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9:30 da manhã, Domingo.

HELENA

Chegamos em Toronto na Quinta de tarde e tratamos de arrumar tudo o que precisava ser organizado. A casa estava empoeirada e móveis fora do lugar, os proprietários não se importavam mesmo em dar uma boa olhada constantemente na situação daqui. Foi um cansaço só, misturado com o de estar na estrada e dormimos bem cedo por essa razão.

Nesses dois últimos dias foi combinado com Dante que ele iria me treinar durante essas semanas enfurnados nesse lugar. Eu não luto e não atiro há uns 9 anos ou mais, devo estar a ponto de passar tétano de tão enferrujada. Tudo o que ele sabia aprendeu em tão pouco tempo, o que é impressionante. Eu levei 1 ano só pra aprimorar minha mira e ainda assim eu nunca cheguei a ser tão boa.

- Vamos primeiro fortalecer sua musculatura. Não acredito que vá conseguir ajustar sua mira sem uma boa força e resistência considerando os trancos de uma arma ainda pequena.

- E como pretende fazer isso?

- Lutando. - ele responde como se fosse óbvio.

- Achei que isso se resolvia com treinos de peso.

- Também ajuda. Mas, a luta é ainda melhor! E você precisa "amolar" uns movimentos, está a muito tempo sem praticar nada.

- Certo. - respondo sem muito entusiasmo enquanto coloco minhas luvas pequenas e os protetores.- Mas, pegue leve. Você é um brutamontes.

- Eu não sou um brutamontes! - ele ri.

- Olha o seu tamanho, só o seu braço é da grossura da minha coxa praticamente.

Percebi que depois da minha fala, ele focou seus olhos nelas, encarando por bons segundos quase sem piscar.

- Pare de olhar!

- Desculpa, acabei notando que são irresistíveis. - ele ri, me deixando vermelha.

- Vamos logo com isso.

A verdade é que eu não estava nem um pouco feliz de estar aqui, mas não me deram escolha. Espero que tudo isso valha a pena, principalmente esse tempo que gastarei me matando de tanto dar socos e pontapés

HUGO

Era tudo o que eu precisava: uns dias fora de Vancouver. Toronto é ótimo, e parece ainda mais excitante pelo fato dela estar tão próxima. Me pergunto o que deve estar fazendo agora. Espero que não esteja nos braços daquele otário. Espero que logo menos esteja nos meus.

- Achamos o casarão. - um de meus homens avisa.- Fica a uns 30 minutos daqui.

- Certo, preciso que comecem a organizar tudo para vermos uma boa estratégia e o plano de tirar ela de lá.

Meu telefone toca interrompendo a conversa. Era ela.

- E então? Já chegou?

- Bom dia pra você também. E sim,chegamos, acabamos de descobrir a onde estão.

- O que você pretende?

- Ainda nada, mas estamos desenvolvendo algo.

Traçados no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora