PARADISE ༅ Tʜᴇ Sᴀɴᴅᴍᴀɴ

ｃｈａｐｔｅｒ 𓄿 ｔｗｏ

O livro paira em minha frente mas não consigo abri-lo. Sonho, mas que merda pode estar escrito nesse objeto?

Estou em casa, esperando loucamente por Nala. Mas infelizmente, ela me avisou que chegaria mais tarde, e isso dói no peito. Estou aflita, andando de um lado para o outro, olhando o livro a cada virada.

O rosto da loira está me assombrando, é inesquecível seus traços e suas asas negras. Me arrepio toda, e sinto meu corpo congelar, soando. O barulho de areia caindo vem aos meus ouvidos novamente e eu quero gritar para que vai embora.

Mas a fechadura faz barulho, e eu olho desesperada para a mesma. Nala entra me encarando assustada, e eu respiro fundo pela primeira vez desde que cheguei em casa.

- O que aconteceu? Que cara é essa? Foi o Kayke? Já disse que não deve aceitar ele pisar em você!

- Não é isso! - Eu tomo coragem e pego o livro. - É isso!

Ela me olha como se eu estivesse louca, ela não entende. Devo explicar cada detalhe que posso.

- Eu estava dormindo, Nala. Eu sonhei com esse livro, uma mulher me entregou. Ela tinha asas de morcego! E eu acordei, com o livro na mão!

Ela me olha confusa, e então ri. Colocando sua bolsa no sofá, e tirando a parte de cima do conjunto, estando apenas com um cropped branco por baixo.

- Você está trabalhando de mais, é isso. Eu já disse que dou conta de sustentar a casa! Não deve se preocupar! Vamos se formar juntas e vai dar certo! - Ela sorri.

- NÃO! - Eu grito, tirando a agonia do meu peito. - Esse livro... apareceu dos meus sonhos na minha realidade.

- Okay... - Ela murcha. - Então leia. Pronto, resolvido. O que tem pra jantar?

Eu aponto para a pizza que comprei mais cedo e olho para o livro, observando o título. Sonho.

- Okay, posso fazer isso. - Digo e Nala ri, pegando um pedaço de pizza e indo para o sofá.

Ela liga a televisão, e eu continuo encarando o livro. Então eu me aproximo dele, e abro a capa. Vou para trás, com medo de que ele tenha alguma coisa que voe para cima de mim. Nada acontece, e no fundo, eu queria que acontecesse.

Eu abro a segunda página, me afastando novamente. Nala tosse, seca, e me faz encarar ela. Ela com certeza acha que eu estou sendo infantil, mas o que ela não entende é que essa merda de livro veio dos meus sonhos!

- Ah! Pelo amor de Deus! - Nala se levanta e caminha na minha direção.

- O que vai fazer? - Eu olho enquanto ela vai até o balcão e pega o livro. - Ey! O que está fazendo?

Ela senta no balcão e folheia as primeiras páginas. Quando ela chega no primeiro capítulo e coça a garganta, elevando a voz.

- Era uma vez, num reino chamado Sonhar, um Lorde chamado Morpheus. Ele era conhecido como Sonho, mas também era responsável pelos pesadelos...

- Okay! Entendi. - Eu pego o livro da mão dela, olhando para as letras que parecem ser escrita à mão. - Eu vou ler.

- Ótimo! - Ela bate palmas. - Agora, podemos conversar?

- Sobre o que quer falar? - Eu abraço o livro na minha barriga.

- Vou passar o fim de semana fora, viagem "de negócios" em Atlantic City. Ganhei essa passagem do meu chefe, vou como estagiária, mas é bom pra eu aprender, não acha?

- Claro que sim! - Eu sorrio. - Quando você vai?

- Amanhã, de manhã, e volto domingo à noite. - Ela se levanta da cadeira e vai para o banheiro, tomar um banho.