Foi aquela noite em que Sirius apareceu.
James e Remus estavam jogando snaps explosivos, momentos antes haviam tomado limonada com gelo e trocado figurinhas. Aquela noite de verão estava um tanto melancólica, — embora parecesse apenas a sensação de estar cada vez mais próximos das aulas — mas é assustador como tudo vai ao chão quando de repente um baque muito alto assusta a todos. Derrubando as cartas no chão, sacudindo os canudos da limonada agora quente e, por fim, revelando Sirius caído no chão, na frente da lareira, quase desacordado.
Como um anjo, despencado dos céus.
Sequer usava sapatos ou roupa completa, Sirius estava em pedaços.
"Sirius?!" James exclamou primeiro, correndo em sua direção e erguendo o amigo para tirar do chão. Remus não se moveu, paralisado, enquanto observava sua camisa ensanguentada e picotada.
Mil e uma coisas passavam-se em sua cabeça, mas ainda sim a mais alta delas se perguntava a quem ele teria que machucar depois dali.
"Desculpe, cara." Sirius sorri fraco enquanto James o ergue pelo ombro. "Parece que não cheguei há tempo para o jantar dessa vez."
"Você é idiota?" James sorri fracamente de volta, preocupado. A dor se acumulava em seus músculos, os contraíndo.
Sirius ergueu os olhos para Remus, pela primeira vez desde sua chegada inesperada. Mas o outro estava ainda em choque — não, estava aterrorizado ─ com a boca entreaberta e uma mão enfiada no cabelo antes loiro, agora castanho claro.
"Olá, Moony. Você está bem?"
O chamado pareceu o acordar de seu transe terrível, se arrastando até os alcançar e ajudou James a erguer Sirius pelo outro ombro. "Filho da puta, era eu quem deveria te perguntar isso."
"Meninos, que gritaria- mas, oh, Sirius?!" O rosto pálido de Euphemia surgiu junto de sua exclamação descendo as escadas, apressadas, alcançando os meninos. O menino, Sirius, abriu um largo sorriso cansado e estendeu os braços para a mulher, que o segurou. "Oh, santo Merlin, querido. Você está a salvo agora, não se preocupe."
"Eles me pegaram, mas eu usei o pó de flúor para sair de lá assim que me deixaram sozinho..." A este ponto, pela primeira vez desde que haviam se conhecido, James e Remus o observaram chorar. Embora não parecesse perceber, virando o rosto para Remus enquanto ainda se agarrava em Euphemia e abrindo um largo sorriso. "Eu pensei em você, Moony. Em como aguenta as transformações em todas as malditas luas cheias. Aposto que uns cortezinhos não são nada perto disso."
Remus teria corado se não estivesse preocupado. Talvez até tivesse o chamado de idiota. Se Sirius não estivesse machucado, teria até dando um tapa em sua nuca.
De repente ele ficou sério, olhando para Euphemia. "Regulus, eu não sei se..." Engoliu o seco. "Não sei se ele está bem. Não o vi. Não fui lhe chamar antes de ir embora. Apenas fugi o mais rápido que eu pude, mas, eu não sei se ele...Se está bem. Meu Reggie-"
"Regulus?" Perguntou à mulher, enquanto preparava as almofadas no chão para que o menino pousasse em cima.
"Meu irmão." Sirius levou um longo minuto até repetir, sua voz era enfraquecida. "Meu irmãozinho."
"Em que cômodo ele estava?" Remus auxiliou o Black mais velho a manter-se de pé.
Sirius engoliu o seco. As palavras arranhavam sua garganta e maltratavam seus pensamentos. Sua dor emocional, naquele momento, sobressaia a física. "Ele viu. Viu tudo. Estava no mesmo cômodo que eu, todos os instantes."
Os lábios de James descolaram, mas antes que pudesse formular qualquer pensamento Euphemia interferiu:
"Vou cuidar disso, querido, não se preocupe." Virou-se. "James, querido, por favor vá rápido até Monty. Diga-lhe que Sirius está aqui, e está machucado. Peça que chame Alastor imediatamente e entre também em contato com Dumbledore."
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BORN TO DIE | ✔ starchaser. (reescrita!)
Fanfiction★. James ganhou detenção até o final do semestre após ser pego abaixando as calças de Severus Snape na frente de todos. Agora ele teria de frequentar as tarefas de limpeza com seu pior pesadelo: Regulus Arcturus Black. As pessoas nem sempre são si...