26❜ Sectumsempra's, 1976

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No fundo da alma de Sirius existe solidão. E, às vezes, um frio que suplica um aconchego.

E aqui estava ele, saindo do armário de vassoura. Ele podia sentir os beijos de Remus queimando vermelho dentro dele. Ainda podia enxergar aqueles olhos meigos quando Sirius lhe dava o que ele desejava. — Quando estão sozinhos, Moony é doce, suave e amorosamente compreensível. E quando estão sozinhos, Sirius sabe quem ele é.

Porque, afinal, o único jeito de fazer um monstro não ser um monstro, é o amando. — E isso não é sobre o lobo ou Remus.

Sirius Black sente que aquela vida tem medo dele. Aquela vida lhe tirou muito sangue. — Mas, oh.

Oh.

Ser amado por Remus Lupin.

Aquilo era confortante. Mas às vezes o seu amor de volta não é suficiente, e ele não sabe como resolver a situação, afinal, ele não sabe como lidar consigo mesmo.

Pensou também que Remus estava muito emotivo hoje. Aparentemente a lua seria terrível e, do armário, ele cambaleou direto para o quarto, mal se aguentando em pé. — Então, por carinho, o Black mais velho estava cruzando o castelo em busca de xícaras de chocolate quente e panquecas com creme na cozinha.

Porque Remus merece. Merece tudo. Sirius quer dar-lhe tudo, e ele se pergunta se isso significa amar alguém, ou se é certo. Se ele nasceu doente, afinal, por quê ele não sente-se febril?

"Você é nojento."

Eu sei, a voz atrás de sua cabeça responde.

Desligou-se dos pensamentos com a feição sombria quando escutou uma discussão vinda de fora, e familiar. Atravessou o pátio até chegar no jardim e encontrar o irreconhecível Prongs, cara a cara com Snape, Avery, Crouch, Mulciber e Regulus.

"Quatro olhos?" Sirius o cumprimenta, perguntando.

"Vossa majestade." James descruzou os braços, devolvendo o cumprimento.

"Por favor, era de se esperar." Snape observa Sirius, debaixo para cima.

"Vocês tem tipo um imã no cu um do outro?" Mulciber arqueia a sobrancelha, rindo com Avery.

"Você quer ver?" Sirius franziu o cenho, se virando para James. "O que está acontecendo aqui?"

"Ninguém te chamou aqui, Black. Vaza." Barty suspira, desdenhoso.

"Cala a boca, Crouch." James o ignora, virando-se. "Pads, acho que Crouch-barata-tonta e seus inseticidas andam meio mal criados."

"Precisam de uma lição de bons modos?" Sirius deixou a bolsa cair no chão, sorrindo.

"Inacreditável, Potter." Snape escorrega a varinha da manga, indicando para Mulciber, que empurra Regulus contra a parede, o deixando sem ar.

Ele não lutou de volta, segurando a mão do garoto que prendia sua camisa, com raiva florescendo em seus olhos e os dentes cerrados em uma careta, resumida em nojo. Seus angelicais cabelos pretos e ondulados, agora, eram bagunçados, e o rosto macio estava sujo com o sangue que escorria de seu nariz.

"O que, seu esquisito?" James franziu o cenho, prontificando a varinha em mãos também e deixando que seus olhos preocupados alertassem-se na direção do menor.

"Por que você está defendendo tanto ele?" Snape encara sua mão, hesitante, e guarda a varinha por imaginar que não tem grandes chances, se referindo à Regulus com a cabeça. "Desde aquele dia que eu vi vocês no vestiário..."

"Vestiário?" Sirius encara James, com a sobrancelha arqueada. "O que você estava fazendo no vestiário com Regulus?"

"Discutindo, é claro." James bufou, respondendo com firmeza depois de ver o pavor nos olhos do menor ali ao fundo se acalmarem-se ao suspirar silenciosamente, o agradecendo sem se mover.

BORN TO DIE | ✔ starchaser. (reescrita!)Onde histórias criam vida. Descubra agora