- Você está bem.
A voz não me pergunta, mas sim afirma, e eu não consigo respirar aliviada. Tiro as mãos do rosto e percebo que eu estou tremendo muito, lágrimas escapam incontroláveis pelo meu rosto, e eu vejo que a sala está escura pois a luz se apagou. Do meu lado, Morpheus está agachado e colocando sua mão em minhas costas, tentando me acalmar.
- Vamos embora.
Ele fica em pé e me ajuda a levantar, eu passo a mão nos meus olhos para tirar o excesso de lágrimas mas não adianta nada, pois mais delas vêm. Eu olho para o sofá, onde Kayke estava, e a janela do lado está quebrada e com sangue no que restou. Morpheus me puxa com gentileza para fora do cômodo e começa a andar em direção à cozinha.
Agora, todas as luzes estão acesas, e quando chegamos ao final da cozinha, eu vejo caído no chão e coberto de sangue o Sr. Kyle. Morpheus novamente me puxa e murmura: "não olha".
Não sei se foi porque eu estava péssima, mas o caminho até meu apartamento não demorou como o de costume. Ao abrir a porta, vi que Matthew estava no balcão, e eu inclinei meu corpo para sentar no sofá, mas sinto Morpheus me puxa, novamente, e me levar para o quarto. Ele não diz nada, e mesmo que seus toques são gentis e suaves, eles me irritam, mas ao mesmo tempo eu agradeço de não ter morrido, e sei que foi ele quem me ajudou nisso.
Eu me sento na cama tentando focar em falar alguma coisa mas eu simplesmente não consigo.
- Foram eles quem te entregaram o livro, e possivelmente o professor queria conversar com você para te separar de Nala, atacando você sozinha. - Ele continua em pé, mas quando eu não respondo, ele se agacha a minha frente. - Eu tive que matá-los. Eles eram Olhos de Lucifer.
Eu balanço a cabeça em negação. Me sinto péssima por ele estar pensando que eu me preocupei com a morte de duas pessoas, porque eu não sinto pena. É estranho eu sei, e choro mais por causa disso, mas parte das lágrimas são porque eu quase morri.
Morpheus inclina o corpo para mim, e me abraça. Fico totalmente parada, mas então eu sinto o calor de seu corpo e sei que é o que preciso agora. Passo os meus braços vagarosamente até abraçar o seu pescoço, e ele me puxa mais contra si, fazendo com que eu responda relaxando a cabeça em seu ombro esquerdo.
Minhas piscadas vão ficando cada vez mais pesadas, e eu sinto Morpheus se distanciar quando eu começo a dormir. Ele me coloca deitada com o maior cuidado, e eu o encontro no Sonhar.
Estou num caminho feito de pedras e rodeada de árvores, o sol está alto, e mais à frente há uma casa. Ela é do estilo antigo da Grã-Bretanha, dois andares e toda feita de pedra.
Sinto o arrepio, e Morpheus aparece do meu lado olhando para a casa. Ele oferece o braço e eu seguro, notando que aparentemente estamos visitando alguém. Pode ser a mulher de óculos, eu penso.
- De quem é essa casa? - Eu ergo o meu pescoço para tentar enxergar mais.
- Abel e Cain. - Ele responde e eu me familiarizo com os nomes. - O primeiro assassino e a primeira vítima.
Ele responde e logo chegamos à casa, mas antes de bater na porta dos irmãos, eu noto que há um cemitério ao lado. Me assusto ao ver um homem moreno se limpando da terra, parecendo que ele saiu de um túmulo. Ele tem a barba grande, da mesma cor que seus cabelos marrons. Veste uma calça marrom e uma blusa branca com uma jaqueta verde por cima. Ele suspira fundo, e quando nos vê, abre um sorriso contagiante.
- Ah, Lorde Morpheus! Que prazer em recebê-lo aqui! - Eles apertam as mãos. - A gárgula que nos deu, oh! Ela é tão bonita, e já está crescida!
- Abel, quero que conheça uma pessoa. - Ele olha para mim. - Hailey, esse é Abel.
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PARADISE ༅ Tʜᴇ Sᴀɴᴅᴍᴀɴ
Hayran Kurgu༄ 𝗣𝗔𝗥𝗔𝗜́𝗦𝗢 - 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿 𝗾𝘂𝗲 𝗿𝗲𝗶𝗻𝗮 𝗮 𝗳𝗲𝗹𝗶𝗰𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲. 𝙦𝙪𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙚𝙧𝙖 𝙖𝙥𝙚𝙣𝙖𝙨 𝙪𝙢𝙖 𝙘𝙧𝙞𝙖𝙣𝙘̧𝙖, 𝙃𝙖𝙞𝙡𝙚𝙮 𝙨𝙤𝙣𝙝𝙤𝙪. 𝙨𝙤𝙣𝙝𝙤𝙪 𝙘𝙤𝙢 𝙪𝙢𝙖 𝙫𝙞𝙙𝙖 𝙙𝙞𝙛𝙚𝙧𝙚𝙣𝙩𝙚, 𝙨𝙤𝙣𝙝𝙤𝙪 𝙘𝙤𝙢 𝙪𝙢 𝙧𝙚𝙛�...