22❜ I just wanted to kiss you, 1976

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Quando o dia ousou nascer, naquela manhã, Regulus já estava partindo. Agora, exatamente, ele estava esperando sentado no banco da estação apenas para se livrar daquela casa.

A manhã de verão era razoável comparada a todas as outras. — Tipo, bom, ele não estava suando ou estava com a roupa colando no corpo. Reg usava uma camisa preta, comum, e calças de alfaiataria pretas básicas. Talvez fosse o sol que nem houvesse levantado direito.

Balançou os pés encarando o lugar vazio. Era incrível como no lado trouxa estava tudo movimentado e ali estava calmo e sereno — bom, estava, no verbo passado, porque vozes ecoaram abraçando e acalorado a estação. Desfazendo a sensação de fim do mundo solitário e poético, e transformando em um circo.

"A-ha!" A voz familiar faz o menor levantar o rosto. Ele seria capaz de reconhecer seu irmão em qualquer lugar, em qualquer época. Sirius é uma memória inconsolável.

E este estava pulando com a guitarra nas costas, segurando a maleta de sua vitrola, enquanto andava de frente para Remus e de costas para o caminho. — Há um suspiro, e Regulus está inclinado a virar-se e continuar sua pequena vida, mas, bom. James Fleamont Potter, como não notar?

Ele caminhava, graciosamente normal. Bem simples, na verdade. Trajava uma camisa vermelha lisa e calças jeans, em seus pés haviam tênis vermelhos de cadarços sujos e velhos, e carregava uma jaqueta na mão. Mas a simplicidade, para James Potter, era o ideal, porque seu acessório era ser angelical. Era ser divino, preenchido por um tom de pele amendoado e ao mesmo tempo dourado se posto sob o sol, tal qual seus cachos macios e olhos sensíveis. Estes escondidos por detrás das lentes graciosas, bochechas avermelhadamente gentis e sorriso que cavava apenas uma de suas bochechas.

James é lindo. Não era uma questão de opinião ou estética, porque sua beleza vem de dentro, e flore por sua pele tal qual um jardim bem amado. James é lindo, e merece que o mundo ao seu redor também seja. — Regulus odeia-se um pouco mais por isso, mas, ao mesmo tempo, se a natureza humana é egoísta, então que ele seja a pior pessoa do mundo.

Porque quando Regulus o teve, ele não apenas desejou. Ele quis, acima de tudo, merecer.

E ao seu lado caminhava uma mulher. A aparência juvenil apesar da idade, ou a forma com que ela era lindamente natural. É reconhecível, é de família.

"Oh, Sirius." Remus o segura, notando Regulus ali pela primeira vez.

"Moony?" Sirius responde, virando-se sorridente, embora tenha murchando no minuto a seguir.

"O que, Padfoot? Viu um fantasma?" James encara os dois amigos, rindo, até que Remus sussurre algo. E ele se vira, no mesmo instante.

Seus olhos se encontraram e é como um choque. O menor deseja acenar, ou mostrar sua satisfação em vê-lo. Mas era uma realidade distante, então ele desvia os olhos e deixa que o silêncio e a estranheza sejam pais da calmaria.

"Espere!" A mulher exclamou, sorridente, e deixou o carrinho de malas para trás enquanto andava em sua direção. Ele evita o máximo que pode, mas sua atenção foi ganha. "Regulus, não é?"

Ergueu o rosto, genuinamente sem palavras — o que é normal. Atrás da mulher os meninos se aproximaram. Aquilo tudo fazia seu corpo formigar, mas eventualmente e com certo carinho pesando em seu peito, ele balança a cabeça. "Sim."

"Que felicidade!" Outra exclamação e ela se abaixou, ficando menor do que Reg e estendendo a mão. "É um prazer finalmente te conhecer. Eu sou Euphemia, mãe de James."

"E minha." Sirius funga, virando-se de costas e observando a estação como se de repente fosse o lugar mais explorável do mundo.

Regulus o ignorou, não conseguindo evitar ao encarar James. Ele viu a semelhança, mas via aquilo com tanto amor em suas veias que realmente achou que aquele menino dourado tivesse feito um coração surgir do fundo de seu peito. E, de seu ego intocável, ele se tornou frágil, embora por fora fosse uma casca vazia de demonstrações. E era inevitável de se notar que os olhos de James estavam brilhando de volta em resposta. — Eventualmente, ele comenta. "Eu consigo ver."

BORN TO DIE | ✔ starchaser. (reescrita!)Onde histórias criam vida. Descubra agora