Era pleno agosto, eu estava em Milão para organizar o casamento de Ethan e Laura. A minha barriga era tão grande que parecia um globo. Estava com os meus quase 9 meses de gestação, porém fiz tudo como se estivesse sem um peso de quilos no corpo. Esses últimos meses foram passados descansando, e desenhei muitas roupas na cama, incluindo um vestido para a bebê, só para chatear Ethan. Tinha inúmeros rascunhos de vestidos de casamento na minha mesa de cabeceira especialmente quando fui de férias a Puglia com minha irmã e minha família. A minha pele estava morena, o meu cabelo estava loiro como nunca tinha estado, a minha anca larga. Estava com aquele brilho de grávida.
O vestido de Laura saiu do papel para a realidade quando vi uma foto da coleção de verão do século passado da Vivienne Westwood. Ela queria um vestido com um estilo vintage, com uns toques brilhantes e cetim, porém azul claro e inspirado em vestidos como os da Vivienne Westwood, Victoria Beckham e Elizabeth Taylor. Era uma ideia que gostava imenso, mas não sabia como reunir. Eu não sabia se ia estar grávida ou não, por isso tive que criar 2 vestidos diferentes. Na mídia já suspeitavam da minha gravidez, por isso não iria vestir algo que não a realçasse, até porque a cerimónia e a festa iriam ser muito reservadas.
Dentro daquele mês, já tinha tudo organizado, depois de um quase parto prematuro deixou a gente aflitos. Berço, trocador, fraldas, roupas, sapatos, e brinquedos se acumulavam no porão da casa da minha irmã, esperando uma hora para serem abertos. Enquanto em Roma, Dam montava os movéis que eram de Angel na minha casa lá. Ela iria viver entre Itália e Dinamarca, e se iria voltar aos palcos 2 meses depois do seu nascimento, tinha que ter alguém responsável para cuidar dela enquanto andávamos saltando entre países. Outra novidade que iria me deixar longe de casa era a minha linha de design. Em Milão, me tinham oferecido um contrato para fazer 2 coleções para a Prada em um tempo de 2 anos, para fazer o meu debut como estilista. Eu odiava isso, não ser a mãe que poderia ser se não tivesse fama. Mas já estava consciente disso desde o primeiro teste positivo, que nada iria ser o mesmo depois dela.
Estava no meu quarto de hotel, me preparando para apanhar um voo para casa. Por aquele momento, o meu trabalho em Milão estava feito, e tinha visto muitos dos meus amigos. Recebi muitos presentes, muito amor. Uma dor peculiar nas costelas me incomodou, por isso fui aconselhada a repousar antes de ir para o aeroporto. Se em outras ocasiões eu não seguia as ordem dos médicos, agora eu estava muito obediente. Vestia uma saia comprida preta com uma camisa da mesma cor, e um coturno cor de vinho. O meu cabelo estava quase sempre dividido em duas tranças, por uma questão de praticidade. Deitada na minha cama, pensava nele. Nas coisas que tinham acontecidos naquelas últimas semanas, das suas insistências, da minha submissividade, da minha obediência. De quantas vezes ele me tirava e roupa e ficava entrando e saindo de mim e eu estava pedindo por mais. Pensava o porquê de eu ser assim, tão fácil para ele, tão difícil para outros. Porquê eu não via ele como o Dam de antes. Porquê de eu não o amar como eu costumava. E me culpava muito por isso, por não amar. Por não ver ele como um marido mas um affair.
O meu celular que estava carregando começou a arrebentar com notificações. Telefonemas, mensagens, comentários, tudo. Foi uma questão de segundos até descobrir o que estava acontecendo, o que toda a gente já sabia. "Damiano David, possível futuro pai (ou não), em uma festa numa boate italiana com a modelo francesa Dominique Martin."
"O affair começou há poucos meses atrás, pouco depois do fim da sua lua de mel."
"Rumores dizem que Dominique frequenta o motel que Damiano costuma ir."
"E agora? Será que vem outro bebê?"
"Victoria deveria ficar mais atenta."
Idiota.
-
oi gente!
É caso para dizer que alguém não anda fazendo as coisas direito, certo? Não posso esperar para vocês verem o que irá acontecer nos próximos capítulos.
muito amor,
mel.

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GOLDWING
Fanfiction"Sabe, se apaixonar por uma pessoa que você não tem intenções de se apaixonar é das formas de 𝘢𝘮𝘰𝘳 mais genuínas que eu alguma vez já conheci, e também a mais dolorosa." - história completamente fictícia, sem objetivo de desrespeitar as pessoas...