46❜ My Own Summer, 1977

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Regulus precisa se controlar melhor. Ele estava se deixando afetar por tudo aquilo, principalmente por estar parado no meio de seu quarto, cercado por paredes cinzentas. Ele se sentia como as flores de papel de parede. Invisíveis. A maldita pressão gelada dentro daquelas paredes, aquela casa, não havia ar circulando. ─ À princípio foi isso que se passou, ao chegar naquela casa naquela manhã. Regulus pensou que, mais uma vez, havia falhado com suas tentativas de ser forte e fazer as coisas que havia se destinado a fazer.

"Senhor Black está de volta." Monstro observou, o tirando da divagação.

"Olá, Monstro." Esforçou-se para sorrir.

"Sra. Black está solicitando a sua presença no jardim lateral, senhor, para o chá da tarde e companhia." Monstro estava estalando os dedos e sumindo com as malas.

Regulus deixou escapar um longo suspiro, levando as mãos à cabeça e massageando as têmporas. "Está bem, obrigado pelo recado."

"Monstro vive para servir a humilde família Black..." O elfo murmurou algumas coisas quaisqueres enquanto se arrastava pelo corredor.

Regulus o seguiu. "Monstro?"

"Sim, senhor?"

"Você...Levou o medalhão?" Regulus olhou em volta, sussurrando.

"Sim, senhor. Monstro fez como o senhor pediu." O elfo caminhou mais à frente.

"E quanto ao outro?"

"Guardado."

Reg respirou fundo, sorrindo brevemente de lado com a satisfação tomando seu corpo em prazer. "Certo."

Pensar demais roubaria sua coragem, então Regulus atravessou todos aqueles corredores com as costas direitas, ombros para trás, mergulhando no que ele não conhecia, tentando não se preocupar em entender o que viria a acontecer dali em diante, porque talvez viver ultrapasse qualquer entendimento. Rendendo-se a si mesmo e suas vontades.

E foi atravessando a porta da cozinha que a luz do sol ofuscou seus olhos. Ele ergueu a mão para se proteger, lentamente se acostumando.

Em uma mesa, com diversas cadeiras em mulheres, estava ela. Não importava quantas haviam ali, Regulus só via uma mulher. E quem era ela, se nada além de um rosto assombrado, ou uma memória mística?

"Regulus, querido." Ele viu um sorriso surgir por de trás da xícara de porcelana, que tilintou ao ser colocada na mesa novamente. Todas as mulheres se viraram, sorrisos estampados de cá para lá.

"Mamãe." Ele ergue o queixo, semi cerrando levemente os olhos a ponto de sentir os cílios encostarem na pele e tornou a os abrir, caminhando até a mesa e se sentando. "Com licença, mas a que devo estas visitas?"

"Lídia tem algo para você, querido." Walburga se virou, tirando do chão uma caixa um tanto grande e mostrando. Estava embrulhada em roxo e laranja, com um grande laço escandaloso em cima. Ela o estendeu para que pegasse, então ele o fez, estampando seu melhor sorriso respeitoso.

"Eu fico encantado." Regulus pousou a caixa grande sobre as coxas, apoiando as mãos em cima. Após perceber as mulheres o encarando, decidiu que aquilo era uma espécie de pressão para participar do assunto e abrir o presente.

Regulus quase desmaiou quando enfiou a mão nos meio dos papéis aveludados e puxou aquela coisa pesada de ferro. ─ Horrível e medonha. ─ Ele piscou algumas vezes, embora esconder o desgosto fosse algo mais difícil do que imaginou que seria. Era uma máscara igual as dos comensais.

"E então, querido, por que não experimenta?" A mulher, Lídia, ergueu o copo com bebida escura em um cumprimento, sorrindo.

Regulus se perguntou que barulho faria se ele quebrasse aquele copo na cabeça dela. O copo é grosso e a cabeça dela oca. Certamente viu ali potencial para uma bela pancada.

BORN TO DIE | ✔ starchaser. (reescrita!)Onde histórias criam vida. Descubra agora