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14:00 da tarde.

- E aí, amiga? O que houve? - ela pergunta, assim que entro no quarto.

- Estou sendo seguida.

- O quê? Conta isso direito! - ela senta na cama, do meu lado.

- Faz uns dias que tem alguém atrás de mim, e hoje eu me deparei com o Dante na rua enquanto estava acontecendo. Tive que contar a ele, então meu pai também soube e agora só posso sair de casa com o Dante na minha cola.

- Mas, quem será que está te seguindo? - ela pergunta, pensativa.

- Não faço ideia, eles vão começar a averiguar. - respondo.- Não basta essa situação, tem o Hugo também.

- O que o Hugo tem a ver com isso?

- Nada, é só que ele vai ficar bolado quando souber que vou passar grande parte do meu tempo com o Dante. Vamos acabar brigando de novo!

- Você pretende terminar com ele?

- Eu não sei, já pensei nisso. Talvez seja melhor! Não sinto mais aquela coisa toda que eu sentia, mas como dizer pra ele?

- Você vai achar um jeito, e sabe que de uma forma ou de outra, ele vai ficar chateado.

- Sim. Não dá pra evitar isso. - respiro fundo.- Então, me mostre a música!

- Claro! - ela pega o caderno da bolsa, animada para me mostrar...

13:00 da tarde, dia seguinte.

Estava saindo da faculdade, quando vejo Dante no portão. Desconcertante o fato de que ele sempre chama muito atenção.

- E aí, Lena! Você tá bem? - ele pergunta, enquanto pega minha mochila.

- Minha nossa, não faça isso. Fica parecendo um pai pegando a filha na escola, me devolve essa bolsa! - digo.- E, sim, estou bem. E você?

- Só quis ser gentil, a bolsa está pesada. E eu estou bem!

- Eu sei, agradeço!

- Precisa deixar de ser tão neurótica!

- Não começa.

Estávamos indo até o restaurante a pé, até porque a Viatura era pra trabalho e estava com Peter e Lucas. Ele não estava fardado, mas estava com o distintivo no bolso e uma arma na cintura.

Depois de almoçar, fomos ao meu local de trabalho. Não havia nada de muito suspeito até o momento. Ele passou o tempo todo na lanchonete junto comigo, até me ajudou em uns afazeres.
Quando faltavam alguns minutos pra 19:00 e eu estava na cozinha, sr. Andreas me chama avisando que meu namorado estava a minha procura.

- Hugo... - chamo, quando saio da cozinha o avistando no balcão.- O que faz aqui?

- Que história é essa de que aquele policialzinho vai ficar 24 horas com você? - ele parecia irritado demais.

- É por questões de segurança. E o Dante é meu amigo, já falamos sobre isso ontem!

- E eu ía pedir desculpas por ter agido daquela forma, mas estou vendo que vai ser difícil engolir essa situação.

- Não sei o que posso fazer pra evitar isso, são ordens do meu pai!

- Que droga, Helena! Como as coisas vão ficar agora?

- Acho melhor conversarmos melhor sobre isso depois. - eu respondi, lembrando estar em expediente.

- Agora vai ficar deixando pra depois sempre?

- Eu estou em horário de trabalho!

- Não tem ninguém pra atender agora, podemos conversar!

- Depois, por favor!

- Você não ouviu? - escutei a voz de Dante, que apareceu logo atrás de mim.- Ela disse depois!

- Ah...agora eu entendi! Por isso quer que eu vá embora, pra ficar a vontade com esse cara!

- Estou apenas seguindo ordens! Não estamos fazendo nada. - ele responde, tentando acalmar as coisas.

- Não é nada disso, Hugo. - digo logo depois.- Ele está me escoltando, apenas.

- Sei, te "escoltando"...

- Para com isso. Melhor você ir, aqui é meu local de trabalho!

- Tudo bem...eu vou. Mas, amanhã iremos conversar! - ele diz num tom mais firme e se retira.

- Meu pai! - respiro fundo.- Isso é estressante.

- Relaxa. Eu sinto muito por estar causando tudo isso!

- Está tudo bem, são ordens. A culpa não é de ninguém, ele que não está conseguindo se controlar.

- Espero que fique tudo bem entre vocês!

- Obrigada!

Dei um pequeno sorriso e voltamos à cozinha. Passamos o restante do tempo fazendo algo para comermos e depois ele me ajudou a limpar a lanchonete.
Após o fim do expediente, Dante me levou até em casa em seu carro, que Peter havia trazido durante a tarde a pedido dele.

- Bom, está entregue! - ele para o carro em frente a minha casa.

- Obrigada por ter me ajudado hoje no serviço!

- Imagina! Eu ía me sentir desconfortável em ficar parado só olhando.

- Foi um ótimo ajudante, cuidado pro Sr. Andreas não resolver te contratar! - brinco, dando uma leve risada.

- Imagina só que reviravolta, sair da polícia e virar funcionário de lanchonete!

Rimos juntos, parando aos poucos e olhando um para o outro. A luz da calçada me permitia ver o azul dos olhos dele.

- Apesar da gente trocar algumas farpas de vez em quando, você é um cara incrível. É bom ver isso, agradeço pela amizade que estamos criando.

- Eu que agradeço, preciso compensar aquelas idiotices de alguma forma! - ele diz, dando um sorriso no final.

Por fim me despedi. Quando entrei, ele saiu a caminho de casa.
Foi um dia e tanto!

Traçados no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora