33❜ The Poet's Lake, 1976

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"Não acredito que- mhmm." Remus reclama enquanto enfia o resto da casquinha de sorvete, de boca cheia. "Você tem uma floresta inteira no quintal e nunca notamos. O que é, Sirius?"

Ele observou Sirius o observando com um sorriso estranho enquanto estava com a boca escorrendo creme. "Eu adoro quando você é nojento e não-certinho."

Remus franze o cenho enquanto mastigava o resto da casquinha e olhou para James, que dá de ombros, rindo. "Eu vou levar isso como uma ofensa."

"Garanto a você que não foi." Sirius estava sorridente. "Definitivamente um elogio."

"Você é ridículo." Remus limpou a boca com as costas da mão, caminhando.

"Você é bom em julgar as pessoas." Sirius retrucou, o cotovelando.

"Fique quieto, eu apenas- ai, meu deus, minha...Nossa." Remus o ignorou, olhando para baixo com uma expressão maravilhada ao parar de repente, quase como se estivesse em um horror passionado.

"O que?" Sirius se vira também, e seu queixo cai.

Mais à frente, onde a trilha os derrubava, um lago. Tão cristalino que chegava a parecer invisível, tomado apenas pela coloração esbranquiçada de uma queda enorme d'água. Não havia peixe algum ali, apenas segmentos constantes que caiam e algumas pedras. A altura era gigante, e ainda olhando para baixo era difícil se ver de onde chegava. De fato é lindo, e assustador. De fato um evento que só pode ser alcançado quando se permite estar vivo.

"Bom, vamos." James se pronuncia, avançando. Ele joga a mochila no chão e começa a se despir.

"Vamos ─ vamos o que? James Potter?" Remus encontrava-se em choque. "Entrar nisso?!"

"Sim, é claro." Ironiza, retirando os shorts.

Sirius assobia, encarando a queda d'água e erguendo as sobrancelhas para a ideia, embora não seja absurda o suficiente, porque logo ele está começando a se despir junto.

Remus estava estático. Ele não imagina se está mais chocado com a audácia da proposta ou inseguro em retirar as roupas.

"Anda, Moony." Sirius o encara, soltando os cabelos.

Ele já estava despido, apenas com roupas de baixo. Uma quantidade de borboletas fez cócegas na barriga de Remus, afinal, sua visão é adorável.

Abaixou os olhos, pousando a bolsa e começando a tirar a camisa. Ele se nega realmente a encarar o próprio torço, respirando fundo enquanto abaixava os shorts. — E, oh, bem, é claro. Sirius estava o encarando.

James, por sua vez, já havia saltado na água e deixado para trás apenas os dois. Meio estrategista da parte dele, Moony blefa, mas eventualmente retira os óculos escuros e encara a queda, suspirando. "Sabe, quando James disse que hoje seria um grande dia eu imaginava um grande dia de verão, não o grande dia da minha morte iminente à sangue frio. — Oh, e põe frio nisso, essa água deve estar um gelo."

Eventualmente Sirius se vira, sorrindo. Há, alguma insegurança em suas ações, se aproximando lentamente até o alcançar, estendendo a mão. "Moony?"

Remus segurou a mão dele sem tirar os olhos da queda.

"Não tenha medo." O menor sussurrou, se aproximando e entrelaçando os dedos. Ele começa a andar de costas para a queda e de frente para Remus, o trazendo. Engoliu o seco e tomou coragem para dizer. "Confie em mim, Moony. Confie em mim mais uma vez."

Remus encarou os olhos escuros. Mil coisas se passam realmente em sua mente naquele momento, mas nenhuma delas se compara ao baque avassalador que aquelas palavras causam, acertando seu estômago em cheio, como um soco. Tudo está desmoronando. — Mas ele assentiu, eventualmente, deixando que Sirius o levasse junto.

BORN TO DIE | ✔ starchaser. (reescrita!)Onde histórias criam vida. Descubra agora