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2:40 da madrugada, Quinta-feira.

X

- Vamos... me diga, por que estão te procurando?

- Eu já disse que eu não sei! Eu juro que limpei todos os meus arquivos do sistema da agência.

Ele estava suando frio, sua voz trêmula. Não julgo, estando amarrado e rodeado de homens armados.

- Como pôde notar, você deixou um vestígio seu. E agora? - pergunto em tom ameaçador, cara a cara com Greg.- O que faremos nessa situação? Ou melhor... O que faremos com você?

- Não pode me matar! - ele diz em alto tom tentando se manter firme, mas demonstrando seu desespero pela vida.- Eles estão me procurando, seria mais fácil que eu despistasse.

- Será? - pergunto com a minha arma na mão. Eu a analisava enquanto falava.- Eu discordo, acho que seria muito mais fácil te apagar. Dante é esperto, sabia? - pego uma cadeira e me sento frente a frente com ele.- Ele conseguiria ler você, saberia que está mentindo.

- Não, eu sei que eu consigo! Eu posso fazer isso.

- Você não o conhece. - ri ironicamente.- Aquela sua amiga... Lívia? Que aliás, é amiga da Helena também.

- Deixa ela fora disso.

- Não interrompa. - olho fixamente para seus olhos.- Você tem duas opções, preste bem atenção: Você vive... e a Lívia é a garantia do seu esforço ou eu atiro agora mesmo e tudo resolvido, ela ficará em segurança e você descansa em paz.

- Como assim garantia do meu esforço? - sua expressão agora era de raiva.

- Ela ficará conosco até que você cumpra o que tanto diz que consegue. Não iremos machuca-la, eu lhe prometo... a não ser que você falhe.

- Não! Eu me afastei dela justamente pra deixa-la fora dessa confusão, seu alvo nem é ela!

- Não, não é. Mas, com ela eu tenho você, eu tenho a Helena e eu tenho até mesmo o Dante e a polícia nas minhas mãos. É uma ótima ideia, não acha?

- Você não pode fazer isso!

- Ah, eu posso sim! - balanço a arma em sua direção.- Com certeza eu posso e você sabe bem disso!

Fico em silêncio o analisando e esperando uma resposta. Ele parecia relutante, mas só o fato de estar pensando já mostra que ela não é tão importante assim pra ele quanto ele mesmo achava que era.

- Eu sei que eu consigo!

Que desprezível, eu esperava mais. Penso e rio comigo mesmo.

- Não, você não consegue.

Em um segundo aponto a arma pra sua cabeça e aperto o gatilho. Que tolo eu seria colocando tudo nas mãos desse inútil?

A verdade é que não estava nos meus planos usar aquela menina. Ela é próxima da Helena, mas não tanto quanto aquelas duas que vivem com ela. Porém, seria uma jogada inesperada e é dessa vantagem que eu preciso.

Todos os documentos foram queimados, de acordo com o Gregory. Mas, algo me diz que eu não deveria confiar tanto nisso.

- Tirem isso da minha frente.

Me refiro ao corpo e eles começam a desamarra-lo.
Preciso averiguar isso direito e pensar um pouco mais na ideia envolvendo essa garota. Não posso vacilar e botar tudo perder executando algo mal pensado.

- Ei, vocês dois! - chamo dois de meus homens.- Revirem a casa desse imbecil, procurem tudo que pode ser usado como prova e botem fogo. Sumam com qualquer coisa que possa nos comprometer. - e eles saem logo em seguida.

Traçados no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora