Traçados no amor

15.

Junho de 2020.
12:40 da tarde, Quarta-feira.

HELENA

A última aula estava rolando, e logo eu estaria em casa! Hoje é dia de folga, nada de serviço. O que é otimo, não só pelo descanso, mas também porque nesses últimos dias têm sido esquisito. Desde quinta-feira passada me sinto sendo observada. Achei que fosse impressão, mas estou começando a ver que não.

Domingo foi um dia estranho e eu passei a observar melhor ao meu redor, vi a mesma pessoa próxima dos lugares em que eu ía umas 3 vezes. Segunda nada muito alarmante, apesar de eu ter ficado um pouco paranóica.
Então, ontem a coisa ficou mais bizarra e essa manhã eu vi o mesmo cara 2 vezes a caminho da Universidade. Eu não estava com a Alexia, o que me deixava um pouco mais aflita.

Não dá pra ver direito quem é pois, nas vezes em que o vi, ele estava usando roupa escura com um boné na cabeça, andando sempre de cabeça baixa. Ontem eu o vi no restaurante onde almoço, sentado umas duas mesas de distância de mim.

É pouco provável que ele pense que eu não notei que anda me seguindo, a real é que ele não passou despercebido mesmo. Será que essa é a intenção dele?

Hoje eu estou saindo já pensando na possibilidade de estar sendo aguardada. Isso está fora do normal, e eu nem tenho certeza do que se trata! Pode ser uma pessoa mal intencionada, ou até mesmo algum suspeito envolvido no caso do meu pai que tenha descoberto sobre a equipe de investigação.
Eu achei melhor nem mesmo contar ao Dante ou a ele ainda, eles ficariam mega preocupados pelo que conheço. Se eu, ao menos, conseguir ter certeza do que se trata tudo isso, então poderei contar!

Quando deu 13:00 e o sinal tocou, juntei minhas coisas e saí. Peguei meu celular do bolso e fui ler as mensagens.

"A gente se fala mais tarde, então! Beijos."
- Dante.

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"Estou finalizando a letra, amiga! Vou passar na sua casa hoje ainda, aproveitar que está de folga."
- Alexia.

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"Tenho que ir no centro ainda resolver umas coisas pra minha mãe!"
- Elisa.

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"Você sabe muito bem o que eu acho! Não quero você perto desse cara. Estou chegando no portão da universidade, assim podemos conversar e eu te levo pra casa!"
- Hugo.

Assim que levantei a cabeça depois de ler a mensagem de Hugo, o vejo encostado no carro me esperando.

Ah, que merda!

Caminhei até ele sem ânimo algum, enquanto ele me observava.

- Não temos o que conversar. - digo, assim que paro na sua frente.

- Como não? - me olha com um leve olhar indignado.- Entra, vou te levar.

Entrei no carro e ele junto, indo a caminho da minha casa.

- Isso está errado! - ele recomeça o assunto.- Você fala com esse Dante direto pelo celular, isso quando não sai com ele!

- E...?

- "E...?" que eu não quero mais ver você de proximidade com ele!

- Ata. - ri.- Está exagerando. Saí com Dante duas vezes, em uma delas as meninas estavam junto, incluindo os amigos dele. Me reaproximei semana passada. Saímos pela primeira vez para nos acertar.