20:50 da noite.
LUCAS
Essa era a minha noite de madrugar no hospital com Lívia enquanto os pais dela descansam.
Eu estava terminando de organizar minha mesa para sair. Infelizmente não consegui achar um jeito de recuperar as filmagens. Nós sempre fazemos uma cópia de todas elas, mas até mesmo isso foi levado. Eu não sei como posso resolver isso e minha cabeça não para, não sei como ainda não tive um colapso.- Ei, mano! - ouço a voz de Maddy que estava chegando.- Vim te buscar, vi que está sem o carro. Como se sente?
- Estou um pouco melhor que mais cedo, porém muito cansado.
- Não acha melhor ir dormir? Eu posso ficar no hospital por você.
- Não, eu ficarei. Amanhã eu descanso, pelo menos eu espero. Ainda tem o sequestro da Helena como preocupação.
- Nossa, eu tinha me esquecido. Como será que estão as coisas?
- Hugo quer uma resposta até amanhã de manhã. Dante irá me ligar para dar atualizações mais tarde. Mais um motivo para não dormir hoje.
- Espero que tudo dê certo!
- Eu também. Helena é uma garota muito bacana! Vamos?
- Vamos, claro.
Saímos do departamento indo para casa. Eu precisava tomar um banho antes de ir pro hospital.
Saindo do banheiro e passando pelo corredor, vi uma arma em cima da mesa. Estranhei, pois eu não costumo deixar as minhas assim jogadas e Maddy não tem uma.
Me aproximei para checar e era uma FN, pistola semiautomática. Não era minha.Maddy logo aparece atrás de mim.
- Maddy, de quem é isso? - pergunto sériamente.
- É minha, eu comprei.
- Desde quando você anda armada? Nunca foi disso.
- Desde que passamos a correr perigo. O quê? Não posso me proteger?
- Não é isso, é que... deixa pra lá. Guarde isso, não pode deixar armamento jogado assim pela casa e sabe que a mãe odeia.
- Tá bom, tá bom!
Fui pro meu quarto me vestir e arrumar uma bolsa pra levar. Quando cheguei, estava uma correria e a sala de espera cheia, então fui direto pro quarto de Lívia, cumprimentei os policiais e entrei encontrando os pais dela para que fossem pra casa.
Me sentei na poltrona e me peguei pensando naquela arma. Maddy odeia armas, era estranho ver ela com uma. Mesmo que os motivos sejam compreensíveis, ela não está tão na linha de perigo. Aliás, poucos no departamento sabem do nosso parentesco.
Sinto meu celular vibrar notificando uma mensagem. Era de Dante, já tinham um plano. Sinto um arrepio na espinha logo em seguida e isso me assusta. Me lembra que tudo o que posso fazer é esperar.
Eu poderia ter ido com Patrick para Toronto, mas não conseguiria deixar Lívia aqui, por mais que ela esteja segura com a escolta. Sinto que poderia ajudar muito estando lá, mas eu torcia fortemente para que tudo desse certo. Dante não aguentaria perder Helena e eu não aguentaria ver meu amigo se perder depois disso.
Lívia ficaria devastada assim como todos nós. Por isso é melhor nem pensar muito nessa possibilidade e passar a ver tudo isso acabando bem no final das contas.
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Traçados no amor
RomanceDepois de anos escolares meio conturbados, em meio a fase jovem adulta dois ex colegas de colégio, Dante e Helena, se reencontram. Entre acontecimentos inesperados descobrem ao decorrer do tempo no que certas mudanças são capazes de resultar, mas ta...