chapter 27

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Londres, 26 de agosto. Dia 2.

VICTORIA'S POV

Acordei cedo, às 6 e meia da manhã. Os ensaios começavam às oito da manhã em ponto, o que não ajudava nada, já que tenho muita dificuldade a dormir. Vesti a primeira roupa que vi à frente, comi a comida que tinha pedido ao serviço e saí do meu quarto e abri do quarto do Dam.

- Pronta?- ele perguntou, com as suas mãos nos meus ombros.

- Eu estive sempre pronta.- respondi.

Minutos depois nos encontrámos na receção, que estava completamente vazia. Rapidamente, o nosso condutor chegou e depois de alguns minutos de viagem chegámos à arena. Agora, ela estava iluminada com um grande letreiro: Maneskin. A informação que teríamos 1 hora e meia de concerto disponíveis tinha acabado de chegar ao Leo, que logo nos informou. Ou seja, mais ou menos 22 músicas. Tínhamos muita opção de escolha, por isso dei a ideia de a gente fazer um momento acústico, com algumas das baladas, e com covers, como a música Everlong do Foo Fighters, Black to Black da Amy Winehouse... Dentro daquele espaço, o som saía perfeitamente, sem nenhum eco, e com uma sonoridade nos meus ouvidos nunca antes ouvida. A guitarra e o baixo acústico pareciam instrumentos de um anjo tocando naquele espaço, e a eles, se juntava a voz do Dam, das vozes mais bonitas que eu alguma vez ouvi. O ensaio acabado perto da 1 da tarde, e tínhamos combinado ir almoçar ao Taco Bell com uns artistas britânicos que nos tornámos amigos, porém o trânsito não ajudou e tivemos que voltar para o hotel e encomendar algo para comer, enquanto Ethan, Thomas e Leo tiveram energia suficiente para ir a um restaurante perto do hotel. Depois de tomar um banho e vestir outra roupa fui chatear Dami, como sempre. Faltava 2 horas para a nossa sessão de estúdio, e eu não sabia o que fazer naqueles exatos 120 minutos.

- Faltam 120 minutos Dami! É melhor que você ganhe animação.

- Quem disse que eu não estou animado? Eu apenas estou exausto.

- Já tomou banho?

- Ainda não. Mas você já tomou, consigo cheirar o seu shampoo daqui.

- Então você está à espera do quê? Que um terremoto aconteça?

- Eu já vou.- disse ele, se levantando da cama.

Fiquei mais de 45 minutos esperando ele sair do banho, e enquanto esperava, via um episódio da minha série na TV, que estava na conta dele. A quantidade de episódios de The Big Bang Theory que ele tem lá é assustadora. Tentava ignorar a música da Britney Spears no volume máximo que tocava no banheiro, mas parecia impossível. Estava muito entusiasmada para a gravação no estúdio, para ver as minhas simples gravações de voz e rascunhos em um caderno velho se tornarem verdade. Por causa do cansaço, acabei por adormecer na sua cama, minutos depois.

- Vic, acorda! Faltam 5 minutos para o motorista chegar?

- Eu dormi quanto tempo?

- 1 hora, talvez. O que importa é que a gente tem que sair daqui, agora!

- Você poderia ter me acordado mais cedo.

- Eu não consegui, você estava dormindo tão bem.

- Enfim, vamos?

- É claro.

Descemos por elevador, quase correndo até ao exterior. Me sentia como uma agente secreta, já que nem Ethan nem Thomas fazia a mínima ideia para onde a gente estava indo, porque a gente estava mantendo esse projeto apenas entre nós dois e Leo. O estúdio ficava longe, em quase outra cidade, mas pelo que Dam tinha contado, era um local ótimo. Dormi de novo durante a viagem, ouvindo Arctic Monkeys em um fone partilhado com ele. Ele às vezes fica farto de eu sempre colocar Arctic Monkeys, mas também eu o aguento ouvindo Britney Spears todos os dias, por isso acho que é tipo um jogo justo.

Chegámos aos estúdio, depois de 45 minutos de viagem. O lugar era privado, com uma energia muito boa comparada a outros estúdios que existiam na zona.

- Let's go?

- Let's go.- respondi.

Eu na guitarra acústica e no baixo acústico. Ele, na voz, tocando na guitarra os únicos acordes que ele sabe tocar. 12 horas passaram em um instante, e quando demos por nós, estávamos com uma lata de Pepsi na mão, fazendo um brainstorm gigante para chegar ao nome do álbum.

- Podíamos meter a palavra lullaby no nome.

- Porquê? Não entendi.- ele perguntou.

- Eu só pegava na guitarra para escrever essas músicas quando era de noite. E essas melodias me acalmavam. Por isso lullabies, canções de embalar.

- Eu queria meter rooftop sessions. Porque conversas no telhado são as melhores. E a gente está aqui, no estúdio, ao lado de uma janela, com vista para o telhado.

- Bom ponto de vista Dami.

- Você tem alguma ideia?

- E se for.... Hope Lullabyes - the rooftop sessions?

Hope Lullabyes - the rooftop sessions. Esse era o nome.

- Uau, amo esse!

- Bem, temos nome, então?

- Hope Lullabyes - The Rooftop Sessions, disponível nas plataformas digitais, brevemente.

- Nem acredito que estamos mesmo fazendo isso.- disse ele.

- Nem eu.- respondi.- Quando vamos lançar isso?

- Até ao final desse ano. Pode ser?

- Damiano, você só pode ser louco. Como vamos conseguir fazer isso?

- Já temos as músicas gravadas, os nomes das músicas, a ordem. Só falta a capa. Depois, é só tratar de uma papelada, talvez criar um nome artístico à parte. Podemos pensar nesse nome hoje...

- Damiano, são quase 5 da manhã. Eu estou morta. Literalmente. Por favor, pode ligar ao motorista para nos vir buscar?

- Victoria, não sei se você já se deu de conta de que são literalmente 5 da manhã. O motorista está dormindo a essa hora.

- Podemos chamar um Uber, então?

- Não vejo outra opção.

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