro com os seus corpos colados um no outro; viagens de barco em que Victoria ficava tentando ganhar a atenção dos peixes enquanto nadava de mão dada com Damiano; comeram incontáveis vezes a comida dos barbecues gregos; andaram de Fia a Oia e durante a viagem Damiano partiu o braço (afinal, o que seria dele se não tivesse que destruir alguma parte do seu corpo); frequentaram as mesmas 3 praias; provaram vinhos como os grandes apreciadores de vinhos que eram - sim, Victoria já tinha controle sobre o álcool; sessões de cinema ao ar livre no meio da floresta; ver o pôr do sol. Depois de tantas memórias inesquecíveis, eles queriam mais, e foram rumo à costa noroeste de África, que se diz que ficou 10 anos a arder, que é património internacional. A Ilha da Madeira, ou Região Autónoma da Madeira. Faz parte de Portugal, e foi por muitos anos escolhida como destino insular europeu. É um território de origem vulcânica, por isso é à base de basalto e verde. Tem uma ilha vizinha a uma distância pequena, e à última da hora decidiram viajar para lá. Essas últimas semanas eram uma disputa entre Damiano, o planejador, o cuidadoso, e Victoria, a calma, despreocupada. Ultimamente, essas disputas acabavam sempre entre lençóis. Não há uma melhor maneira de resolver conflitos como essa, e claramente Victoria sabia disso e tirou vantagem.

Mais do que as paisagens, atividades e comida, Damiano queria outra coisa: ela, literalmente. Não havia um único dia em que ele não lhe tirasse a roupa, saísse e entrasse dentro dela como se fosse uma primeira vez especial, que ele não ouvisse ela suspirando o seu nome. Ele gostava disso, de ser o líder. E Victoria, não teve outra opção sem ser submissiva. Parece que o jogo tinha virado, certo? O feitiço virou contra o feitiço, e Vic gostava disso. Ela gostava de tocar no corpo dele como se fosse uma obra de arte, traçar os seus dedos pelas suas tatuagens.

Infelizmente, os dias de lua de mel acabam para todos os casais. Depois de 1 mês fora, eles voltaram para Roma, muito mais morenos e com um anel no dedo, como Olivia e Ethan, do livro The Unhoneymooners. Umas compras de comida e roupa depois, eles tinham chegado ao prédio deles. No momento que eles acenderam as luzes, saíram de trás do sofá Ethan, Lavinia, Laura, Thomas, Leo e Anthony, com balões nas mãos e Ciao Ciao gritando de uma coluna. Eles receberam abraços, prendas e tiveram espaço para contar muitas histórias, como aquela em que tinham os reconhecido em Santorini porém achavam que Victoria cantava, e que queriam que ela cantasse uma música em uma daquelas festas de praia. A imaginação fértil de Thomas levou a um motivo bem perverso pelo qual ele partiu o braço, como ele sempre faz. O seu pequeno irmão não é ele se não tiver uma terceira mente pensando junto com ele. Enquanto eles comiam, o celular de Vic não parava de vibrar. Era Nica. Lentamente, ela se levantou e foi à procura da sua mão, até chegar ao seu celular.

- Victoria.... eu não sei como te digo isso. Mas....

- O que foi, Veronica? O que aconteceu? É o pai?
- Não é o pai, Vic. Foi... foi o Damon. Ele... ele teve uma overdose. Ele morreu, Victoria.

Naquele momento, o mundo perfeito de Victoria parou de girar. O seu companheiro de recuperação, o seu fotógrafo de casamento, tinha morrido de uma coisa que ambos estavam lutando contra. Damon era um alcoólico e estava há 1 ano e meio sóbrio. Ninguém esperava isso. Ninguém nunca espera. Pessoas que sofrem com vícios vivem com eles silenciosamente, são encorajadas a não contar isso a ninguém e ficam com esses monstros nas suas cabeças até eles atingirem um limite. E Damon tinha atingido o limite.

O seu celular bateu no mármore do chão, e a porta do seu quarto bateu com força. No momento que Dam percebeu o que se passava, ele decidiu mandar os seus amigos para casa e se manter calmo. Ele sabia que algo tinha acontecido, e sabia como deveria agir perante isso. Ela não confiava em ninguém nesses momentos, só nele, ou seja, ter mais pessoas perto dela não seria uma opção. A porta do quarto estava trancada, mas Dam conseguia ouvir o choro de Victoria abafada com uma almofada.

- Victoria, eu tenho a chave da porta, posso entrar?

Depois disso, Dami deixou de ouvir o choro de Vic, ou outro movimento. Algo não estava certo.

"Don't read the last page
But I stay when you're lost, and I'm scared, and you're turning away
I want your midnights
But I'll be cleaning up bottles with you on New Year's Day." New Year's Day, Taylor Swift.

GOLDWINGOnde histórias criam vida. Descubra agora