chapter 𓄿 thirty

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Quando eu volto à colina no Sonhar, desço a minha mão com o pincel. Imediatamente, Morpheus me empurra do banco, jogando nossos corpos no chão. Ele fica por cima e eu o encaro, quase sorrindo, mas vejo Destruição chegando e estendendo o braço: ele mira no quadro e então ele é despedaçado.

- Podia ter apostado em você, Hailey. Mas Barnabas disse que não seria legal.

- Valeu pelo apoio. - Coloco a mão na minha cabeça, que começa a doer.

Morpheus se levanta e estende a mão para mim, eu a pego e nos abraçamos. Sinto seus lábios encostarem em minha nuca e eu fecho meus olhos, respirando aliviada. Quando nos separamos, vejo que Morte também estava ali, e as dúvidas quanto minha mortalidade precisavam de uma resposta.

- Sou mortal? - Eu pergunto sem hesitar.

- Não mais. - Ela responde. - Paraíso, é o que você é agora.

...

Voltamos sozinhos para o castelo no Sonhar, e andamos diretamente para o quarto de Morpheus. Quando chegamos, eu me jogo na cama e coloco as mãos na cabeça, pois sei que agora tudo vai mudar. E o pior, eu não sei como isso vai acontecer.

- Tenho uma ideia, não sei se você irá aceitar de primeira, mas pense à respeito. - Ele diz, e se senta ao meu lado. - Quero organizar um jantar com minha família, aqui no Sonhar. Morte, Destruição e Destino.

- Por que só agora?

- Porque você não é mais uma mortal. Pode encontra-los sem se preocupar. E eu quero fazer uma pergunta à Destino.

- Com certeza é um ótima ideia. - Digo em um tom sarcástico, e me levanto da cama. - Eu... não sei o que fazer com isso.

- Podemos começar devagar, o que acha? - Ele se levanta e pega as minhas mãos.

- Ok. - Mas como, porra?

Devagar, simples. O que é mais simples na minha vida nos dias atuais?

- Vou continuar com a faculdade. Quero meu diploma.

Morpheus solta uma risada seca, sorri para mim e então olha para minha boca. Eu seguro em sua blusa rapidamente e colo nossos lábios em um beijo intenso, que vai ficando mais quente a cada segundo. Meu coração bate rápido e forte, sinto minhas mãos perderem força enquanto o puxo mais contra mim, e ele apenas responde o beijo com a mesma intensidade, colocando suas mãos na minha cintura, às vezes descendo até minha bunda.

Eu começo a descer minhas mãos para minha blusa, visando tirá-la, mas Morpheus segura elas rapidamente e começa a tirar ele mesmo. Nós paramos de nos beijar e tiramos as nossas roupas quase que por completo, pois eu fico somente com as partes de baixo. Ele me coloca deitada na cama, e eu o puxo para que fique por cima.

Seus beijos começam a descer para meu pescoço, onde ele deixa selinhos e chupões, e é quando eu percebo que meu corpo está diferente. Eu o sinto, de verdade, como na vez em que Morpheus me trouxe para o Sonhar. Quando aceitei Paraíso, meu corpo deve ter vindo para cá, ou até mesmo pode ser que minha mente e corpo se uniram, mais ou menos como acontece com os Perpétuos. Não me importo com isso agora.

Morpheus chega na minha barriga e começa a tirar minha calcinha lentamente, eu desço uma de minhas mãos e caricio seu cabelo, e sorrio quando o escuto dar uma "risada pelo nariz" ao me sentir molhada. Quando ele chega na minha intimidade, eu seguro mais forte em seu cabelo, quase que arrancando o mesmo. Minha boca não consegue ficar fechada, e luto contra isso ao morder meu lábio.

Quando eu chego no meu ápice, ele começa a beijar minha coxa direita, e eu as aperto envolta do seu corpo. Morpheus sobe, ficando cara-a-cara comigo. Eu sinto o seu membro encostar em minha pele, e penso em como eu nunca transei com um homem antes. Não posso negar que o nervosismo e ansiedade estão me atacando nesse exato minuto.

Mas apenas olhando para Morpheus eu me sinto confiante, e confio nele.

...

Eu acordo em meu quarto, jogo a coberta para o lado por causa do calor que sinto. Olho para baixo, vejo que eu estou nua, e percebo que as minhas roupas estão dobradas em cima do meu puff. O resto daquelas que estavam ali, foram guardadas no guarda-roupa. Quando eu fecho a porta do mesmo, depois de colocar um conjunto preto de moletom, penso que Morpheus me trouxe para descansar aqui.

Saio do quarto e vou diretamente para o banheiro, e me sinto estranha. Eu perdi a virgindade, isso parece ser "legal" para uma adolescente que nem eu, mas porque minha barriga dói tanto? Será que...? Me olho no espelho e vejo que meu nariz está sangrando, limpo rapidamente ele, mas uma ânsia de vômito me faz correr para a privada. Sangue sai de minha boca e eu posso jurar que estou morrendo.

Preciso gritar para alguém me ajudar, e acho que a única pessoa que está em casa é Barnabas. Sei disso porque geralmente Destruição sai de casa de manhã às quartas-feiras e volta apenas a noite. Quando eu grito por ajuda, consigo abrir a porta e o cachorro entra correndo, assustado.

- O que aconteceu?

- Eu não sei! - Eu volto a vomitar.

- Fique aqui, eu vou falar para Matthew buscar Morpheus...

Quando ele se vira para ir chamar o corvo, Morpheus aparece e quase tromba no animal. Ele se agacha do meu lado e coloca uma de suas mãos em minhas costas. Depois de alguns segundos eu paro de vomitar, limpo minha boca com a toalha e olho para ele, pedindo ajuda.

- Seus olhos. - Ele diz seco.

- O que tem eles?

- Estão brilhando.

Me levanto rapidamente e mesmo com a tontura, chego na pia e me vejo no espelho. Meus olhos estão brilhando em diversas cores, e meu corpo treme de fraqueza. Que merda está acontecendo?

- Hailey. - Morpheus me chama e eu o olho brava, eu não consigo parar de chorar pois sei o que está acontecendo.

- Meu corpo está negando Paraíso, não está?

Ele acena positivo, e agora eu sei que minha vida está prestes a acabar.

PARADISE  ༅ Tʜᴇ SᴀɴᴅᴍᴀɴOnde histórias criam vida. Descubra agora