18❜ Quiet Garden-Kisses, 1975

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Regulus esteve admirado pela existência de James pela primeira vez em que o viu. Não foram os óculos tortos, os cachos bagunçados, ou aquele maldito sorriso que estava sempre estampado em seu rosto. Fora a forma como ele não ligava pra ele.

Não o via, não o conhecia, sequer lembrava da sua existência. — Para Regulus aquilo era bom, assim o poupou de ver sua alma podre e fazer com que o odiasse. Ele gostava de ser invisível, porque preferia que fosse isso a ver James o olhar como olhava para Snape, por exemplo.

Aquelas eram as suas vantagens de ser invisível.

Então ele observava, todos os dias, admirado. Ele estava com algo de verdade pesando seu peito, e sabia porque não adiantava jogar seus sentimentos em uma caixinha e enfiar no fundo. Todas as vezes em que ele via a pilha de bagunça que James é ele, ainda sim, ficava sem ar. — Às vezes, queria socar seu rosto e gritar com ele até que James deixe de existir. Ele é inefável demais para esse mundo.

E ele queria odiá-lo. Queria olhar para James e não ver nada. Mas aquilo era impossível, não havia nada ali.

A verdade é que ele tinha medo do que aconteceria quando Walburga invadisse sua mente e pegasse o pequeno James em seus pensamentos. Não por Regulus, ele não se importava com o que lhe aconteceria realmente, afinal, queimar por anos te faz resistente, e nada é novo sob o Sol, mas, para James. Se o manter longe era sua segurança, ele faria sem pensar.

Então Regulus não apareceu para a detenção no dia seguinte, nem no outro, nem nos próximos. James não o dedurou para Minerva ou Slughorn, afinal, ele estava totalmente ciente de que aquela situação era culpa sua.

"Prongs." Peter balançava a mão em frente ao seu rosto.

"Sim?"

"Não poderei ir à sua casa no Natal." Suspirou, voltando a se sentar na frente do amigo. "Meus pais proibiram."

"Mas...Eu achei que seus pais gostassem de lá." James franziu o cenho, retirando os óculos e os limpando, como costuma demonstrar que está confuso.

"E gostam, mas com tudo que tem acontecido..." Ele sussurra, então James observa os alunos em volta lendo os jornais. "Eu já expliquei para eles milhões de vezes, mas eles não confiam em Sirius!"

"Em Sirius?!" James estava levemente enfurecido agora, bufando e organizando seus pensamentos, pronto para listar em ordem alfabética seu Discurso Defensor de Melhores Amigos, o famoso DDMA. "O que eles estão insinuando? Que Sirius é um assassino só por causa da família?! Que meus pais não estão o criando bem?"

"Bom, não..." Peter cutucou o café da manhã.

"E o que é, então?" James bufou. "Vamos, diga, eu quero ouvir."

"Disseram que há algo de errado com Hippies mulherengos." Peter sussurra, olhando em volta como alguém que confessa um pecado.

James cresceu os olhos e, de um momento para outro, ele está rindo estrondosamente alto, chamando a atenção dos não muito alunos no grande salão, os envolvendo, com sua voz ecoando.

Regulus se vira rapidamente assustado, com o coração palpitando por dentro. — E ele pensou, céus, como pensou, aquela maldita risada esganiçada. Mas ele sabia que aquela risada mexia com sua estrutura de algum jeito.

"Que diabos há de errado com aquele esquisito?" Barty franziu o cenho para James, horrorizado.

"Você acabou de responder," Mulciber estava em pé ao lado do assento de Evan, elevando a voz para que James escutasse: "ele é ESQUISITO."

"Hippies mulherengos!" James se vira para eles, gritando, ainda em uma crise de risos, e volta de novo enquanto balançava a mão desdenhando dos sonserinos.

BORN TO DIE | ✔ starchaser. (reescrita!)Onde histórias criam vida. Descubra agora