20:00 da noite.
HUGO
Estávamos terminando de arrumar o necessário para executar tudo o que estava planejado para essa noite. Sairei com ela daqui a qualquer custo.
Como poucas pessoas estavam com ela, não precisaríamos de muita gente. Apenas um plano eficiente para entrar e pega-la. Ninguém sabia da nossa localização e que estamos tão próximos. Eu pretendia leva-la para o outro lado da cidade, seria a distância mais segura para nós.
- Tudo pronto.
- Então, vamos!
Eu sei que ela irá me amar novamente. Sei que não estou 100% certo, mas sei também que posso faze-la entender minhas razões e escolher estar comigo. Não irei sossegar enquanto não tirar ela dos braços de Dante.
Saímos colocando o armamento e malas nos carros, pois não voltariamos para este local mais. Jogamos os aparelhos celulares digitais fora e usaremos apenas os analógicos para ligações de emergência. Comprei coisas para ela também, já que ficaremos uns dias até podermos fugir.
Estou animado e crente de que tudo sairá como deve ser: o universo está do meu lado.
PETER
- Não acredito nesse congestionamento. Caramba, desse jeito iremos chegar tarde em casa. - uma trovoada muito alta soou pelo bairro.- Ótimo, ainda por cima vai chover!
Já estávamos voltando, mas antes passaríamos no mercado para comprar o que que faltava na casa. Bom, era o que faríamos antes desses iimprevisto. O parque era perto, mas não tanto assim. Esse trânsito na ida e agora na volta problematizou tudo
- Calma, logo começa a movimentar. Mas, a gente precisa ligar pra Helena pra avisar que podemos chegar tarde. - diz Alexia.
- Eu estou sem sinal. - Elisa avisa e William diz o mesmo.
- É, pelo visto eu também.
- Olha o meu. - dou meu aparelho na mão dela.
- Mesma coisa. Caramba, que marézinha de azar.
- Nem me fale. - digo, já estressado.
LUCAS
Eu estava sozinho no departamento na sala de monitoramento de câmeras. Estava atento a cada detalhe passando as gravações de noites anteriores. Eu deveria estar caindo de sono, mas depois de quase 2 litros de café, isso se tornou difícil.
"O que é isso...?" penso alto comigo mesmo, me aproximando mais da tela. Umas das gravações pareciam alteradas quando notei um grande pulo na minutagem. Havia uma parte faltando e não era nada insignificante considerando que são 50 minutos cortados.
Estávamos mesmo com mais um problema aqui, e não é uma nova suspeita. Já estávamos considerando essa hipótese, mas é decepcionante quando comprovada. Haviam corruptos ou infiltrados entre nós. Eu preciso avisar Dante.
Logo ouvi um barulho do lado de fora da sala. O que é estranho já que estou sozinho e dificilmente a DPV tem entrada de funcionários a noite que não seja eu e o pessoal do grupo.
Me virei para tirar a fita e guardar, me distraio pegando no celular para fazer a ligação, mas sinto uma forte pancada na nuca... e tudo fica preto.
20:50 da noite.
DANTE
- Caramba, que chuvão! - digo olhando para a janela.
- Deve estar um trânsito danado, por isso a demora dos meninos.
Já havíamos comido quase toda a pizza de calabresa e mussarela que tínhamos pedido. O clarão dos raios clareava o ambiente que deixamos apenas a TV responsável pela iluminação. Os estrondos dos trovões eram assustadores, pelo menos pra Helena que se encontrava agarrada em meu braço, mas tentando disfarçar o medo.
Fui olhar as notícias no celular e as coisas estavam feias.- Será que eles estão bem? A chuva está extremamente forte. - Helena questiona.
- Vou mandar mensagem pro Peter daqui a pouco.
Um longo e forte estrondo se ouviu no segundo seguinte e ela, sem nem pensar, me abraçou fortemente. Eu podia sentir a temperatura quente de sua coxa no meu quadril, que estava descoberto.
- Eu não sabia que tinha medo de trovões. - ri, sem saber o que fazer com ela quase em meu colo.
- Não ria de mim...
- Tudo bem, me desculpa.
Abracei-a lentamente e acariciei suas costas. Eu não tinha notado que ela tremia, até ela parar. Sua respiração batia no meu pescoço, me causando leves arrepios.
Ela levantou a cabeça para que seus olhos fizessem contato com os meus. Muitos elogiavam os meus azuis, mas nada se comparava àqueles castanhos que ela tinha. Escuros como duas jabuticabas, se não fosse pelo sol qualquer um acharia que seus olhos eram pretos. A intensidade que eles carregavam sempre me teve rendido.
- Calma, eu estou aqui. - digo baixinho.
- Eu sei. - ela responde no mesmo tom.-
Eu não estava nem sequer medindo tempo, mas parecia que já nos olhávamos há minutos.
- Posso fazer uma pergunta? - ela questiona.
- Pode.
- O que sente por mim?
Me peguei surpreso com aquela pergunta. Não por achar que ela não desconfiava de algo, mas pela coragem que ela teve e eu não. Mantive meus olhos nos dela, sem saber como responder. Eu sabia o que sentia, mas não como expressar em palavras.
Quando dei conta, minha visão descia pelo seu pescoço para cada centímetro de seu corpo. Ela estava linda naquele pijama azul marinho. Passando a mão pela sua coxa pude sentir que ela não estava menos arrepiada do que eu. Tudo nela me chamava como curtos sussurros repetitivos. Sempre me segurei, mas eu acho que nunca estive tão tentado a tê-la pra mim como agora.
- Dante...
Ela chama minha atenção, me fazendo olha-la nos olhos novamente e então, ela me beija. Por mais que eu estivesse surpreso, imediatamente a puxei para mim intensificando o toque de nossos lábios.
Eu não fazia ideia de que precisava tanto desse beijo. Minhas mãos estavam incontroláveis, percorrendo todas as suas curvas, apertando, enquanto as dela exploravam do meu pescoço à minha nuca.
Ela mexia os quadris em em cima de mim, provocando todas as minhas vontades que eu mantinha escondidas.
- Não se segure...
Ela diz em sussurro entre o beijo, com os lábios próximos aos meus. Nossa respiração já se encontrava um pouco fora do normal.
Com ela em meu colo subi para o quarto e a deitei em minha cama, onde ela me puxou junto com ela. Tudo o que se ouvia era o barulho da forte tempestade lá fora. A cada clarão de um relâmpago era uma peça de roupa no chão e nem estávamos com muitas.Não importa o quanto o caos estava a solto lá fora, eu acalmaria o de nossos sentimentos aqui dentro.

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Traçados no amor
RomanceDepois de anos escolares meio conturbados, em meio a fase jovem adulta dois ex colegas de colégio, Dante e Helena, se reencontram. Entre acontecimentos inesperados descobrem ao decorrer do tempo no que certas mudanças são capazes de resultar, mas ta...