Traçados no amor

49.

HUGO

Eu estava arrumando tudo para essa noite, quando me deparo com ela me observando. Sua feição de reprovação, por mais que eu mostrasse que não, me deixava chateado. Não por pensar que talvez comigo não fosse o lugar dela, mas por saber que era e ela nem sequer cogitava aceitar. Eu só queria que tudo fosse como era antes, quando ela me olhava com ternura. Eu sei que terei isso novamente.

Senti meu celular vibrar indicando uma mensagem.

•

"Como está indo tudo? Já está pronto?"

"Relaxa, já está tudo preparado. Vai sair tudo conforme o planejado."
- Hugo

"Plano esse que você nunca me informou, de fato, qual é. Se tudo der errado, você sabe que não tem mais chance. Eu vou acabar com a sua vida."

"Você sabe muito bem que pode confiar em mim. Eu não irei mais falhar."
- Hugo

"As passagens de vocês estão compradas. Suma com ela pra bem longe daqui. Não quero nenhuma chance de tudo ir por água abaixo mesmo depois."

"Já disse que vai ser tudo bem sucedido, porra! Chega de ameaças, você é insuportável."
- Hugo

"Presta atenção, moleque! Não esquece quem te trouxe até aqui. Ninguém cresce pra cima de mim."

•

Se tinha uma coisa a qual eu não via a hora de me livrar, era dessa mulher. Vadia irritante! Eu duvido muito que ela teria alguma chance com o Dante se não fosse por mim tirando a Helena do caminho dela. Mas, a gratidão? Desconhece. Isso já está um verdadeiro inferno.

- Espero te ver saindo daqui algemado.

Ela diz quebrando um certo silêncio, atrás de mim sentada na cama.

- Fica quieta, se não eu vou acabar te metendo a mão. - respondi tomado pela raiva.

- Experimenta.

Ele me olhava com fúria nos olhos. Estava cheia de coragem... mal sabe ela que ninguém terá mais chances contra mim. Ou irão aceitar ou irão aceitar. Ninguém tem opção, por mais que estejam acreditando que possa ter!

Eu já ganhei essa guerra.

5:00 da manhã.

DANTE

Tínhamos acabado de chegar no endereço indicado. Não havia movimentação, era um local rural e se não fosse por carros tão potentes, não teríamos passado por muitos buracos na estrada de terra. O galpão era enorme, envolto de uma espécie de fazenda, que sem dúvidas havia sido deixada há anos. Não havia iluminação alguma, exceto a do farol dos carros.

- Vocês ficarão aqui. Entraremos só eu, Dante e Peter. - Patrick ordena e todos aceitam sem contestar.

Ele segurava a maleta de dinheiro em sua mão, andávamos em direção à entrada onde haviam dois homens do lado de dentro que ficaram em alerta. Peter e eu desmaiamos os dois com uma chave de braço. Mais alguns passos e eu a vi. Estava com o mesmo robe, seu cabelo solto e bagunçado e era evidente sua exaustão. Estava na cama sentada, com suas mãos algemadas.

Haviam mais 4 homens alí, mas estavam distantes para que pudéssemos fazer algo e passar na surdina. Parte do plano A não daria certo, então incluiremos o plano B.