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04:50 da manhã, Segunda-feira.

X

- COMO ASSIM?! - grito nervoso.

- Estão mortos e a menina está no hospital.

- DROGA! - soco a mesa.- Nunca vi mais incompetentes...

Respiro fundo e penso por 1 minuto.

- Fiquem a espreita pelo Hospital, mas sem chamar a atenção! Já basta as coisas estarem dando tão errado.

- Tudo bem.

- Se souberem de algo, me avisem. - tomo um gole de whisky.- E vocês... - aponto para outros 4 que estavam alí.- Dêem um jeito de recuperar os dois corpos.

- Pode deixar.

Ao saírem, vendo que estava a sós, tirei a foto dela do bolso. É o meu foco. Linda. Não entendo como pôde fugir de mim... mas, não vai ficar por isso mesmo. Eu não aceito.
Você é minha ou eu não me chamo Hugo Trindad!

- Olhando essa foto de novo?

Olho para trás vendo ela chegar, fazendo eco com o pisar de seu scarpin branco. Suas curvas chamativas naquele vestido azul turquesa. Elegante como sempre.

- Espero que esse seu amor platônico não leve tudo por água a baixo.

- Garanto que não. Você terá o que quer, eu prometi que faria acontecer.

- Claro. - ela responde com um certo desdém.- E como estão as coisas?

- Nada fáceis, mas já tenho outra ideia em mente. Só preciso pensar mais um pouco.

- Só não esqueça que você se dirige a mim.

- Eu sei, não precisa me lembrar.

- Deixei que comandasse sozinho para passar despercebida, poucos aqui me conhecem. Mas, a partir de agora fale comigo antes de executar qualquer coisa. Já temos fracasso o bastante.

- Sem problemas.

Apesar de seu ar de superioridade me irritar profundamente, ela era inegavelmente admirável. Eu não tinha muita escolha a não ser aceitar.
Lembro de quando ela me conheceu, eu ainda não estava com Helena e precisava manter meu restaurante. Poucos sabiam que eu estava a beira de perder tudo. Desde então, entrei nessa maracutaia toda e não vejo mais saída.

Isso nunca teve nada a ver com o Sr. Vissale até ele entrar no caminho dela e outras circunstâncias ocorrerem, fazendo com que o foco mudasse para a destruição de toda aquela família. Ela nunca me contou a história toda, mas é possível ver o sentimento de ódio transbordar de dentro dela.
Eu, particularmente, nunca estive de acordo com tudo, mas eu sou louco por aquela mulher. Faço o necessário pra ter Helena de volta e eu vou conseguir.

9:20 da manhã.

DANTE

Passamos essa madrugada aflitos, ainda não haviam nos dado nenhuma notícia de Lívia. Helena ainda estava desacordada, mas bem. É bom que ela descanse depois de passar tanto nervoso nesses últimos dias. Alexia não saiu do lado dela.
A sala de espera estava quase cheia, maioria eram dos nossos. Ninguém queria ir até que dissessem algo sobre a situação.

- Bom dia! Parentes de Lívia Flitcher? - o médico aparece chamando pelos pais dela.

- Somos nós!

Eles se levantam e todos nos aproximamos junto.

- Bom, ela chegou aqui com uma fratura exposta na coxa sofrendo também hemorragia por um rompimento venoso no braço. Por isso precisou ser operada urgentemente. - ele explica.- mas, correu tudo bem! - todos suspiramos aliviados.- Lívia estará em coma induzido até que se recupere o suficiente.

- Isso pode levar quanto tempo? - Lucas estava aliviado, mas ainda restava apreensão.

- De 1 a 2 semanas, esse tipo de lesão exige uma recuperação mais demorada considerando o quanto a paciente ainda se encontra fraca. É mais seguro mantê-la desacordada. Qualquer coisa vocês serão avisados.

- Quando poderemos vê-la? - dessa vez os pais dela questionam.

- Na quarta abriremos o horário de visitas! Bom, eu preciso ir, com licença.

Ele deixou a sala de espera. Incrível como aquele clima de tensão foi embora e uma leveza tomou conta de nossos corpos. Helena vai se sentir melhor quando souber!

- Meninos, precisamos conversar.

Patrick logo toma nossa atenção nos guiando para um espaço distante.

- Precisamos levar minha filha e as meninas daqui o mais rápido possível.

- Mas, e a Lívia?

- Você ficará com ela aqui, Lucas. Não podemos mais arriscar a segurança delas.

- Andei fazendo umas pesquisas enquanto fazia a última ronda da Dona Deisy. Tem um casarão numa área rural de Toronto. Mas, o aluguel é caro dependendo do tempo de estadia

- Não importa o preço. - Patrick responde decidido.

- Vamos visitar o local pra checar!

- Depois do interrogatório. Vamos tentar arrancar alguma coisa daqueles dois infelizes.

- Ainda tem esperança de que eles digam alguma coisa? - as minhas já estavam esgotando.

- Temos que tentar mais uma vez.

- Gente!

Ouvimos a voz de Alexia nos chamando.

- A Lena acordou!

Traçados no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora