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10:50 da manhã, Domingo.

Arrumava meu cabelo em frente ao espelho, depois de ver que estava chegando perto do horário em que Dante viria me buscar.
Eu usava um vestido de saia rodada, vinho com um degradê preto que descia pra bainha, calçada num tênis casual branco. Meu cabelo sempre com pequenas ondas formadas nas pontas. Passei um gloss e desci para esperar no sofá.

Meus pais não estavam em casa. Minha mãe saiu pra visitar uma amiga e meu pai sai do departamento a tarde nos dias de domingo. Meu irmão saiu com os amigos e sobrou eu em casa. É até bom, porque assim evita perguntas. Principalmente Oliver, que não sei como reagiria agora, mas antes não suportava ele.

Depois de 30 minutos, ouvi a campanhia. Peguei minha bolsa no sofá, e abri a porta vendo Dante.
Olha... ele estava muito bonito.
Eu podia sentir seu perfume masculino exalar entre nós dois. Ele estava vestido em uma jaqueta de couro, com uma camisa polo branca por baixo. Uma calça jeans preta e calçado em um tênis branco da Nike.

Ele me olhou dos pés a cabeça com aqueles olhos azuis.

- Você está linda!

- Obrigada. Você também não está nada mal.

- Vamos?

- Claro! - fecho a porta e a tranco.

Ele abriu a do carro pra mim. Uma linda Range Rover preta. Coloquei o cinto e logo em seguida ele entrou, ligando e saindo de frente de casa.

- Está de bom humor hoje? - ele pergunta em um tom descontraído, por conta de ontem.

- Talvez... - dou um pequeno sorriso.

- Tem uma preferência de restaurante?

- Na verdade, não. Pode nos levar a onde achar melhor.

- Certo. - ele respira fundo e mantém os olhos na estrada.

Depois de um certo silêncio, resolvo falar.

- É um lindo carro!

- Obrigado! Comprei ano passado. Entende de carros?

- Não muito. É que eu sempre desejei uma dessa.

- E por quê não comprou?

- Não tenho dinheiro.

- Como assim? - ele faz uma careta.- Sua família tem uma ótima condição financeira.

- Meus pais e meu irmão, não eu.

- Ah, entendo. Não quer ter suas coisas com o dinheiro do seu pai!

- Isso. Ele queria me presentear com uma, mas eu descobri e disse que não precisava! Eu compraria quando pudesse.

- Bacana. Independente... está certa!

- Pelo menos nisso, você concorda comigo.

Ouço ele soltar uma leve risada.

- Me desculpe, ok? Eu só queria te ajudar a entender, você parecia zangada.

- Tudo bem. Já passou.

Ele assente e o silêncio paira entre nós. Depois de 20 minutos, chegamos a um restaurante canadense de comida francesa (*curiosidade: francês é a segunda língua oficial do Canadá).
Ele sai do carro e abre a porta pra mim, me ajudando a sair e entrega as chaves para o manobrista do estabelecimento. Achei chique!

- Gosta de comida francesa? - ele pergunta enquanto caminhávamos até a porta.

- Já comi, mas poucas vezes.

Traçados no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora