10:00 da manhã, Sexta-feira.
X
As coisas não estavam muito favoráveis pro nosso lado. Quando descobrimos sobre as investigações, deixamos algumas delas desandarem. Aquele delegado não sabe a onde está se metendo!
A única forma de deixá-lo saber que estamos cientes do que está havendo, é fazendo ele se sentir ameaçado. Nada melhor do que o alvo ser a filha dele!
- E então? - pergunto pra um de meus homens, quando ele chega na sala.
- Colocaram um policial na cola dela!
- Que policial? - pergunto, pois conheço parte dos que trabalham naquele departamento.
- Um cara alto, tatuado... ainda não sei como se chama.
- Dante. - digo, já sacando pela descrição.- Dante, Dante...então, você está nessa também. - penso alto.
- O que faremos?
- Dê um jeito nele. - respondo rapidamente.- Um jeito de prejudicar esse cara. Não posso deixar que atrapalhe meus planos.
- Certo!
- Mas, ei... - o chamo, antes que ele saia da sala.- Eu preciso que a garota continue viva!
Ele assente e se retira. Eu continuo revisando as papeladas. Haviam mulheres novas sendo preparadas para chegar.
12:30 da tarde.
DANTE
Saí de casa já com meu carro, mandei mensagem pra Helena avisando que já estava a caminho pra pegá-la na universidade.
Quando cheguei, esperei no portão. Ela saiu 13:00 em ponto, como sempre!
- Feliz em me ver mais um dia? - pergunto, com um sorriso no rosto.
- E eu tenho outra opção? - ela responde com outra pergunta, forçando um sorriso.
- Você é difícil, hein! Entra. - abro a porta do carro pra ela.
- Eu estou brincando, você até que é uma boa companhia!
Fecho a porta do passageiro e entro logo em seguida.
- Até que sou? Obrigado! - agradeço com tom de sarcasmo e rimos juntos.- Coloca o cinto, menininha!
- Menininha, não!
- Menininha, sim!
Pisco o olho pra ela, fazendo graça e ela revira os olhos me fazendo rir. Saímos de lá a caminho do restaurante onde ela almoça.
Estava tudo tranquilo, até eu perceber que havia um carro arrancando aceleradas atrás do meu.- O que esse cara está querendo? - penso alto e Helena olha pra trás.
- Eu espero que isso não seja como uma daquelas cenas de ação em filmes. - ela diz, tranquilamente.
- O que? - ri.
- Você sabe, aquela coisa de perseguição. Ele deve estar com pressa.
- Vamos ver se está mesmo nos seguindo.
- O quê? - sua expressão muda em segundos.
Fui aumentando a velocidade aos poucos e tentando desviar entre outros carros, mas ele não saía da minha cola.
- Ai, meu bom Deus! - Helena segurava firme no braço do carro.- Isso só pode ser brincadeira.
Pisei no acelerador chegando a 100 por hora. Ele podia ser bom na direção, mas eu também sou.
- MeU DEUS, DANTE! CUIDADO COM AS PESSOAS!
Eu virava várias ruas na intenção de despistar, consequentemente assustando alguns pedestres. Helena se deslocava bruscamente da cadeira conforme as curvas. Entrei na rodovia, passando pelos carros.
Quando ele conseguiu ultrapassar nossa velocidade, senti ele bater duas vezes na traseira. Logo em seguida, ele desloca ficando lado a lado com meu carro, jogando o dele contra o meu.- Eu não quero morrer!
Virei uma rua bruscamente, vendo ele fazer o mesmo pelo espelho. Aumentei pra 150 entrando em um bairro desconhecido, em todas as ruas que eu via pela frente. Ouvia o pneu pegar a cada virada brusca. Ele vai sair da minha cola de um jeito ou de outro!
Virando mais duas ruas, entrei em um beco rapidamente. Freiei o carro com tudo, e esperei 1 minuto até o carro passar direto atrás de nós em alta velocidade.
- Despistamos! - suspiro aliviado.
- Sabe... - ela começa a falar, me fazendo olha-la.- eu achava super maneiro ver isso em filmes, mas concluo que viver essa experiência é traumático.
- Já sabem de tudo. - digo em seguida, e ela me olha com a expressão mais séria.- Ou isso foi um aviso ou estavam tentando se livrar de nós.
- Precisamos alertar meu pai.
- Sim. Farei isso ainda hoje.
- Eu vou com você!
- Não, Lena! - respondo rapidamente.- Na verdade, acho que é melhor nem ir ao serviço hoje, fique em casa. É mais seguro.
- Mas, eu quero ajudar também!
- Helena, por favor... seu pai não quer você mais envolvida do que já está, nem eu quero. - Ela assente, depois de pensar por alguns segundos.- Ótimo, vou te levar pra casa. Pode deixar que eu falo com o Sr. Andreas antes de ir ao departamento!
- Ok. - ela concorda com a mão na cabeça.- Então, me deixe na Alexia. Mamãe e Oliver estão trabalhando.
- Tudo bem.
Dei ré saindo do beco, pegando o caminho de volta pro nosso bairro. Liguei para o Patrick na estrada, avisando que estaria indo ao departamento e lá eu explicaria tudo.
Helena
- Amiga, o que aconteceu? Você parece tão assustada. - Alexia pergunta, assim que fecha a porta.
- Está ensaiando? - pergunto, desviando do assunto.
- Sim, os meninos estão na garagem. Por quê?
- Depois do seu ensaio eu conto.
- Ok. Quer assistir? estamos ensaiando o que já está pronto da música, os meninos terminaram a melodia antes de ontem.
- Quero, sim. Vai ser ótimo!

VOCÊ ESTÁ LENDO
Traçados no amor
RomantikDepois de anos escolares meio conturbados, em meio a fase jovem adulta dois ex colegas de colégio, Dante e Helena, se reencontram. Entre acontecimentos inesperados descobrem ao decorrer do tempo no que certas mudanças são capazes de resultar, mas ta...