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9:50 da manhã

HELENA

Acordei com dificuldade ao abrir os olhos. Estava tudo muito claro, e as paredes brancas colaboravam com a claridade intensa. Olhei em volta e vi Alexia que logo se levantou e chamou Dante. Me sentei na cama olhando para a janela que tinham as cortinas abertas.

- Helena! - ouço a voz de Dante entrando no quatro.- Como você está?

- Um pouco confusa, mas bem. O que houve?

- Não se lembra?

Paro por um instante tentando me recordar de tudo, e desperto completamente ao lembrar de Lívia.

- A Lívia! Como ela tá? Ela já saiu da cirurgia?

- Calma, amiga. Ela está bem! - Alexia segura a minha mão tentando me transmitir segurança.- Ela já saiu da cirurgia, deu tudo certo!

- Ela está em coma induzido pra que se recupere em segurança. Mas, está estável!

Dante diz chegando mais perto e me abraçando. Respirei fundo e retribuí o abraço segurando firme em sua jaqueta.

- Quanto tempo eu fiquei desacordada?

- A noite toda! - meus olhos arregalam.

- Como isso é possível?

- No final, vimos que era melhor te deixar descansar. Então, não tentamos te acordar.

- Filha, você precisa comer. - vejo minha mãe se aproximando ao entrar no quarto.- Quer ir à cantina ou prefere que eu traga?

- Não, mãe. Eu vou até a cantina, não esquenta com isso.

- Nós vamos com você, também não comemos nada.

Dante segura a minha mão me ajudando a sair da cama e entrelaça nossos dedos.

- Cadê a Elisa? - noto que ela não estava no quarto.

- Assim que deram notícias ela foi na universidade acompanhada de um policial, pra justificar a falta das duas durante um tempo.

- E quanto tempo ela ficará desacordada?

- De acordo com o médico, de 1 a 2 semanas.

- Caramba... pensar que deveria ter sido eu no lugar dela, vocês não merecem passar por tudo isso.

- Não repita uma coisa dessa! - ele responde sério.- Não é culpa sua, não deveria ser você. Não deveria ser ninguém. Os responsáveis pagarão.

- Falando nisso, tiveram alguma novidade?

- Não, mas iremos tentar mais uma vez com aqueles dois.

Saímos do quarto indo todos à cantina para comer alguma coisa. Pareciam exaustos, meu pai não me disse uma palavra e eu nem mesmo entendi o porquê.
Quando chegamos na cantina, Oliver estava numa mesa tomando café e nos juntamos à ele. Dante não saía do meu lado e até chegarmos não soltou minha mão. Lucas estava muito quieto e Peter estava muito avoado. Passaram muito nervoso com o ocorrido, precisavam descansar.

- Melhor revezarmos. - digo depois de minutos após o café.- Muitos ainda precisam repousar.

- Precisamos ajudar os pais da Lívia também. - Lucas diz logo depois.

- Certo. Faremos assim: eu vou em casa tomar um banho, me trocar e volto. Assim vocês podem ir pra casa depois, dormir e a noite retornar.

- Eu fico aqui com a Lena. - Alexia se pronuncia.- Eu dormi o mesmo tempo que ela, estou descansada. Nós vamos e voltamos.

- Então, eu ficarei também.

Dante quis se juntar, mas ainda não havia descansado.

- Mas, você ainda não dormiu. Pode ir pra casa, ainda tem os policiais de guarda. Eles estão sempre aqui revezando também.

- Eu ficarei com você. A noite voltamos e eu poderei descansar!

- Você tem certeza disso?

- Tenho.

Ele olha com convicção em meus olhos mostrando que estava decidido. Então, assenti estando de acordo.

- Certo, então. - Peter diz, por fim.- Iremos pra DPV enquanto isso. O grupo que não puder ficar/revezar, vocês liguem ou mandem mensagem qualquer coisa!

Concordamos assim ficando combinado e avisei Elisa sobre como seriam as coisas. Dante levou Alexia e eu para casa e meu pai voltou pra DPV junto com Peter.

Traçados no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora