40❜ Awful Meet, 1976

6.5K 793 901
                                    


Aviso: conteúdo de gatilho (contém aviso antes da cena).

────────────────────

Regulus acordou com a cabeça doendo aquela manhã, batendo a testa no pilar da cama e gemendo enquanto praguejava e se erguia. Ele estava de ressaca, e estaria muito mal humorado se não fossem as lembranças maravilhosas da noite anterior, e sua língua dormente, como se ainda pudesse sentir o gosto dos lábios de James.

"Alguém passou a noite fora." Evan cantarolou, caminhando entre as camas com a toalha no ombro.

"Não enche." Regulus murmurou rouco, caminhando ─ se arrastando ─ até o banheiro também.

"Quem diria que nosso pequeno garoto estaria saindo com mulheres. Eles crescem tão rápido." Avery limpou uma lágrima imaginária, se abraçando em Mulciber, que fingiu chorar.

"Aonde você estava?" Barty estava sentado na própria cama, com a carranca matinal de sempre. Na verdade, ele estava sempre com aquela cara azeda, ou, como Evan costuma dizer, cara de bunda.

Regulus pensou por um curto período de tempo antes de erguer as sobrancelhas e dizer qualquer merda. "Torre de astronomia."

"Hum. Faz sentido." Barty parece se convencer, mas ele continua com a mesma expressão.

Regulus suspira, voltando e parando na porta do banheiro para que aquilo acabe logo. "O que é?"

"Nada, é só que..." Ele se ergue, pegando a própria toalha e parando ao lado de Reg. "Estou pensando no que aconteceu antes de ontem."

"Que diabos, você ainda está ali?" Avery revirou os olhos se jogando para trás, na cama.

"Aquela sangue-ruim nos ridiculariza," Barty cerrou os dentes. "E hoje, mais cedo, quando levantei para fazer minha corrida matinal, esbarrei com ela, que ficou tirando com minha cara e fazendo os primeiranistas rirem. Deveríamos a fazer pagar. Quer dizer, ela é uma cadela traidora de sangue, precisa de um corretivo."

Os três meninos ─ Evan, Avery e Mulciber ─ se entreolharam tensos, com a exceção de Regulus que manteve os olhos fixos em Barty. Algo ruim passou em seu peito, e um gosto amargo veio até a língua.

"Só você foi ridicularizado, Barty. Estamos fora disso." Ele vai para dentro do banheiro, puxando a camisa para fora. "E além disso, Mary é só uma garota de 16 anos. Ela não gosta de você, e o que ela fez nem foi tão ruim assim."

"Ah, é mesmo?" Barty avança, se aproximando dele e aponta para o próprio rosto. E, pela primeira vez, Regulus repara seu olho roxo, começando a esverdear-se nas laterais.

Ele faz uma careta. "Que nojo, está horrível. O que foi isso?"

Barty bufa. Por um segundo ele parece secar o torso nu de Reg, o que o obriga a cruzar os braços sobre o peito, inclinando a cabeça. "Barty, porra, eu fiz uma pergunta."

"Foi...Aquele Loony Lupin filho da puta." Ele balança a cabeça, irritado. "Ele me espancou porque eu disse que a amiga piranha dele era cadela."

Regulus quis rir, então virou-se para o espelho e começou a escovar os dentes, falando de forma enrolada. "Okay, ah, bom...Isso explica bastante coisa."

"O ponto é que foi culpa dela, e ela vai pagar por isso. Aquela cadela rodada vai pagar pelo que fez comigo. Ela vai me respeitar."

De repente, Regulus não está mais esfregando as mãos. Ele ergue a cabeça, segurando a escova entre os dentes, enxergando o reflexo de um Barty que caminhava de lá para cá encarando o chão. Há algo sombrio em seus olhos, quase como se nem habitasse uma alma ali dentro.

BORN TO DIE | ✔ starchaser. (reescrita!)Onde histórias criam vida. Descubra agora